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quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Tiago



Chave: a fé sem obras é morta.
Imitando o estilo da literatura de sabedoria do Antigo Testamento, com evidentes pressupostos cristãos, Tiago escolhe o tema da “religião pura” (1:27), a religião do amor divino experimentado no coração. Mostra que a religião pura é posta à prova pelas tentações e pelas dificuldades dos fieis, e de si mesma põe à prova o carnal e o egoísta. Estas experiências positivas e negativas da religião pura revelam o contraste entre as qualidades espirituais, da sabedoria benéfica e da falsa, da fé verdadeira e da falsa, do eu espiritual e do eu carnal, e da confiança verdadeira e da falsa.
Inequivocamente cristã em seu reconhecimento das reivindicações de Cristo (1:2; 2:1-7), e em sua referência à segunda vinda (1:12-13; 5:7-8) e à regeneração pessoal mediante a fé (1:18-21), a epístola lembra-nos os ensinos da assim chamada literatura de sabedoria do Antigo Testamento, como se observa em Jó, em alguns dos Salmos, em Provérbios e em Eclesiastes. Coloca o bem e o mal em justaposição e faz referência basicamente ao tema da religião pura e da religião falsa.
O autor tem em mente os crentes fieis que constituem exemplos da “religião pura” nas provações e vicissitudes. A estes ele anima. Tiago leva em conta também os mais carnais e egoístas, cuja conduta demonstra que não saíram airosos da prova da “religião do coração”, quer seja posta à prova na vida dos fieis ou pondo à prova e julgando a vida das pessoas carnais.
Tiago emprega repetidas vezes o paradoxo ao afirmar a superioridade dos valores espirituais tão comumente descumpridos. Por isso fala-nos de dois tipos de “eu”. O observaremos à medida que o assunto se desenvolve.
Tiago é prático, e sua ênfase não é teológica. O primeiro capítulo, que nos fala do programa de Deus no que concerne à santificação do crente, apresenta em miniatura os temas que serão ventilados com maior amplitude nos capítulos restantes.
A epístola diz ter sido escrita por Tiago. O Novo Testamento menciona três pessoas com este nome. Todavia, a igreja cristã atribui a Tiago, filho de José e Maria e irmão de Jesus, a paternidade literária desta epístola. Tiago, em seus ensinos, apresenta notável semelhança com Jesus. Uma comparação desta epístola com o “sermão do monte” revela, pelo menos, doze paralelismos evidentes. Eleito moderador da igreja de Jerusalém, na época posterior ao Pentecostes, Tiago imprime a esta epístola uma nota de autoridade. Sem desculpar-se em nenhum momento, os 108 versículos contêm 54 mandamentos.

Stephen W. Paine

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