Marcos
8:34-37
“Se alguém
quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá;
mas quem perder a sua vida por minha
causa e pelo evangelho, a salvará. Pois, que adianta ao homem ganhar o
mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderia dar em troca de
sua alma?”
Certa feita Pedro, respondendo a Jesus sobre quem eles – os
discípulos – diziam que Ele era, disse: “Tu
és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16). Este foi um
reconhecimento que não fora lhe dado por deduções humanas, por filosofias ou
por crenças religiosas, mas fora-lhe revelado “pelo Pai”, como Jesus em seguida
à sua resposta lhe diria. Reconhecer a Jesus como o Cristo, como nosso Senhor e
Salvador, é uma dádiva que Deus nos concede. Não chegamos a este reconhecimento
por méritos, por intelectualidade, pela filosofia, nem por outras fontes
espirituais.
Noutra ocasião, Pedro disse a Jesus: “Senhor, para quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (João
6:68). Esse reconhecimento de Pedro nos
deveria instigar, nos deveria fazer pensar um pouquinho. Poderíamos também nos
perguntar: “Para quem irei eu? Quem tem palavras de vida eterna?” Se nossa
resposta a nós mesmos e a Jesus for um “só Tu, Senhor”, então não deveria haver
mais dúvidas. Depois de “só Tu”, não há “também Tu”, ou “Tu mais que outros”...
“Só Tu” é o reconhecimento que nos faz perceber só Jesus em nossa vida, como o mantenedor que necessitamos.
Passamos a olhar só para Ele, como
aconteceu com os discípulos no monte da transfiguração que, após se depararem
com Jesus transfigurado diante deles, na companhia de Moisés e Elias, e ouvindo
a voz de Deus, passaram a somente ver
Jesus. Diz assim: E erguendo os olhos, não viram mais ninguém
a não ser Jesus (Mateus 17:8). Depois do reconhecimento de Jesus em
nossa vida, não olhamos para mais ninguém como fonte, somente Ele!
Para segui-Lo – ou acompanhá-Lo – temos que negar a nós mesmos,
significando dizer que as nossas ilusões e auto-enganos sobre a vida devem ser
postos de lado. Negar isso e assumir a Verdade que passa a habitar em nós,
tornando-nos templo do Espírito Santo,
é incondicional. Não pode haver segunda opção; depois de “só Tu”, não há mais
nada, nem ninguém – nem o nosso self,
o nós mesmos.
Temos que tomar a nossa cruz, ou seja, pregar na cruz todas as
coisas que não são coadunadas a Cristo e ao Evangelho, conformar nossa vida a
Cristo e ao Evangelho, renunciar o que destoa disso, e segui-Lo no chão da
vida, dia a dia, momento a momento. Isso fará toda a diferença.
Pois quem
quiser salvar a sua vida, a perderá, diz Ele. Isso me encafifou
bastante! Muitas vezes chegamos a um ponto da vida onde nos deparamos com o
pensamento de que não temos os bens materiais que, até aquele ponto ou idade,
desejaríamos ter. Não somos socialmente quem gostaríamos de ser ou poderíamos
ter sido. Nossa “vida privada e pessoal” não está naqueles conformes que
imaginávamos que poderia estar. Temos a sensação que “estamos perdendo a vida”.
E gostaríamos de estar “ganhando a vida”, ora bolas! Aí, queremos “salvar a
nossa vida”. Jesus diz que, se assim pensarmos ou procedermos, “perderemos a
nossa vida”!
Mas quem
perder a sua vida por minha causa e pelo
evangelho, a salvará, prossegue Ele. Ao tomarmos aquela decisão de
“só Tu”, poderemos ter, nalgum momento, a sensação de “estarmos perdendo a
vida”. Afinal, ao invés de conformarmos a nossa vida a Ele, poderíamos correr
atrás de outras coisas, correr atrás de “ganhar a vida”. É comum ouvirmos a
expressão “tenho que correr atrás, pois não estou com a vida ganha”. Ledo
engano. O “correr atrás”, sem Cristo, só nos cansa e não nos faz alcançar nada,
no que tange à perenidade. Afinal, que
adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ele nos dá a
segurança que, em permanecendo n’Ele e no Evangelho, nossa vida é salva!
É sempre uma questão de escolha nossa. Nem sempre nossa vida
está bem como gostaríamos, mas estará bem se confiarmos no Senhor. É uma
questão de a Quem submetemos o senhorio da vida.
Não importa como estamos neste momento. O Senhor sabe tudo sobre
nós: o que nos tem oprimido e feito errar, o que nos pesa no coração, e também
o que nos tem trazido alívio no momento do cansaço e da opressão, o que nos tem
feito olhar com o desejo de não errar mais, o que tem tornado nosso coração mais
leve, etc.
Ninguém jamais se arrependeu de ter “entregue” a sua vida aos
cuidados de Deus por meio de Cristo!
Na fé em Cristo, nos “realizaremos” por completo!
Quando “perdemos” a nossa vida – no sentido puramente mundano e
terráqueo – “ganhamos” a vida. A “ganhamos” ficando fieis a Jesus e ao Evangelho.
Ou, o que
o homem poderia dar em troca de sua alma? Ora, eu não quero trocar
minha alma – minha vida – por nada, sabendo que, se e quando estou n’Ele, eu
tenho tudo!
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt
Hilbert
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