Sempre que chega esta
chamada “semana santa”, faço uma releitura dos últimos dias do meu Senhor,
Jesus de Nazaré, narrados nos evangelhos.
Mateus, Marcos, Lucas
e João usam lentes diferentes para descrever os mesmos episódios, digo, as
cenas secundárias do momento apoteótico da crucificação e, em seguida, da
ressurreição do Senhor.
São muitos os
detalhes, e cada um deles merece observações de acordo com a percepção de quem
lê.
Já fiz estes
exercícios muitas vezes ao longo destes anos que leio as Escrituras Sagradas, e
tento usar lentes diferentes para observar e ganhar as percepções mais variadas
sobre as circunstâncias daqueles últimos dias de Jesus, o Cristo de Deus.
Impactam-me os títulos que são dados a Jesus,
enquanto vamos lendo as narrativas dos evangelistas.
Pensando nestes títulos e, claro, mais que os
títulos, o que de fato é, emocionei-me imaginando os passos d’Ele ao lado dos
amigos, discípulos e seguidores distantes.
Imaginei a Eternidade
e um instante em que a Trindade Eterna conclui um acordo que implicava em: Um
desceria e viraria gente e seria o Redentor da humanidade.
O Trio do Amor decidiu
que o Filho, a Segunda Pessoa da Trindade Santa encarnaria, e isto se daria do
modo mais comum, isto é, se contentaria em ser formado como homem a partir do
útero de uma mulher.
Nascer, crescer, ser
formado homem na companhia de uma família de humanos simples.
O Rei dos Reis crescendo
numa carpintaria.
O Príncipe da Paz
sendo levado pelas mãos ao templo e a todos os lugares onde seus pais O
levavam.
O Amado do Céu sendo
batizado pelo primo ermitão.
O Maravilhoso
Conselheiro sendo inquirido, interrogado desde os primeiros dias do Seu
ministério.
O Pai da Eternidade
limitado ao corpo de um humano e ao espaço insignificante dos humanos.
O Justo sendo o tempo
todo questionado e percebendo dúvidas até entre os Seus melhores amigos.
E, à medida que a
plenitude do tempo chegou, a Verdade Eterna Se curva e lava os pés dos amigos
que, a partir daquela noite, viveriam as piores complexidades de alma e se
tornariam traidores, duvidosos, temerosos e carregados de pavor.
A Vida seria presa por
soldados cruéis sob os olhares apáticos e medrosos dos amigos.
A Pedra de Esquina
seria interrogada e julgada culpada.
A Água da Vida
receberia cusparadas, murros e bofetões e vinagre para beber.
O Santo de Israel, o
Pão da Vida, carregaria pelas ruas de Jerusalém a Cruz e levaria sobre Si o
pecado de todo mundo.
O Alfa, o Ômega, o
Cordeiro Eterno, o nosso Mediador, Se entregaria e, escandalosamente, morreria
pendurado na Cruz.
O Verbo Divino seria
sepultado e tido como morto definitivamente.
Ninguém, a não ser
Ele, o Caminho, sabia que ressuscitaria.
E, para desgraça
eterna do inferno e todos os seus moradores – mas para a nossa eterna
felicidade –, Jesus, o Cristo de Deus, ressuscitou.
O Seu próprio poder
fez com que saísse e deixasse o túmulo vazio para sempre.
Apareceu aos amigos e
a muitos.
Subiu aos Céus e está
assentado à destra do Pai.
E, como prometeu, virá
outra vez e nós O celebraremos e, aí, cantaremos uma canção ou muitas canções.
Talvez uma delas será
esta:
Em meu coração há uma canção
Que demonstra minha paixão
Para meu Rei e meu Senhor
Para Aquele que me amou
Formoso és, meu Senhor
Formoso és tu, amado Deus
Tu és a fonte da minha vida
E o desejo do meu coração
Graça, paz e bem a
você, à sua família e aos seus queridos todos!
Feliz Páscoa!
Um texto de Carlos
Bregantim
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