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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

75 – O Primeiro Concílio da Igreja (Atos 15)


 

Alguns1(versículo de Atos 15) homens desceram da Judeia para Antioquia e passaram a ensinar aos irmãos: “Se vocês não forem circuncidados I conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos”. Isso2 levou Paulo e Barnabé a uma grande contenda e discussão com eles. Assim, Paulo e Barnabé foram designados, junto com outros, para irem a Jerusalém tratar dessa questão com os apóstolos e com os presbíteros. A3 igreja os enviou e, ao passarem pela Fenícia e por Samaria, contaram como os gentios tinham se convertido; essas notícias alegravam muito a todos os irmãos. Chegando4 a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros, a quem relataram tudo o que Deus tinha feito por meio deles.

Então5 se levantaram alguns do partido religioso dos fariseus que haviam crido e disseram: “É necessário circuncidá-los e exigir deles que obedeçam à Lei de Moisés”.

Os6 apóstolos e os presbíteros se reuniram para considerar essa questão. Depois7 de muita discussão, Pedro levantou-se e dirigiu-se a eles: “Irmãos, vocês sabem que há muito tempo Deus me escolheu dentre vocês para que os gentios ouvissem de meus lábios a mensagem do evangelho e cressem. Deus8, que conhece os corações, demonstrou que os aceitou, dando-lhes o Espírito Santo, como antes nos tinha concedido. Ele9 não fez distinção alguma entre nós e eles, visto que purificou os seus corações pela fé. Então10, por que agora vocês estão querendo tentar a Deus, pondo sobre os discípulos um jugo que nem nós nem nossos antepassados conseguimos suportar? De11 modo nenhum! Cremos que somos salvos pela graça de nosso Senhor Jesus II, assim como eles também”.

Toda12 a assembléia ficou em silêncio, enquanto ouvia Barnabé e Paulo falando de todos os sinais e maravilhas que, por meio deles, Deus fizera entre os gentios. Quando13 terminaram de falar, Tiago III tomou a palavra e disse: “Irmãos, ouçam-me. Simão14 nos expôs como Deus, no princípio, voltou-se para os gentios a fim de reunir dentre as nações um povo para o seu nome. Concordam15 com isso as palavras dos profetas, conforme está escrito [...]. Portanto19, julgo que não devemos pôr dificuldades aos gentios que estão se convertendo a Deus. Ao20 contrário, devemos escrever a eles...”

Então22 os apóstolos e os presbíteros, com toda a igreja, decidiram escolher alguns dentre eles e enviá-los a Antioquia com Paulo e Barnabé. Escolheram Judas, chamado Barsabás, e Silas, dois líderes entre os irmãos. Com23 eles enviaram a seguinte carta:

“Os irmãos apóstolos e presbíteros,

aos cristãos gentios que estão em Antioquia, na Síria e na Cilícia:

Saudações.”

“Soubemos24 que alguns saíram de nosso meio, sem nossa autorização, e os perturbaram, transtornando a mente de vocês com o que disseram. Assim25, concordamos todos em escolher alguns homens e enviá-los a vocês com nossos amados irmãos Paulo e Barnabé, homens26 que têm arriscado a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto27, estamos enviando Judas e Silas IV para confirmarem verbalmente o que estamos escrevendo. Pareceu28 bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês nada além das seguintes exigências necessárias: Que29 se abstenham V de comida sacrificada aos ídolos, do sangue, da carne de animais estrangulados e da imoralidade sexual. Vocês farão bem em evitar essas coisas”.

“Que tudo lhes vá bem”.

Uma30 vez despedidos, os homens desceram para Antioquia, onde reuniram a igreja e entregaram a carta. Os31 irmãos a leram e se alegraram com a sua animadora mensagem. Judas32 e Silas, que eram profetas, encorajaram e fortaleceram os irmãos com muitas palavras.

 

v     Para entender a história

O debate sobre a circuncisão dos gentios evidencia as diferenças entre os ensinamentos de Moisés e dos cristãos dentro da Igreja. O Concílio de Jerusalém chega a uma decisão. Judeus e gentios são instados ao respeito mútuo em relação aos valores tradicionais uns dos outros e a buscarem uma nova unidade na mensagem do Evangelho.

 

v     Curiosidades

                                      I.     “Se vocês não forem circuncidados” – Muitos cristãos judeus acreditavam que a Igreja devia seguir a Lei Mosaica. Paulo acreditava que a circuncisão ia contra a mensagem de Jesus. Paulo escreveu: “Pois nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos pelo Espírito de Deus, que nos gloriamos em Cristo Jesus e não temos confiança alguma na carne” (Filipenses 3:3).

                                   II.     “Pela graça de nosso Senhor Jesus” – Pedro queria liberdade de escolha para os gentios convertidos. Baseava seu argumento no ensinamento de Jesus e em sua visão sobre animais impuros (Atos 11:7-9). Acreditava que a salvação por intermédio de Jesus era espiritual, não física, portanto as leis mosaicas deveriam ser postas de lado.

                                III.     “Tiago” – Aqui não se trata do apóstolo Tiago, irmão de João, que foi morto à espada. A maioria dos estudiosos concorda que se trata de Tiago, irmão de Jesus, que se converteu somente depois da morte e ressurreição deste, e que é o mesmo que escreve a epístola que leva o seu nome no Novo Testamento. Ele tornou-se um dos líderes da Igreja em Jerusalém.

                                IV.     “Judas e Silas” – Trata-se de Judas Barsabás, que foi um dos líderes em Jerusalém. Viajou com Silas, outra iminente figura da Igreja primitiva. Silas acompanhou Paulo em sua segunda viagem missionária. Como Paulo, Silas também tinha cidadania romana. Também desempenhou um importante papel na Igreja em Corinto.

                                   V.     “Que se abstenham” – Recomendava-se aos crentes gentios que fossem sensíveis a algumas tradições judaicas. As regras sobre alimentação eram necessárias para preservar a unidade e prevenir transgressões. Os apóstolos sustentavam que os padrões morais estabelecidos no Velho Testamento se aplicassem a todos os cristãos. Mas, agora, há uma nova ênfase na liberdade e autodisciplina. Paulo escreveu: “Tudo é permitido, mas nem tudo convém. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica” (1º Coríntios 10:23).

 

- O Concílio de Jerusalém: Foi um concílio de apóstolos e presbíteros das igrejas de Antioquia e Jerusalém. O concílio se reuniu por volta do ano 49 d.C., para debater as questões levantadas por uma minoria de judeu-cristãos que queriam que todos os gentios convertidos fossem circuncidados.

 

- Sacrifícios: O sacrifício fazia parte da adoração ritual dos judeus, assim como de muitas outras nações. A Igreja primitiva rejeitava esta tradição judaica. Paulo argumenta que a morte de Jesus foi o sacrifício definitivo; Jesus deu sua vida para redimir a humanidade.

 

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

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