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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Desilusão...

          No mesmo dia em que as mulheres tinham encontrado a sepultura vazia e levado a mensagem dos anjos, sobre a ressurreição de Jesus Cristo, ao círculo dos discípulos, dois desses discípulos puseram-se a caminho de uma aldeia localizada a duas horas de caminho de Jerusalém. Eles também tinham recebido as boas novas das mulheres, mas sabiam tão pouco o que fazer com essa informação como os restantes discípulos reunidos em Jerusalém, que achavam que a notícia da ressurreição era «conversa fiada». Por isso, os dois peregrinos só tinham um único tema de conversa: a sua desilusão profunda face a tudo o que acontecera.
          É possível que também nós sejamos um dia profundamente desiludidos. As nossas expectativas não foram satisfeitas; ou até aconteceu o contrário daquilo que nós esperávamos. Estamos desiludidos com o apóstolo, com o sacerdote, com os irmãos e irmãs, com alguém que nos é muito próximo.
          Talvez até estejamos desiludidos com o amado Deus e já não o conseguimos entender. Até a comunidade pode parecer-nos estranha, afastada, já não entendemos nada do que se passa lá; tudo acabou por acontecer de maneira diferente à que nós esperávamos. Tudo parece já não ter sentido e ter sido em vão, já só se sente um vazio interior.
          Ninguém está salvo de ter de passar por momentos de amarga desilusão. Como acontece com todos os males e obstáculos incontornáveis, a questão mais importante será a pergunta: como é que eu lido com tais situações? A forma mais fácil parece ser a de fugir, afastar-se, sair da comunhão. E alguns até se afastam de Deus por estarem desiludidos com Ele. Mas isso não vai resolver nem ajudar a superar a desilusão, antes pelo contrário. Muitas vezes, ela continua a apoquentar-nos no nosso interior e acompanha-nos durante anos, como uma sombra escura, talvez até mesmo durante uma vida inteira.
          Os discípulos de Emaús conseguiram ajuda, pois pediram ao Senhor: “Fica connosco!” O Senhor atendeu esse pedido, sentou-se juntamente com eles à mesa, ceou com eles e tudo se resolveu (Lucas 24).
          O Senhor consegue tirar-nos desse estado de desilusão profunda e sabe como voltamos à alegria. É preciso que não lhe viremos as costas, mas que lhe digamos o nosso desejo: Senhor, fica comigo, não me abandones. Não quero perder-te. Embora já não te consiga entender, embora esteja desiludido contigo, ajuda-me, por favor, eu quero ficar junto de Ti! Se este desejo, esta ansiedade de estar em unanimidade com Cristo, de ter comunhão com Ele, prevalecer sempre forte na nossa vida, o Senhor poderá e irá ajudar-nos sempre.
          Quando eu deixo de entender este mundo, e também o amado Deus, quando tudo acontece de forma diferente à que eu imaginava, eu penso no Senhor Jesus e em como seria se Ele agora viesse ter comigo e me perguntasse: “Amas-me?” Então eu diria: “Senhor, para ser sincero, eu não te estou a entender, mas sei uma coisa com toda a certeza: eu amo-te de todo o coração!” E então eu sei: Ele ajuda. E tudo ficará em ordem de novo.

Retirado de um Serviço Divino do Apóstolo Maior 
Fonte: http://igrejanovaapostolica.org/site/ndice/portugus/palavra_do_ms/palavras_do_ms/view-details-id-59.htm 

Um comentário:

  1. A desilusão é quase sempre imperceptível para quem, amando o que é bom, a sofre.

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