Pesquisar neste blog

domingo, 16 de janeiro de 2022

Uma Geração de Inconsequentes


 

Provérbios 29:15

A vara da correção dá sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.

 

Vivemos no tempo do “politicamente correto”.

É um tempo em que há de se ter cuidado com tudo o que se diz, se escreve, se publica, se faz... É um tempo curioso!

É um tempo ambíguo, pois está à mercê de interpretações, muitas vezes feitas sem base de conhecimento sobre o que se pretende interpretar e, ainda, permeado de “interpretadores” que mal sabem interpretar um parágrafo, ou que não percebem uma frase fora de contexto.

Nos sentimos monitorados full-time, vigiados pelo olho de tudo e de todos. É quase um tempo que retrata aquela fala do policial nos filmes norte-americanos: “Tudo o que você disser poderá ser usado contra você no tribunal”.

O “politicamente correto” está virando o “monitoramento constante”. Isto é delicado!

Para ilustrar o que digo: Tenho uma conhecida, mineira, que, dias atrás, o time dela eliminou um time argentino na Libertadores. Ela colocou um post no Face citando o fato, e eu a parabenizei pelo feito do time dela, escrevendo no comentário: “Esses argentinos são muito chatos!” É claro que eu me referia, em termos futebolísticos, à catimba e à manha portenha, coisa que se gosta quando praticado pelo time da gente, mas que a gente detesta quando o adversário usa dessa artimanha. Meu comentário foi impedido de ser publicado pela plataforma da mídia social, sob alegação de que poderia ser “ofensivo a outros povos”, e dizendo que eu poderia editar para modificar o que comentava. E eu tinha escrito “chatos” mesmo, não usei outra palavra de menor calão... Claro que não fiz edição alguma, excluí e deixei assim, sem postar... Mas isso é só um casinho tolo, isolado, do monitoramento ao qual estamos submetidos.

Há o lado bom também, que faz com que não se saia por aí agredindo fortuitamente em palavras e atos.

Dentro da onda do “politicamente correto” criou-se a “lei da palmada”, nome informal da lei número 13.014/2014, que proíbe o uso de castigos físicos ou tratamentos cruéis e degradantes contra crianças e adolescentes no Brasil. O “tratamento degradante e cruel” estaria relacionado com o ato de humilhar, ridicularizar ou ameaçar gravemente a criança ou o adolescente. A pena prevista nesta lei é detenção de dois meses a um ano e multa, podendo agravar-se para reclusão de quatro a doze anos, dependendo do caso.

Pois bem. Eu sou contrário a atos covardes contra crianças – óbvio! – ou a tratamentos degradantes – óbvio também! – e, ainda, a prática de agressão por pais ou responsáveis a crianças, motivados por embriaguez ou ingestão de qualquer substância que altere a consciência – isto é, novamente, óbvio e fruto de simples bom-senso!

Fato é que a interpretação desta “lei” por parte do público em geral é que gera polêmicas e más condutas. Mesmo especialistas na área psicológica divergem entre si sobre a aplicabilidade desta “lei”, seus efeitos e suas consequências.

Fato é, também, que pais e professores ficaram à mercê de interpretações, e isso gerou um comportamento altamente duvidoso em lares e, especialmente, em salas de aula.

Tenho ouvido casos de crianças e adolescentes que têm ameaçado denunciarem pais e responsáveis a “conselhos tutelares”, resguardando-se na “lei da palmada”, simplesmente por terem recebido um puxão de orelha e serem enquadrados à disciplina.

Tenho ouvido casos de professores agredidos e desrespeitados por crianças e adolescentes em salas de aula, e ficarem calados e acuados, com medo de perderem seus empregos e complicarem-se judicialmente por tentarem colocar o mínimo de disciplina e ordem nas escolas.

Estamos criando uma geração de inconsequentes, cheios de manias e caprichos, amparados por legalidades que amarram e amordaçam pais e responsáveis, e que, mais tarde – infelizmente! – serão alcançados pela vida, que lhes aplicará as lições das quais estavam “protegidos” em tempos infantis e adolescentes, pois a vida não obedece necessariamente a “leis da palmada”, antes pelo contrário. Quem não aprende de criança e adolescente, aprende com a vida, e a vida não está subjugada legalmente, nem é boazinha.

Há muito tempo, Deus nos ensinou algo relevante e sábio com relação à educação dos filhos, e que está estampado neste Provérbio que é a base do que aqui escrevo.

A educação dos filhos é responsabilidade de pais responsáveis.

Quando o Estado tenta ditar as leis da educação familiar, passando por cima daquilo que a experiência de pais e avós tem ensinado, esquecendo-se do básico que a sabedoria divina estampou há muito, este Estado transforma tudo num estado de coisas inconsequentes.

Para finalizar, quero enfatizar – de novo! –, para não deixar margens a cancelamentos: sou absolutamente contra qualquer tipo de abuso, contra quem quer que seja, especialmente contra crianças. Mas sou a favor, sim, de que a basicalidade da educação infantil seja arbitrada por pais e educadores responsáveis.

Crianças precisam aprender que há limites. Quando estes não são acatados na advertência verbal, um tapinha na bunda e um castigo no “cantinho do pensamento” são de uma pedagogia insuperável.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

Nenhum comentário:

Postar um comentário