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domingo, 5 de fevereiro de 2023

114 – Da Escravidão à Liberdade


 

No Egito, a família de Jacó cresceu e se transformou nas tribos de Israel, que viviam em paz até o início do Novo Reinado. Então, os egípcios começaram a sentir-se ameaçados pelos israelitas, e os escravizaram. Isso foi previsto na aliança de Deus com Abraão: “Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos anos” (Gênesis 15:13). Passado esse período, Deus escolheu Moisés para libertar o seu povo e levá-lo de volta a Canaã, a terra prometida aos seus antepassados.

 

O Novo Império do Egito

Por volta de 1750 a.C., um príncipe tebano derrubou os hicsos e se tornou Ahmósis I, fundador da 18ª dinastia de faraós. Foi o início do Novo Império (1550 – 1086 a.C.). Neste período o Egito expandiu os seus territórios e se transformou no poder dominante no Mundo Antigo.

Mênfis tornou-se a capital política e Tebas permaneceu como o centro religioso. O Egito prosperou e os faraós realizaram grandiosos projetos arquitetônicos. O clima seco do sul preservou alguns templos, como o de Luxor, e as estátuas esculpidas na pedra de Abu Simbel.

 

O poder do faraó

Para os egípcios, o rei era um deus vivo e, através dele, lhes seria alcançada a vida eterna. O faraó era o comandante do exército e chefe religioso. Governava o país com a ajuda de um vizir, ou ministro-chefe, que executava um complexo serviço público, empregando milhares de escribas.

 

Prisioneiros e escravos

A escravidão não era comum antes da 18ª dinastia, quando o Egito passou a desenvolver uma política de expansão e a tornar escravos os prisioneiros de guerra estrangeiros.  Os israelitas eram um dos vários povos não-egípcios que haviam se instalado no fértil delta do Nilo, durante o período sob controle dos hicsos. A expulsão dos hicsos do Egito marcou uma nova era de nacionalismo. Colonos estrangeiros eram designados para executar o trabalho pesado dos grandes projetos arquitetônicos dos faraós.

 

Adoração e idolatria

Os egípcios adoravam inúmeros deuses, os quais, acreditavam, governavam suas vidas. A maioria os cultuava em altares dentro de casa e usava amuletos para afastar a má sorte. O deus mais importante era Rá, o deus-sol, o provedor da vida. Muitos deuses tomavam a forma de animais, como Bastet, uma deusa felina que ajudava no desenvolvimento das plantações. O Nilo era o suor de Sobeque, um deus crocodilo.

 

O Êxodo

Quando Deus disse a Moisés que o tinha escolhido para conduzir os israelitas em sua partida do Egito, ele sentiu-se incapaz de assumir uma missão tão grandiosa. Mas sua fé em Deus lhe deu coragem para desafiar o poder do faraó.

 

As dez pragas

O faraó não estava disposto a libertar seus escravos israelitas. Como os egípcios continuavam com a sua profunda crença em magia, o cajado de Arão, irmão de Moisés, foi transformado em uma serpente, a fim de convencer o faraó do poder de Deus, mas ele não se convenceu. Deus, então, enviou nove pragas devastadoras, o que também não fez o faraó mudar de ideia. Entretanto, após a morte de todos os primogênitos egípcios, ele, finalmente, rendeu-se e deu permissão a Moisés para os israelitas deixarem o Egito.

 

Vida no deserto

As condições no deserto são duras. A temperatura, alta durante o dia, fica abaixo de zero à noite. A comida e a água são escassas. Os israelitas eram bastante numerosos. Somente a miraculosa intervenção de Deus conseguiu garantir a sobrevivência deles, durante os três meses de viagem do Egito até o monte Sinai.

 

A Lei

Cercados pela idolatria no Egito, os israelitas eram constantemente tentados a seguir falsos deuses. E estavam para entrar numa terra onde os habitantes adoravam deuses pagãos. Foi por isso que os israelitas receberam a Lei de Deus no deserto do monte Sinai, antes de entrarem em Canaã. Deus entregou a sua Lei aos israelitas por intermédio de Moisés. As palavras ditas por Deus cobrem todos os aspectos da vida social, moral e espiritual, e estão contidas no Livro da Aliança (Êxodo cap. 20). Posteriormente, ele foi ampliado para incluir o Deuteronômio. A Lei de Deus é resumida nos Dez Mandamentos.

 

O Tabernáculo

Tratava-se de um santuário portátil e tornou-se o ponto central da vida religiosa. Quando os israelitas acampavam, o Tabernáculo era colocado em uma área fechada.

·  O pátio externo: Os sacrifícios eram preparados no pátio externo e oferecidos no altar. Os sacerdotes se lavavam em uma bacia de bronze antes de executar o sacrifício.

·  Os santuários: O Tabernáculo era dividido em santuário interno e externo por um véu. No santuário interno (o Santo dos Santos) ficava a Arca da Aliança, que guardava as tábuas de pedra com a inscrição dos Dez Mandamentos.

·  Sacerdotes do Tabernáculo: Arão, irmão de Moisés, foi o primeiro sumo sacerdote. Ele e os filhos eram responsáveis pelo culto. Arão era um levita, e foi o antepassado do sacerdócio israelita.

 

Datando o Êxodo

Há duas datas para o Êxodo. Em 1º Reis 6:1, Salomão começou a construir o Templo 480 anos após os israelitas deixarem o Egito, o que remete o Êxodo para 1446 a.C., a data “antiga”. Alguns afirmam que o faraó, na época, era Ramsés II, da 19ª dinastia. A data “nova” seria cerca de 1275 a.C. Aqui, para uma questão de referência, usa-se a cronologia antiga.

·  Entrada no Egito (1876 a.C., na 12ª dinastia)

·  Novo Império (1550 – 1086 a.C.)

·  Reinado de Tuthmósis III (1479 – 1425 a.C.)

·  Êxodo (1446 a.C.)


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS. 

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