Mateus 12:34
“Pois a boca fala do
que está cheio o coração”.
O versículo usado aqui como mote deste texto é antecedido por: “Uma árvore boa dá fruto bom, e uma árvore ruim dá fruto
ruim, pois uma árvore é conhecida por
seu fruto”.
Ambos pronunciados por Jesus,
notamos que Ele fala de pensamentos, sentimentos, palavras e ações. Tudo o que
realizamos na vida tem os componentes desse “quarteto” intrinsecamente ligados:
tudo nasce do pensamento, que influencia diretamente os sentimentos, que se
externam em palavras, e tudo isso nos leva a agir.
Quando nossos pensamentos são bons,
desencadeiam bons sentimentos, falamos boas palavras e produzimos boas ações.
Quando nossos pensamentos não são
bons, desencadeiam sentimentos na mesma tonalidade psicológica/espiritual,
falamos disso e, consequentemente, agimos conforme, ou – o que é pior! – não
agimos: ficamos paralisados.
Basta que nos examinemos um pouco para concluirmos a veracidade disto.
Pois bem.
Desde que o homem adquiriu a habilidade da fala, lá nos primórdios da
humanidade, não paramos mais de verbalizar quem somos.
Sim. Falamos aquilo – e quem – somos!
É assim que os outros nos conhecem melhor: por nossas palavras.
Por nossas palavras somos julgados – vistos, avaliados, condenados ou
absolvidos – como Jesus mesmo dizia: “Pois por suas palavras vocês serão absolvidos,
e por suas palavras serão condenados” (Mateus 12:37).
“Sim” – você dirá –, “mas Jesus falava do julgamento de Deus em relação às
pessoas”. Sim, de fato. Mas isso se vê também no julgamento das pessoas em
relação umas às outras. Ainda que Jesus tivesse dito para não julgarmos pessoas
– “Não julguem, e vocês não serão
julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados” (Lucas 6:37) –, insistimos em desobedecer a este mandamento, e
julgamos pessoas. E condenamos!
Nossas palavras, nossas ações e nossas posturas formam quem somos aos olhos
– e ouvidos – dos outros.
Jesus, em Sua infinita sabedoria, ensinava que “a boca fala do que está cheio o coração”. Somos impulsionados a
verbalizar o que está em nós. Podemos até tentar, mas, nalgum momento, aquilo
que sentimos vaza em abundância, em doses extras – extravasamos!
Ouvindo o que as pessoas falam à nossa volta, podemos formar um bem fiel
retrato de quem as pessoas são. Experimente ouvir as conversas no ônibus, no
trabalho, na escola, nalgum lugar social, na “igreja”... em casa. Se não formos
deficientes auditivos, ouviremos. E, se formos, a “comunicação” do outro nos
chega também, seja por sinais, seja pela “leitura corporal”. A Programação
Neuro-Lingüística tem uma premissa: “É impossível não comunicarmos”. E é mesmo.
Segundo o mandamento de Jesus, procuramos não julgar as pessoas, mas as percebemos
e entendemos – mesmo, nalguns casos, não concordando com o que vemos/ouvimos.
Posso não concordar com alguém, mas sempre procurarei entender. Lembremos:
entender é entender; concordar ou não, é outra coisa.
Continuando, aquilo que ocupa a “maior parte” do coração das pessoas é
aquilo que elas verbalizam.
Quando ouvimos alguém reclamar continuamente, falar dos outros, falar de
si mesmo, falar, falar, falar, percebemos seu sentimento e podemos “ouvir” seu
coração. É isso que a pessoa em questão tem “dentro” de si.
Isso vale, então, para as coisas “positivas” e as “negativas”.
O mesmo se passa com aquilo que se costuma compartilhar – em nossos
modernos tempos! – nas redes sociais e no mundo digital/virtual.
Parafraseando Jesus, “os dedos teclam do que está cheio o coração”.
Agora, sabedor disso, eu tenho que me perguntar: O que é que eu estou
falando – e teclando – por aí? Que coisa os outros ouvem – e leem – de mim? Do
que está cheio o meu coração?
Feito o diagnóstico a respeito de mim mesmo e constatando do que está
cheio o meu coração, devo agora me perguntar: Estou satisfeito com isso?
De todas as formas, satisfeito ou não, devo, por escolha e decisão minha,
optar por Cristo e Seus ensinamentos – e encher disso o meu coração.
Será disso, então, que falarei – e teclarei.
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
Nenhum comentário:
Postar um comentário