No Egito, a família de
Jacó cresceu e se transformou nas tribos de Israel, que viviam em paz até o
início do Novo Reinado. Então, os egípcios começaram a sentir-se ameaçados
pelos israelitas, e os escravizaram. Isso foi previsto na aliança de Deus com
Abraão: “Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não
lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos
anos” (Gênesis 15:13). Passado esse período, Deus escolheu Moisés para libertar
o seu povo e levá-lo de volta a Canaã, a terra prometida aos seus antepassados.
O
Novo Império do Egito
Por volta de 1750
a.C., um príncipe tebano derrubou os hicsos e se tornou Ahmósis I, fundador da 18ª dinastia de faraós. Foi o início do Novo Império (1550 – 1086 a.C.). Neste
período o Egito expandiu os seus territórios e se transformou no poder
dominante no Mundo Antigo.
Mênfis tornou-se a
capital política e Tebas permaneceu como o centro religioso. O Egito prosperou
e os faraós realizaram grandiosos projetos arquitetônicos. O clima seco do sul
preservou alguns templos, como o de Luxor, e as estátuas esculpidas na pedra de
Abu Simbel.
O
poder do faraó
Para os egípcios, o
rei era um deus vivo e, através dele, lhes seria alcançada a vida eterna. O
faraó era o comandante do exército e chefe religioso. Governava o país com a
ajuda de um vizir, ou ministro-chefe, que executava um complexo serviço
público, empregando milhares de escribas.
Prisioneiros
e escravos
A escravidão não era
comum antes da 18ª dinastia, quando o Egito passou a desenvolver uma política
de expansão e a tornar escravos os prisioneiros de guerra estrangeiros. Os israelitas eram um dos vários povos não-egípcios
que haviam se instalado no fértil delta do Nilo, durante o período sob controle
dos hicsos. A expulsão dos hicsos do Egito marcou uma nova era de nacionalismo.
Colonos estrangeiros eram designados para executar o trabalho pesado dos
grandes projetos arquitetônicos dos faraós.
Adoração
e idolatria
Os egípcios adoravam
inúmeros deuses, os quais, acreditavam, governavam suas vidas. A maioria os
cultuava em altares dentro de casa e usava amuletos para afastar a má sorte. O
deus mais importante era Rá, o deus-sol, o provedor da vida. Muitos deuses
tomavam a forma de animais, como Bastet, uma deusa felina que ajudava no
desenvolvimento das plantações. O Nilo era o suor de Sobeque, um deus
crocodilo.
O
Êxodo
Quando Deus disse a
Moisés que o tinha escolhido para conduzir os israelitas em sua partida do
Egito, ele sentiu-se incapaz de assumir uma missão tão grandiosa. Mas sua fé em
Deus lhe deu coragem para desafiar o poder do faraó.
As
dez pragas
O faraó não estava
disposto a libertar seus escravos israelitas. Como os egípcios continuavam com
a sua profunda crença em magia, o cajado de Arão, irmão de Moisés, foi transformado
em uma serpente, a fim de convencer o faraó do poder de Deus, mas ele não se convenceu. Deus, então,
enviou nove pragas devastadoras, o que também não fez o faraó mudar de ideia.
Entretanto, após a morte de todos os primogênitos egípcios, ele, finalmente,
rendeu-se e deu permissão a Moisés para os israelitas deixarem o Egito.
Vida
no deserto
As condições no
deserto são duras. A temperatura, alta durante o dia, fica abaixo de zero à
noite. A comida e a água são escassas. Os israelitas eram bastante numerosos.
Somente a miraculosa intervenção de Deus conseguiu garantir a sobrevivência
deles, durante os três meses de viagem do Egito até o monte Sinai.
A
Lei
Cercados pela
idolatria no Egito, os israelitas eram constantemente tentados a seguir falsos
deuses. E estavam para entrar numa terra onde os habitantes adoravam deuses
pagãos. Foi por isso que os israelitas receberam a Lei de Deus no deserto do
monte Sinai, antes de entrarem em Canaã. Deus entregou a sua Lei aos israelitas
por intermédio de Moisés. As palavras ditas por Deus cobrem todos os aspectos
da vida social, moral e espiritual, e estão contidas no Livro da Aliança (Êxodo
cap. 20). Posteriormente, ele foi ampliado para incluir o Deuteronômio. A Lei
de Deus é resumida nos Dez Mandamentos.
O
Tabernáculo
Tratava-se de um
santuário portátil e tornou-se o ponto central da vida religiosa. Quando os
israelitas acampavam, o Tabernáculo era colocado em uma área fechada.
· O pátio
externo: Os sacrifícios eram preparados no pátio
externo e oferecidos no altar. Os sacerdotes se lavavam em uma bacia de bronze
antes de executar o sacrifício.
· Os
santuários: O Tabernáculo era dividido em santuário
interno e externo por um véu. No santuário interno (o Santo dos Santos) ficava
a Arca da Aliança, que guardava as tábuas de pedra com a inscrição dos Dez
Mandamentos.
· Sacerdotes
do Tabernáculo: Arão, irmão de Moisés, foi o primeiro sumo
sacerdote. Ele e os filhos eram responsáveis pelo culto. Arão era um levita, e
foi o antepassado do sacerdócio israelita.
Datando
o Êxodo
Há duas datas para o
Êxodo. Em 1º Reis 6:1, Salomão começou a construir o Templo 480 anos após os
israelitas deixarem o Egito, o que remete o Êxodo para 1446 a.C., a data
“antiga”. Alguns afirmam que o faraó, na época, era Ramsés II, da 19ª dinastia.
A data “nova” seria cerca de 1275 a.C. Aqui, para uma questão de referência,
usa-se a cronologia antiga.
· Entrada no Egito (1876 a.C., na 12ª dinastia)
· Novo Império (1550 – 1086 a.C.)
· Reinado de Tuthmósis III (1479 – 1425 a.C.)
· Êxodo (1446 a.C.)
Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.
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