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domingo, 11 de outubro de 2020

Falamos e Teclamos


 

Mateus 12:34

“Pois a boca fala do que está cheio o coração”.

 

O versículo usado aqui como mote deste texto é antecedido por: “Uma árvore boa dá fruto bom, e uma árvore ruim dá fruto ruim, pois uma árvore é conhecida por seu fruto”.

Ambos pronunciados por Jesus, notamos que Ele fala de pensamentos, sentimentos, palavras e ações. Tudo o que realizamos na vida tem os componentes desse “quarteto” intrinsecamente ligados: tudo nasce do pensamento, que influencia diretamente os sentimentos, que se externam em palavras, e tudo isso nos leva a agir.

Quando nossos pensamentos são bons, desencadeiam bons sentimentos, falamos boas palavras e produzimos boas ações.

Quando nossos pensamentos não são bons, desencadeiam sentimentos na mesma tonalidade psicológica/espiritual, falamos disso e, consequentemente, agimos conforme, ou – o que é pior! – não agimos: ficamos paralisados.

Basta que nos examinemos um pouco para concluirmos a veracidade disto.

Pois bem.

Desde que o homem adquiriu a habilidade da fala, lá nos primórdios da humanidade, não paramos mais de verbalizar quem somos.

Sim. Falamos aquilo – e quem – somos!

É assim que os outros nos conhecem melhor: por nossas palavras.

Por nossas palavras somos julgados – vistos, avaliados, condenados ou absolvidos – como Jesus mesmo dizia: “Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados (Mateus 12:37).

“Sim” – você dirá –, “mas Jesus falava do julgamento de Deus em relação às pessoas”. Sim, de fato. Mas isso se vê também no julgamento das pessoas em relação umas às outras. Ainda que Jesus tivesse dito para não julgarmos pessoas – “Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados” (Lucas 6:37) –, insistimos em desobedecer a este mandamento, e julgamos pessoas. E condenamos!

Nossas palavras, nossas ações e nossas posturas formam quem somos aos olhos – e ouvidos – dos outros.

Jesus, em Sua infinita sabedoria, ensinava que “a boca fala do que está cheio o coração”. Somos impulsionados a verbalizar o que está em nós. Podemos até tentar, mas, nalgum momento, aquilo que sentimos vaza em abundância, em doses extras – extravasamos!

Ouvindo o que as pessoas falam à nossa volta, podemos formar um bem fiel retrato de quem as pessoas são. Experimente ouvir as conversas no ônibus, no trabalho, na escola, nalgum lugar social, na “igreja”... em casa. Se não formos deficientes auditivos, ouviremos. E, se formos, a “comunicação” do outro nos chega também, seja por sinais, seja pela “leitura corporal”. A Programação Neuro-Lingüística tem uma premissa: “É impossível não comunicarmos”. E é mesmo.

Segundo o mandamento de Jesus, procuramos não julgar as pessoas, mas as percebemos e entendemos – mesmo, nalguns casos, não concordando com o que vemos/ouvimos. Posso não concordar com alguém, mas sempre procurarei entender. Lembremos: entender é entender; concordar ou não, é outra coisa.

Continuando, aquilo que ocupa a “maior parte” do coração das pessoas é aquilo que elas verbalizam.

Quando ouvimos alguém reclamar continuamente, falar dos outros, falar de si mesmo, falar, falar, falar, percebemos seu sentimento e podemos “ouvir” seu coração. É isso que a pessoa em questão tem “dentro” de si.

Isso vale, então, para as coisas “positivas” e as “negativas”.

O mesmo se passa com aquilo que se costuma compartilhar – em nossos modernos tempos! – nas redes sociais e no mundo digital/virtual.

Parafraseando Jesus, “os dedos teclam do que está cheio o coração”.

Agora, sabedor disso, eu tenho que me perguntar: O que é que eu estou falando – e teclando – por aí? Que coisa os outros ouvem – e leem – de mim? Do que está cheio o meu coração?

Feito o diagnóstico a respeito de mim mesmo e constatando do que está cheio o meu coração, devo agora me perguntar: Estou satisfeito com isso?

De todas as formas, satisfeito ou não, devo, por escolha e decisão minha, optar por Cristo e Seus ensinamentos – e encher disso o meu coração.

Será disso, então, que falarei – e teclarei.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

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