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quarta-feira, 13 de maio de 2020

14 – Início da Vida Pública de Jesus



Jesus cresceu na Galileia e foi lá que ele iniciou sua vida pública e realizou muitos de seus milagres. A Galileia era a mais setentrional das três províncias da Palestina – Galileia, Samaria e Judeia. Pequena área de 70 km de comprimento e 40 km de largura, a Galileia era uma região de densas florestas e terras férteis. A leste, fazia limite com o Rio Jordão e o Mar da Galileia.
Jesus foi criado em Nazaré, mas a maior parte dos acontecimentos descritos nos três primeiros Evangelhos se passou perto de Cafarnaum, cidade próxima, às margens do Mar da Galileia. Jesus visitou muitas cidades e aldeias galileias no início de sua vida pública, todas elas próximas a Cafarnaum, que era a sua base (Mateus 4:13).

Os galileus
A Galileia tinha uma população mesclada de judeus e gentios. Era por vezes mencionada como “Galileia dos gentios” (Mateus 4:15). Tratava-se de uma região bastante isolada, à parte da Judeia e da Samaria, que era habitada sobretudo por não-judeus. Os galileus tinham forte sotaque e por isso eram facilmente reconhecidos (Marcos 14:70). Os da Judeia achavam que o seu sangue judaico era mais puro que o dos galileus e desprezavam o sotaque destes. Muitos não acreditavam que o Messias pudesse vir da Galileia (João 7:41).
O Lago da Galileia (chamado também de Mar da Galileia, apesar de ser de água doce, alimentado principalmente pelo Rio Jordão) era importante fonte de alimento e trabalho. Muitos galileus eram pescadores e havia, no tempo de Jesus, nove grandes colônias em torno do lago. As mais importantes eram Betsaida, Tiberíades e Cafarnaum.

A situação política
A Palestina estava profundamente afetada pela presença romana. Pagava impostos pesados e sofria a humilhação de um exército de ocupação. Durante a vida pública de Jesus, a Galileia era uma província romana, mas tinha um governador palestino, Herodes Antipas. A Judeia, porém, estava sob o governador romano Pôncio Pilatos.
A região retornara ao controle romano em 6 d.C., quando Jesus era menino. Isso havia provocado a revolta de um grupo nacionalista judeu – os zelotes – que organizava atos terroristas contra a força de ocupação. O seu líder foi Judas, o Galileu. Ele e seus seguidores se recusavam a pagar impostos ao imperador romano e lutavam pela independência da Palestina.

A vida pública de Jesus
Jesus pregava ao povo judeu acerca do “Reino de Deus” e do “Reino dos Céus”. Esses termos se referem ao Reino de Deus celestial. Jesus ensinava que, para entrar no Reino de Deus, as pessoas precisavam passar por um renascimento espiritual (João 3:5) e se entregar totalmente a Deus. Fazendo isso, receberiam a vida eterna.

Parábolas e milagres
Para ilustrar um princípio religioso ou lição moral, Jesus usava, como outros mestres do seu tempo, histórias singelas sobre a vida diária, também chamadas parábolas. Muitas delas realçavam a importância do amor e compaixão para com os desafortunados.
Jesus também efetuou muitos milagres. Ele insistia em que não o fazia para a sua própria glória, mas para demonstrar a verdade de sua mensagem. Os Evangelhos registram cerca de 35 eventos milagrosos. Os milagres traziam salvação para os rejeitados, doentes e moribundos.

