Quando1(versículo de Atos 27) ficou decidido que navegaríamos para a
Itália, Paulo e alguns outros presos foram entregues a um centurião chamado
Júlio, que pertencia ao Regimento Imperial. Embarcamos2 num navio de Adramítio I, que estava de
partida para alguns lugares da província
da Ásia II, e saímos ao mar.
Começando13
a soprar suavemente o vento sul, eles pensaram que haviam obtido o que desejavam;
por isso levantaram âncoras e foram navegando ao longo da costa de Creta. Pouco14
tempo depois, desencadeou-se da ilha um
vento muito forte, chamado Nordeste III. O15 navio
foi arrastado pela tempestade, sem poder resistir ao vento; assim, cessamos as
manobras e ficamos à deriva.
No18
dia seguinte, sendo violentamente castigados pela tempestade, começaram a
lançar fora a carga. No19 terceiro dia, lançaram fora, com as
próprias mãos, a armação do navio. Não20 aparecendo nem sol nem estrelas IV por
muitos dias, e continuando a abater-se sobre nós grande tempestade, finalmente
perdemos toda a esperança de salvamento.
Visto21
que os homens tinham passado muito tempo sem comer, Paulo levantou-se diante
deles e disse: “Os senhores deviam ter aceitado o meu conselho de não partir de
Creta, pois assim teriam evitado este dano e prejuízo. Mas22 agora
recomendo-lhes que tenham coragem, pois nenhum de vocês perderá a vida; apenas
o navio será destruído. Pois23 ontem à noite apareceu-me um anjo do
Deus a quem pertenço e a quem adoro, dizendo-me: ‘Paulo24, não tenha
medo. É preciso que você compareça perante César; Deus, por sua graça, deu-lhe
as vidas de todos os que estão navegando com você’. Assim25, tenham
ânimo, senhores! Creio em Deus que acontecerá do modo como me foi dito. Devemos26
ser arrastados para alguma ilha”.
Duas semanas mais tarde,
o navio se aproximou da terra. Os marinheiros não comiam há viários dias e
Paulo os aconselhou a alimentarem-se. Garantiu-lhes que Deus os protegeria.
Então, o navio se partiu, mas todos alcançaram a praia em segurança.
Uma1(versículo de Atos 28) vez em terra, descobrimos que a ilha se chamava Malta V. Os2 habitantes da ilha VI
mostraram extraordinária bondade para conosco. Fizeram uma fogueira e receberam
bem a todos nós, pois estava chovendo e fazia frio. Paulo3 ajuntou
um monte de gravetos; quando os colocava no fogo, uma víbora, fugindo do calor,
prendeu-se à sua mão. Quando4 os habitantes da ilha viram a cobra
agarrada na mão de Paulo, disseram uns aos outros: “Certamente este homem é
assassino, pois, tendo escapado do mar, a Justiça
VII não lhe permite viver”. Mas5 Paulo, sacudindo a
cobra no fogo, não sofreu mal nenhum. Eles6, porém, esperavam que
ele começasse a inchar ou que caísse morto de repente, mas, tendo esperado muito
tempo e vendo que nada de estranho lhe sucedia, mudaram de ideia e passaram a
dizer que ele era um deus.
Próximo7
dali havia uma propriedade pertencente a Públio, o homem principal da ilha. Ele
nos convidou a ficar em sua casa e, por três dias, bondosamente nos recebeu e
nos hospedou. Seu8 pai estava doente, acamado, sofrendo de febre e
disenteria. Paulo entrou para vê-lo e, depois de orar, impôs-lhe as mãos e o
curou. Tendo9 acontecido isso, os outros doentes da ilha vieram e
foram curados. Eles10 nos prestaram muitas honras e, quando
estávamos para embarcar, forneceram-nos os suprimentos que necessitávamos.
v
Para
entender a história
Apesar da violência da
tempestade no mar, Paulo nunca duvidou da promessa de Deus de que chegaria a
Roma. Sua fé inspira coragem nos que o rodeiam. O naufrágio em Malta dá a Paulo
a oportunidade de levar a mensagem cristã a uma outra comunidade.
v
Curiosidades
I. “De Adramítio” – O navio de Paulo vinha de um porto
situado na costa noroeste da Ásia Menor. Hoje, é a atual Edremit, na Turquia.
II. “Alguns lugares da província da Ásia” – Os navios
freqüentemente paravam nos portos ao longo da costa do Mar Mediterrâneo, por
razões de comércio. Barcos que deixavam o Egito e a costa leste do Mediterrâneo
seguiam esta rota mais longa, em vez de velejar diretamente para a Itália, por
causa dos ventos fortes do oeste.
III. “Um vento... chamado
Nordeste” – Este forte vento era conhecido também
como “euroaquilão”, termo usado para vento nordeste que descia das montanhas de
Creta. A palavra é uma junção das palavras “euros” (vento leste) e da palavra
latina “aquilo” (vento norte).
IV. “Nem sol nem estrelas” – No tempo de Paulo, os navegadores orientavam-se observando
a posição do sol e das estrelas. Privados desses recursos, eram incapazes de
aferir sua posição.
V. “A ilha se chamava
Malta” – Os romanos chamavam Malta de
“Melita”, que significa “refúgio”. Seu porto natural faz dela um refúgio para
os navios.
VI. “Os habitantes da ilha” – A palavra bíblica para o povo de Malta é “bárbaros”, que
significa “que não falam grego”. Os fenícios estabeleceram-se em Malta
aproximadamente em 1000 a.C. Os ilhéus, mais tarde, ficaram sob o domínio
grego, depois romano, mas mantiveram seu próprio dialeto.
VII. “Justiça” – O povo local deve ter se referido a Zeus, o rei dos deuses
gregos, notoriamente caprichoso. Segundo a mitologia grega, Zeus fazia
“justiça” aleatoriamente.
Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.
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