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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Atos dos Apóstolos



Em Atos 1:8 o Cristo ressurreto declara o propósito do batismo no Espírito Santo: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Em virtude de sua localização e ênfase, este versículo parece designar com clareza o objetivo do livro de Atos dos Apóstolos.
O livro constitui a principal história do estabelecimento e da extensão da Igreja entre judeus e gentios, mediante a gradual localização de centros de influência em pontos destacados do Império Romano, desde Jerusalém até Roma. Além disso, Lucas organiza este material histórico de tal maneira que o progresso do Evangelho é de imediato evidente. Trata-se de uma história gráfica, cujo objetivo não é apenas narrar, mas edificar. Portanto, podemos considerar os Atos dos Apóstolos como um sermão de caráter histórico acerca do poder cristão: sua fonte e seus efeitos. Sua fonte é o batismo com o Espírito Santo, e o efeito é o poder de dar testemunho perante o mundo. Esse testemunho é apresentado como resumo no sermão de Pedro dirigido aos membros da dispersão congregados em Jerusalém, e em pormenores progressivas através do restante do livro.
Outro ponto de destaque é a conversão de Paulo, suas viagens apostólicas, contendo narrativas pormenorizadas de episódios impressionantes de enfrentamento de adversidades, bem como detalhes pontuais de suas visitas a igrejas – algumas das quais ele mesmo iniciou – e discursos seus que só se encontram neste livro. Também, o livro ajuda a entender alguns contextos históricos e culturais que são objetos de escritos de Paulo nas epístolas que se encontram na sequência da narrativa bíblica.
A opinião quase universalmente aceita é que o Evangelho segundo Lucas e os Atos têm um autor comum. O autor dos Atos dos Apóstolos começa fazendo referência ao “primeiro tratado” que se interpreta como a primeira prestação ou entrega do mesmo volume histórico, dirigido a Teófilo, a mesma pessoa. Existem pelo menos três argumentos que confirmam a paternidade literária de Lucas. Primeiro, existe a evidência do uso da primeira pessoa plural nas seções 16:10-17; 20:5-15; 21:1-18; 27:1; 28:16, sugerindo que o autor era testemunha ocular, como o foi Lucas. Segundo, há provas de que o escritor era médico. E, terceiro, uma ampla e convincente tradição apóia a paternidade literária de Lucas.
Aparentemente, o livro de Atos dos Apóstolos foi escrito em derredor da época do encarceramento de Paulo em Roma, com cujo relato termina o livro.

John H. Gerstner

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