Os doze discípulos
Entre os seus discípulos, Jesus escolheu doze homens como mensageiros especiais. Esses doze também eram conhecidos como “apóstolos” (Marcos 3:14).  Eles eram pessoas comuns vindas dos campos da Galileia.
Os apóstolos viajavam com Jesus por toda parte, presenciando seus milagres e aprendendo com seus ensinamentos. Jesus então os enviou para difundir a sua pregação, ensinando e curando. Ele também os instruiu à parte, longe da multidão de seguidores, de modo a prepará-los para a sua morte e ressurreição.
· Simão Pedro: Simão Pedro, irmão do discípulo André, era pescador na Galileia. Foi um dos primeiros a serem chamados para seguir Jesus e passou a ser reconhecido como líder e porta-voz dos apóstolos. Jesus mudou o nome de Simão para “Pedro”. Segundo o Evangelho de Mateus, isso ocorreu por ter Simão reconhecido Jesus como o Messias (Mateus 16:16). Ele era o líder do círculo íntimo dos três apóstolos – Pedro, Tiago e João – que eram particularmente próximos de Jesus. Pedro tinha um temperamento impetuoso, mas uma fé inquebrantável em Jesus.
· Tiago: Tiago, outro pescador, era filho de Zebedeu e irmão de João. Devido às suas naturezas impulsivas, Jesus apelidou os dois irmãos de “Filhos do Trovão” (Marcos 3:17). Salomé, sua mãe, também era discípula de Jesus (Mateus 27:56).
· João: João é tido como o irmão mais novo de Tiago, pois sempre é mencionado depois deste. É apontado como o discípulo “a quem Jesus amava” (João 13:23). Tradicionalmente se crê que foi o autor de um Evangelho.
· Mateus: Acredita-se que Mateus seja o mesmo “Levi” que trabalhava como coletor de impostos (publicano) em Cafarnaum e arredores. O povo judeu desprezava os coletores, não só por serem corruptos, mas também por arrecadarem dinheiro para os romanos. Admite-se que também ele foi autor de um Evangelho.
· Tomé: No Evangelho de João, Tomé era conhecido como “Dídimo”, palavra grega que significa “gêmeo” (João 11:16).
· Bartolomeu: O nome de Bartolomeu só aparece nas listas dos apóstolos. Supõe-se que ele seja Natanael, mencionado no Evangelho de João (João 1:45-49).
· Filipe: Como André e Pedro, Filipe vinha de Betsaida (João 1:44). Juntou-se a Jesus na mesma ocasião que Natanael.
· André: André era irmão de Pedro e pescador de Betsaida. Antes de seguir Jesus, fora discípulo de João Batista (João 1:35-40).
· Tiago, Judas Tadeu e Simão: O Novo Testamento lista três outros apóstolos. Eles eram Tiago, filho de Alfeu, Judas Tadeu, filho de Tiago, e Simão, o Zelote. Este Simão possivelmente pertencia à seita fanática dos zelotes.
· Judas Iscariotes: Judas era o único apóstolo de fora da Galileia; sua cidade natal era Kerioth, no sul da Judeia. Na lista dos apóstolos, ele é sempre nomeado por último e mencionado como aquele “que o traiu” (Mateus 10:4). É provável que ele fosse um apóstolo importante, pois era o tesoureiro do grupo.

Família e amigos
Durante a vida pública de Jesus, não há referências a José, mas sua mãe Maria é mencionada duas vezes – uma em Caná, quando Jesus transformou água em vinho, e a outra quando ele pregava a uma multidão de seguidores. Nesta ocasião, Maria quis vê-lo, mas ele disse que sua nova família eram seus discípulos, “os que ouvem a palavra de Deus e a seguem” (Lucas 8:19-21). Depois, Maria também é mencionada durante a crucificação e, depois ainda, quando Jesus aparece já ressuscitado.
Segundo as Escrituras, Jesus tinha quatro irmãos: Tiago (que depois se tornaria um dos principais líderes da igreja em Jerusalém), José, Simão e Judas, bem como irmãs (Mateus 13:55-56).
Os amigos mais íntimos de Jesus eram Lázaro e suas irmãs, Maria e Marta, que viviam em Betânia, próximo de Jerusalém (João 11: 3, 5, 36). Quando foi a Jerusalém, Jesus os visitou três vezes. O Evangelho de João registra como Jesus trouxe Lázaro de volta à vida, quatro dias após sua morte (João cap. 11).

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

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