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terça-feira, 5 de junho de 2012

Caráter de Urgência

João 4:46-53
Mais uma vez ele visitou Caná da Galiléia, onde tinha transformado água em vinho. E havia ali um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum. A transformação de água em vinho foi o primeiro milagre ou sinal que Jesus realizou. Isso fez com que os discípulos que Ele havia arrebanhado até então cressem n’Ele. Depois de algum tempo, Jesus retornava àquela localidade. Estava lá um oficial do rei, pessoa importante e de notório destaque, que tinha um filho doente, que estava em Cafarnaum. Cafarnaum ficava a quase 30 quilômetros de Caná. Talvez o oficial estivesse em alguma missão real, ou talvez ele trabalhasse em Caná, não se sabe ao certo. O fato é que ele estava ali, e certamente estava muito angustiado, por ter um filho doente em casa.
Quando ele ouviu falar que Jesus tinha chegado à Galiléia, vindo da Judéia, procurou-o e suplicou-lhe que fosse curar seu filho, que estava à beira da morte. Quando Jesus chegou de volta em Caná, Ele já era bem conhecido, pois seus ensinamentos se espalhavam e Ele chamava a atenção das pessoas por onde passava. Por isso o oficial ficou sabendo que Ele estava lá e foi ao encontro d’Ele. Percebemos que o seu filho não estava apenas doente, como se fosse com uma gripe ou outra coisa leve. O caso era grave, pois estava à beira da morte. Dá para imaginar o desespero deste pai, longe de casa, angustiado e, talvez, já com pouca esperança de ver restabelecida a saúde do filho. Mas, ao ouvir falar de Jesus, não teve dúvida: foi ao encontro d’Ele. Sua intenção inicial era levar Jesus até onde seu filho se encontrava – suplicou-lhe que fosse curar seu filho –, só que distava quase 30 quilômetros – e isso em linha reta, imagine as curvas da estrada, talvez fosse uma distância ainda maior. Se Jesus fosse junto até lá, certamente não iria sozinho, seria acompanhado por seus discípulos e por quem mais tivesse o desejo de ver o que Ele poderia fazer para ajudar um menino à beira da morte. Seria uma turma toda, nada pequena, se deslocando a pé ou em lombo de burro. E isso em caráter de urgência, pois não se saberia se poderiam chegar ainda a tempo de fazer alguma coisa, em vista da gravidade da situação.
Disse-lhe Jesus: “Se vocês não virem sinais e maravilhas, nunca crerão”. Jesus estava ciente do impacto que um sinal ou um acontecimento fora da normalidade provoca nas pessoas. Isso as impacta, causa-lhes um espanto que alavanca a credulidade. Por um lado, é bom, mas, por outro, demonstra que o ser humano está sempre se impondo uma auto-limitação, onde é preciso “ver para crer”.
O oficial do rei disse: “Senhor, vem, antes que o meu filho morra!”.  Percebe-se que o oficial não estava nem aí para um simples fato de ver um milagre para poder crer. Ele não estava num estágio de ver para crer. Ele estava num extenuante estágio de caráter de urgência. Ele não tinha tempo para divagações, para ponderações, para tergiversações teológicas, para “testes” com finalidade de tentar se convencer de que Jesus seria o Cristo ou coisa do tipo. Ele não tinha tempo para filosofia ou religiosidade. Ele vivia uma situação de vida ou morte. Vida ou morte de seu filho. Dá para perceber a situação? E outro ponto: na situação em que se encontrava, esse oficial não necessitava ver um sinal para poder crer. Podemos perceber que, de uma certa forma, ele já cria e já tinha fé, caso contrário não teria ido ao encontro de Jesus. Era uma situação de desespero, sim, mas, paradoxalmente, também era uma situação de esperança.
Jesus respondeu: “Pode ir, o seu filho continuará vivo”. O homem confiou na palavra de Jesus e partiu. Aqui chegamos ao ponto alto da história! Jesus, diante do desespero de um pai com um filho doente noutra cidade nem se inclinou a ir com ele, visitar o filho e ver o que poderia ser feito. Ele só disse: “Pode ir, o seu filho continuará vivo”. Hein? “Fica tranqüilo, meu camarada, pode ir. Não esquenta mais, teu guri vai ficar bem”. “Mas o senhor não vem comigo? Vamos lá, é preciso que o senhor o veja. O caso é grave, ele está morrendo, caramba! E o senhor me manda embora, dizendo que ele vai ficar bem? Só isso? Só isso? E quer que eu acredite nisso? O senhor só diz isso e quer que eu acredite que meu filho ficará bom? Ah, eu não acredito nisso! Não é possível! O que é que eu estou fazendo aqui? Perdi meu tempo!”. Se algum de nós estivesse no lugar desse pai, não poderia ser mais ou menos essa a nossa reação? Talvez esperássemos ver algo fantástico, alguém vociferando “esteja curado”, muletas voando ou cadeiras de roda sendo erguidas. Talvez quiséssemos ver “fogo cair do céu”. Mas não aquele homem. Para ele, ouvir “Pode ir, o seu filho continuará vivo” foi o suficiente. Só isso lhe bastou, pois ele confiou na palavra de Jesus e partiu. Ele se foi, acreditando piamente que tudo estava resolvido.
Estando ele ainda a caminho, seus servos vieram ao seu encontro com notícias de que o menino estava vivo. Quando perguntou a que horas o seu filho tinha melhorado, eles lhe disseram: “A febre o deixou ontem, à uma hora da tarde”. Eu me liguei numa coisa aqui, não sei se você percebeu: este homem confiou tanto na palavra de Jesus que ele não saiu de Caná imediatamente, disparado feito louco para ver se o filho estava melhor, para comprovar o cumprimento da palavra do Senhor; ele partiu, provavelmente, no dia seguinte, pois os servos que foram ao seu encontro com a boa notícia disseram que “a febre o deixou ontem. Isso mostra que o homem não desconfiou em nenhum momento do que ouvira de Jesus. Mostra que ele ficou realmente tranqüilo, pois foi com calma ver o cumprimento da palavra. Muito legal isso, não é? E nós? Será que somos capazes de confiar numa única palavra do Senhor, e não só confiar na palavra em si, mas seguirmos o caminho com calma, seguros de que se cumprirá o que a palavra diz? Hein? Boa questão, não é? E mais uma coisinha: os servos do oficial vinham a seu encontro com as boas novas. Quando a palavra do Senhor age e seguimos em confiança, os efeitos do cumprimento da palavra vêm ao nosso encontro!
Então o pai constatou que aquela fora exatamente a hora em que Jesus lhe dissera: “O seu filho continuará vivo”. Este homem viveu a experiência da vivacidade da palavra do Senhor!
Assim, creram ele e toda a sua casa. Uma única palavra, capacitada para recriar condições plenas de vida, expandiu-se e produziu fé em toda uma família e – quem sabe? – nos vizinhos da família do oficial também; afinal, não é só notícia ruim que corre, notícias boas também correm e se espalham...
Essa história, relatada nas Escrituras, é show de bola! E há outras. Ao invés de perder tempo dando uma espiadinha no Big Brother (que já acabou, ufa!), invista tempo e dê uma espiadinha na Big Bíblia!

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
UM LIVRE DISCÍPULO DE CRISTO

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