O AMOR QUE NOS PRECEDE NOS TRANSFORMA A PARTIR DE DENTRO E AGE EM NÓS E
CONOSCO
Paulo apóstolo, vê num texto do Deuteronômio uma exegese profunda ao verificar em Moisés quando esse disse: “Deus não está demasiado alto nem demasiado longe do homem” (Dt.30,11-14). O apóstolo vê nessa afirmação de Moisés, a proximidade da palavra de Deus que se concretiza na presença de Jesus no cristão. Nós temos que ser a manifestação concreta da pessoa de Cristo em nossa vida diária e com a convicção de que: “Cristo desceu à terra e ressuscitou dos mortos: com a sua encarnação e ressurreição, o Filho de Deus abraçou o percurso inteiro do homem e habita nos nossos corações por meio do Espírito Santo”. (Lumen Fidei” – nº20). E segue o texto: “A fé sabe que Deus Se tornou muito próximo de nós, que Cristo nos foi oferecido como grande dom que nos transforma interiormente, que habita em nós, e assim nos dá a luz que ilumina a origem e o fim da vida, o arco inteiro do percurso humano”(ibidem). Dentro dessa visão da fé podemos inferir de que há uma transformação em nossa vida, que se expressa no “amor” que vai além de nós mesmos. Partindo dessa ótica podemos afirmar: “O cristão pode ter os olhos de Jesus, os seus sentimentos, a sua predisposição filial, porque é feito participante do seu Amor, que é o Espírito; é neste Amor que se recebe, de algum modo, a visão própria de Jesus”. (Lumen Fidei – nº21). De maneira que fora da presença do Espírito que o infunde nos nossos corações à conformação do “Amor” é impossível confessar Jesus como Senhor (1Cor.12,3).
O CRISTÃO FORMA UM SÓ CORPO EM CRISTO E COM OS IRMÃOS DA FÉ SEM PERDER A
INDIVIDUALIDADE
Essa é uma afirmação importante dentro do contexto da cultura contemporânea, embora, sempre em contraposição ao modismo da New Age=Nova Era, pois a mesma quer unir tudo para diluir tudo num todo (holismo), que está em alta em certas “espiritualidades” que deslocam o valor da individualidade para um intimismo, aliás, nocivo à realização da própria pessoa, porque a mesma faz perder o “EU”, que a identifica como tal. Ora, olhando a figura de Jesus, vemos o espelho nosso que retrata a unidade, embora deva ficar claro de que essa mesma unidade não reduz o cristão como uma parte do “todo anônimo”. Ao contrário, mantém a unidade na diversidade e sempre salvaguardando a individualidade e o “eu” de cada ser humano. Isso é o respeito à personalização do “Humano”. “A fé tem uma forma necessariamente eclesial, é professada partindo do corpo de Cristo, como comunhão concreta dos que creem”.(Lumen Fidei –nº22). E continua: “A partir deste lugar eclesial, ela abre o indivíduo cristão a todos os homens (...) uma vez escutada, a palavra de Cristo, pelo seu próprio dinamismo, transforma-se em resposta no cristão, tornando-se ela mesma palavra pronunciada, confissão de fé”. (Ibidem). Partindo desse pressuposto inferimos de que a fé não é um ato isolado, mas nasce da escuta e se destina a ser pronunciada e a ser anunciada, pois a fé torna-se operativa no cristão a partir do dom recebido, a partir do Amor que o atrai para Cristo. (Gl.5,6). São Paulo nos diz: “Como hão de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão de acreditar, falar, sem alguém que O anuncie?” (Rm.10,14). Assim se conclui de que: “A fé torna-se operativa no cristão a partir do dom recebido, a partir do Amor que o atrai para Cristo” (Gl 5,6), e nos torna participantes do caminho da Igreja, peregrina na história rumo à perfeição. “Para quem foi assim transformado, abre-se um novo modo de ver e a fé torna-se luz para os seus olhos” (Ibidem). Pense e reflita.
Este texto é uma gentileza do Padre Ari Antônio da Silva, amigo deste blog, e
que pode ser lido também em http://padreari.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário