Estando Paulo em Jerusalém, alguns27(versículo
de Atos 21) judeus da
Província da Ásia, vendo Paulo no templo, agitaram toda a multidão e o
agarraram, gritando28: “Israelitas, ajudem-nos! Este é o homem que
ensina a todos em toda parte contra o nosso povo, contra a nossa lei e contra
este lugar. Além disso, ele fez entrar
gregos no templo I e profanou este santo lugar”. Anteriormente29
eles haviam visto o efésio Trófimo na cidade com Paulo e julgaram que Paulo o
tinha introduzido no templo.
Toda30
a cidade ficou alvoroçada, e juntou-se uma multidão. Agarrando Paulo, arrastaram-no
para fora do templo, e imediatamente as portas foram fechadas. Tentando31
eles matá-lo, chegaram notícias ao comandante
das tropas II romanas de que toda a cidade de Jerusalém estava
em tumulto. Ele32 reuniu imediatamente alguns oficiais e soldados, e
com eles correu para o meio da multidão. Quando viram o comandante e os seus
soldados, pararam de espancar Paulo.
Paulo foi preso e acorrentado. Quando estava para ser
açoitado, Paulo disse-lhes que era cidadão romano. O comandante fica alarmado e
decide levá-lo ao Sinédrio, para saber por que estava sendo acusado pelos
judeus.
Então6(versículo de Atos 23) Paulo, sabendo que alguns deles eram
saduceus e os outros fariseus, bradou no Sinédrio: “Irmãos, sou fariseu, filho
de fariseu. Estou sendo julgado por causa da minha esperança na ressurreição
dos mortos!” Dizendo7 isso, surgiu
uma violenta discussão III entre os fariseus e os saduceus, e a
assembléia ficou dividida. Os8 saduceus dizem que não há
ressurreição nem anjos nem espíritos, mas os fariseus admitem todas essas
coisas.
Houve9
um grande alvoroço, e alguns dos mestres da lei que eram fariseus se levantaram
e começaram a discutir intensamente, dizendo: “Não encontramos nada de errado neste
homem. Quem sabe se algum espírito ou anjo falou com ele?” A10
discussão tornou-se tão violenta que o comandante teve medo que Paulo fosse
despedaçado por eles. Então ordenou que as tropas descessem e o retirassem à
força do meio deles, levando-o para a fortaleza.
Na11
noite seguinte o Senhor, pondo-se ao lado dele, disse: “Coragem! Assim como você
testemunhou a meu respeito em Jerusalém, deverá testemunhar também em Roma”. Na12
manhã seguinte os judeus tramaram uma conspiração e juraram solenemente que não
comeriam nem beberiam enquanto não matassem Paulo.
A trama foi descoberta e Paulo foi enviado a Cesareia, onde
foi julgado perante Félix, governador romano. Os judeus acusavam Paulo, mas não
chegaram a nenhuma conclusão.
Passados27(versículo de Atos 24) dois
anos, Félix foi sucedido por Pórcio Festo IV; todavia, porque desejava manter
a simpatia dos judeus, Félix deixou Paulo na prisão.
Três1(versículo de Atos 25) dias depois de chegar à província,
Festo subiu de Cesareia para Jerusalém, onde2 os chefes dos
sacerdotes e os judeus mais importantes compareceram diante dele, apresentando
as acusações contra Paulo. Pediram3 a Festo o favor de transferir
Paulo para Jerusalém, contra os interesses do próprio Paulo, pois estavam
preparando uma emboscada para matá-lo no caminho. Festo4 respondeu: “Paulo
está preso em Cesareia, e eu mesmo vou para lá em breve. Desçam5
comigo alguns dos seus líderes e apresentem ali as acusações que têm contra
esse homem, se realmente ele fez algo de errado”.
Tendo6
passado com eles oito a dez dias, desceu para Cesareia e, no dia seguinte, convocou
o tribunal e ordenou que Paulo fosse trazido perante ele. Quando7
Paulo apareceu, os judeus que tinham chegado de Jerusalém se aglomeraram ao seu
redor, fazendo contra ele muitas e graves acusações que não podiam provar.
Então8
Paulo fez sua defesa: “Nada fiz de errado contra a lei dos judeus, contra o
templo ou contra César”.
Festo9,
querendo prestar um favor aos judeus, perguntou a Paulo: “Você está disposto a ir
a Jerusalém e ali ser julgado diante de mim, acerca destas acusações?”
Paulo10
respondeu: “Estou agora diante do tribunal de César, onde devo ser julgado. Não
fiz nenhum mal aos judeus, como bem sabes. Se11, de fato, sou
culpado de ter feito algo que mereça pena de morte, não me recuso a morrer. Mas
se as acusações feitas contra mim por estes judeus não são verdadeiras, ninguém
tem o direito de me entregar a eles. Apelo
para César! V”
Depois12
de ter consultado seus conselheiros, Festo declarou: “Você apelou para César, para
César irá!”
v
Para
entender a história
Quando os judeus de
Jerusalém ameaçaram Paulo com falsas acusações, ele se utilizou das divisões
internas entre seus acusadores para seu proveito. A perseguição e a prisão
resultam, para Paulo, numa nova viagem missionária para Roma.
v
Curiosidades
I. “Fez entrar gregos no templo” – O Templo era
dividido em vários pátios. Permitia-se aos não-judeus entrar no “Pátio dos
Gentios”, na parte externa, mas o acesso aos pátios internos era
terminantemente proibido. Sinais em pedra advertiam que qualquer estrangeiro
que ultrapassasse seria morto. Paulo era falsamente acusado de levar gregos ao
pátio interno. Esta acusação causou um tumulto na cidade.
II. “Comandante das tropas” – Trata-se de Cláudio Lísias, que era
encarregado da guarnição romana na Fortaleza Antônia. O forte era ligado à
parte final do Templo, do lado norte. Jesus fora levado à Fortaleza Antônia
após seu julgamento por Pôncio Pilatos. Paulo também foi levado para lá quando
foi preso.
III. “Surgiu uma violenta
discussão” – O Sinédrio era a corte suprema
judaica. No tempo de Paulo, era composto por 72 saduceus e fariseus. Estes dois
grupos surgiram durante o período entre o Antigo e o Novo Testamento e
sustentavam diferentes opiniões religiosas e políticas. Enquanto os fariseus
acreditavam na ressurreição dos mortos, os saduceus não acreditavam.
IV. “Félix foi sucedido
por Pórcio Festo” – Antônio Félix foi governador da
Judeia de 52 a 60 d.C. Tendo sido escravo, era um soberano brutal e corrupto.
Sua imoralidade e incompetência levaram, provavelmente, à sua destituição. Seu
sucessor, Pórcio Festo, era homem justo e respeitável.
V. “Apelo para César!” – Paulo exerce seu direito de cidadão romano para ser
julgado por César (que era o título do imperador), em Roma. Naquele tempo, o
imperador era Nero, que recebia influência de Sêneca, o filósofo, e ainda não
tinha começado a sua perseguição aos cristãos.
-
Nero: Se tornou imperador aos dezesseis anos. O
primeiro ano de seu governo foi moderado, mas logo se tornou um governador
brutal e devasso. Teve assassinados sua mulher, sua mãe e seu meio-irmão.
Crê-se que pôs fogo em Roma para construir para si mesmo um novo palácio.
Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.
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