O título do livro dos Juízes provavelmente foi sugerido pelo versículo
16 do capítulo 2, que diz: “Suscitou o Senhor juízes, que os livraram da mão
dos que os pilharam”. Os juízes eram pessoas cheias do Espírito Santo, que em
épocas de emergência nacional conduziram o povo à guerra e, depois de
libertá-los da opressão estrangeira, continuavam dirigindo os destinos da nação
na paz. Exerciam as funções de magistrados militares e civis.
Mediante convite feito a duas tribos ou mais para realizar uma ação
conjunta, vários dos juízes prepararam o caminho para a união das doze tribos
na futura monarquia.
Na tríplice divisão da Bíblia hebraica – Lei, Profetas e Escritos – o
livro dos Juízes acha-se entre os Profetas.
O livro dos Juízes contém a história dos treze juízes que governaram
Israel desde a morte de Josué até a época de Eli e Samuel. É possível que
alguns dos juízes tenham governado simultaneamente em diferentes regiões. O
livro dos Juízes abrange um período de aproximadamente 400 anos.
Juízes é um livro valioso pelas provas históricas que apresenta sobre o
desenvolvimento da religião de Israel durante os primeiros anos da conquista. O
livro abrange períodos de transição que se iniciam com a vida incerta e
desintegrada das tribos, até organizar-se uma federação que, finalmente,
culminou na formação da monarquia. As lutas internas das diversas tribos, com
seus problemas individuais, no meio de uma população estrangeira, são vistas
com maior clareza nos Juízes do que no Pentateuco ou em Josué.
Conquanto profetas posteriores tenham feito apelo mais vigoroso à
consciência do homem, o livro dos Juízes nos apresenta uma filosofia da
história que demanda a atenção do crente moderno. O descuido das ordenanças do
Senhor e a adoração de deuses falsos conduzem ao castigo, ao passo que o
arrependimento sincero proporciona o favor divino. O fato de que Deus trata com
a nação em face da atitude desta para com as leis morais divinas, merece hoje
nossa consideração.
Na ausência de informação precisa, várias sugestões têm sido
apresentadas com respeito ao autor do livro dos Juízes. A opinião mais aceita é
que Samuel, além de seu cargo de profeta, compilou o livro. A época em que foi
escrito este livro, pode ter sido durante sua retirada da vida pública. A
evidência interna insinua que o livro já estava em circulação antes de Davi
conquistar Jerusalém. Sem dúvida alguma, o escritor empregou anais escritos
deixados por juízes anteriores, relativos à época e aos acontecimentos de seu
respectivo governo.
Fred E. Young
Nenhum comentário:
Postar um comentário