Provérbios
29:15
A
vara da correção dá sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a
sua mãe.
Vivemos no tempo do
“politicamente correto”.
É um tempo em que há de
se ter cuidado com tudo o que se diz, se escreve, se publica, se faz... É um
tempo curioso!
É um tempo ambíguo,
pois está à mercê de interpretações, muitas vezes feitas sem base de conhecimento
sobre o que se pretende interpretar e, ainda, permeado de “interpretadores” que
mal sabem interpretar um parágrafo, ou que não percebem uma frase fora de
contexto.
Nos sentimos monitorados
full-time, vigiados pelo olho de tudo
e de todos. É quase um tempo que retrata aquela fala do policial nos filmes norte-americanos:
“Tudo o que você disser poderá ser usado contra você no tribunal”.
O “politicamente
correto” está virando o “monitoramento constante”. Isto é delicado!
Para ilustrar o que digo: Tenho uma conhecida, mineira, que, dias atrás, o time dela eliminou um time argentino na Libertadores. Ela colocou um post no Face citando o fato, e eu a parabenizei pelo feito do time dela, escrevendo no comentário: “Esses argentinos são muito chatos!” É claro que eu me referia, em termos futebolísticos, à catimba e à manha portenha, coisa que se gosta quando praticado pelo time da gente, mas que a gente detesta quando o adversário usa dessa artimanha. Meu comentário foi impedido de ser publicado pela plataforma da mídia social, sob alegação de que poderia ser “ofensivo a outros povos”, e dizendo que eu poderia editar para modificar o que comentava. E eu tinha escrito “chatos” mesmo, não usei outra palavra de menor calão... Claro que não fiz edição alguma, excluí e deixei assim, sem postar... Mas isso é só um casinho tolo, isolado, do monitoramento ao qual estamos submetidos.
Há o lado bom também,
que faz com que não se saia por aí agredindo fortuitamente em palavras e atos.
Dentro da onda do “politicamente correto” criou-se a “lei da palmada”, nome informal da lei número 13.014/2014, que proíbe o uso de castigos físicos ou tratamentos cruéis e degradantes contra crianças e adolescentes no Brasil. O “tratamento degradante e cruel” estaria relacionado com o ato de “humilhar, ridicularizar ou ameaçar gravemente a criança ou o adolescente”. A pena prevista nesta lei é detenção de dois meses a um ano e multa, podendo agravar-se para reclusão de quatro a doze anos, dependendo do caso.
Pois bem. Eu sou
contrário a atos covardes contra crianças – óbvio! – ou a tratamentos
degradantes – óbvio também! – e, ainda, a prática de agressão por pais ou
responsáveis a crianças, motivados por embriaguez ou ingestão de qualquer
substância que altere a consciência – isto é, novamente, óbvio e fruto de
simples bom-senso!
Fato é que a
interpretação desta “lei” por parte do público em geral é que gera polêmicas e
más condutas. Mesmo especialistas na área psicológica divergem entre si
sobre a aplicabilidade desta “lei”, seus efeitos e suas consequências.
Fato é, também, que pais
e professores ficaram à mercê de interpretações, e isso gerou um comportamento
altamente duvidoso em lares e, especialmente, em salas de aula.
Tenho ouvido casos de
crianças e adolescentes que têm ameaçado denunciarem pais e responsáveis a
“conselhos tutelares”, resguardando-se na “lei da palmada”, simplesmente por terem recebido um puxão de orelha e serem enquadrados à disciplina.
Tenho ouvido casos de
professores agredidos e desrespeitados por crianças e adolescentes em salas de
aula, e ficarem calados e acuados, com medo de perderem seus empregos e complicarem-se judicialmente por
tentarem colocar o mínimo de disciplina e ordem nas escolas.
Estamos criando uma
geração de inconsequentes, cheios de manias e caprichos, amparados por
legalidades que amarram e amordaçam pais e responsáveis, e que, mais tarde –
infelizmente! – serão alcançados pela vida, que lhes aplicará as lições das
quais estavam “protegidos” em tempos infantis e adolescentes, pois a vida não obedece
necessariamente a “leis da palmada”, antes pelo contrário. Quem não aprende de
criança e adolescente, aprende com a vida, e a vida não está subjugada
legalmente, nem é boazinha.
Há muito tempo, Deus nos
ensinou algo relevante e sábio com relação à educação dos filhos, e que está
estampado neste Provérbio que é a base do que aqui escrevo.
A educação dos filhos é
responsabilidade de pais responsáveis.
Quando o Estado tenta
ditar as leis da educação familiar, passando por cima daquilo que a experiência
de pais e avós tem ensinado, esquecendo-se do básico que a sabedoria divina
estampou há muito, este Estado transforma tudo num estado de coisas
inconsequentes.
Para finalizar, quero
enfatizar – de novo! –, para não deixar margens a cancelamentos: sou absolutamente contra qualquer tipo de abuso,
contra quem quer que seja, especialmente contra crianças. Mas sou a favor, sim,
de que a basicalidade da educação infantil seja arbitrada por pais e educadores
responsáveis.
Crianças precisam aprender
que há limites. Quando estes não são acatados na advertência verbal, um tapinha
na bunda e um castigo no “cantinho do pensamento” são de uma pedagogia
insuperável.
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o
amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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