João
15:14
“Vocês
serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno”.
Jesus chamou Seus
discípulos de amigos. Ainda que Ele fosse Senhor sobre eles, Ele agora preferia
uma relação mais próxima, de amigos: “Já não os chamo servos, porque o servo
não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu
lhes tornei conhecido” (João 15:15).
Ele preferia Se
aproximar muito mais deles, tendo mais que uma relação de um senhorio sobre sua
vassalagem, ou um mestrado sobre seu discipulado – Ele preferia fazê-los amigos
de Deus!
Alguns sinais claros
disso Ele já dava em Sua conversa com eles, por declarações do tipo: “Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Se vocês obedecerem aos meus mandamentos,
permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai
e em seu amor permaneço” (João
15:9-10). “Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa”
(João 15:11) “Vocês não me escolheram, mas eu
os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai
lhes conceda o que pedirem em meu nome”
(João 15:16).
Costumo dizer que, nas
Escrituras, Deus vai Se apresentando de forma cada vez mais próxima do ser
humano, conforme a consciência deste vai evoluindo: Ele Se apresenta como Deus,
como Criador, como SENHOR, como Salvador, como
Pai, como Irmão e como Amigo. Em Jesus de Nazaré, estas designações ganham seu
significado mais amplo!
Mesmo em hierarquias
humanas, onde existe uma distância de organograma entre superior e subordinado,
quando há amizade entre eles, esta distância tende a diminuir consideravelmente
e, em alguns casos, mesmo desaparecer. Permanece, sim, a subordinação e a
obediência cabíveis, mas não há o “peso” do “maior” sobre o “menor”. Há, sim,
uma paridade consentida do superior em relação ao subordinado.
Ora, se nas
hierarquias humanas já pode ser assim, quanto mais será na “hierarquia” divina,
onde só Cristo é o Senhor – e tem o senhorio –, e os demais são tão-somente
irmãos!
E a iniciativa da
paridade é d’Ele – e só poderia partir d’Ele!
Essa paridade classifica a nossa relação com
Cristo como uma relação de amigos. Continuamos sabendo que Ele é o Senhor e o
Mestre, e Ele sabe que nós somos os servos e os discípulos, mas nossa abordagem
agora é de amigos: Ele é nosso amigo e nós somos amigos d’Ele! Isso é único!
Até nossa condição de discípulos é
potencializada por esta relação agora tão próxima com o Mestre: “O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor”
(Mateus 10:24-25).
Note que, nesta Palavra,
Jesus fala que o discípulo é “como” o seu mestre, e o servo é “como” o seu senhor.
Ora, isso só pode partir de um Amigo!
Há, no entanto, uma
condicional para sermos amigos de Jesus, há um “se”.
Veja: com relação ao
amor que Deus tem para conosco, não há nenhuma condicional – pois Seu amor é
incondicional – mas para termos uma “amizade” com Ele, há, sim, uma condicional,
há, sim, um “se”.
Ele diz que seremos
Seus amigos “se” fizermos o que Ele nos ordena, lembra? “Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno”.
E que ordenação é
esta? “Este é o meu mandamento:
Amem-se uns aos outros” (João 15:17).
Assim, a condição que
Ele nos coloca para sermos Seus amigos é esta: o amor fraterno!
Somos Seus amigos se somos
amigos dos demais irmãos humanos!
Para isso, claro,
precisamos de disposição. Precisamos deixar de lado o orgulho. Precisamos de
empatia, colocarmo-nos no lugar do outro. Precisamos de perdão: perdoar e
aceitarmos perdão. Precisamos querer!
Em suma, é isso que
precisamos: querer.
Lembro também do que
Ele fala sobre o “querer”: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23).
E aí? Você quer esta
amizade?
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
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