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domingo, 1 de setembro de 2019

Transformar Água em Vinho



No terceiro dia houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava ali; Jesus e seus discípulos também haviam sido convidados para o casamento. Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.
Respondeu Jesus: “Que temos nós em comum, mulher? A minha hora ainda não chegou”.
Sua mãe disse aos serviçais: “Façam tudo o que ele lhes mandar”.
Ali perto havia seis potes de pedra, do tipo usado pelos judeus para as purificações cerimoniais; em cada pote cabiam entre oitenta e cento e vinte litros.
Disse Jesus aos serviçais: “Encham os potes com água”. E os encheram até a borda.
Então lhes disse: “Agora, levem um pouco ao encarregado da festa”.
Eles assim fizeram, e o encarregado da festa provou a água que fora transformada em vinho, sem saber de onde este viera, embora o soubessem os serviçais que haviam tirado a água. Então chamou o noivo e disse: “Todos servem primeiro o melhor vinho e, depois que os convidados já beberam bastante, o vinho inferior é servido; mas você guardou o melhor até agora”.
Este sinal miraculoso, em Caná da Galileia, foi o primeiro que Jesus realizou. Revelou assim a sua glória, e os seus discípulos creram nele.

Este texto se encontra no Evangelho de João, capítulo 2, versículos 1 a 11. É o célebre e conhecido “milagre da transformação da água em vinho”.
Sobre isso, quero falar um pouco, olhando sob um prisma diferente. Assim:
Desde os tempos da ressurreição de Jesus e, consequentemente, bem próximo do tempo do “início da Igreja”, é que existe o mandamento de “pregar o Evangelho”. Atesta-se isso com estas passagens:
Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas (Marcos 16:15). Aqui Jesus comissiona todos a pregarem o Evangelho.
Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum (Atos 2:42-44). Aqui inicia-se, de fato e de forma prática, a Igreja.
Pois bem. Assim como naqueles tempos, em tempos hodiernos não é diferente: pregar o Evangelho e manter-se unido como Igreja – e Igreja são as pessoas que regem suas vidas pelos ensinamentos de Jesus, independente de denominações eclesiásticas – segue sendo um mandamento ad infinitum.
Assim, cabe isso a mim e a você que por aqui lê o que escrevo e compartilho.
Especificamente no que tange a pregar o Evangelho, dentro das minhas possibilidades, é o que vou fazendo. Faço-o pelas mídias – blog Livres Discípulos de Cristo, Facebook, WhatsApp – e ao vivo, pessoalmente, in loco, sempre que a oportunidade se dá.
 Então – como aqui e agora – vou pregando...
Bem, dentro desse ato de pregar e compartilhar o Evangelho – a Palavra, que é Cristo –, podemos “cair numa tentação”: não nos contentarmos apenas em pregar e compartilhar, mas também tentar “convencer” ao outro.
Às vezes, diante de alguma reticência – ou resistência – daquele a quem pregamos, podemos nos sentir impacientes; achamos que temos o “dever” de convencer. Ansiosamente, podemos tentar “empurrar goela abaixo” a mensagem que tentamos passar. Como pode ser que o outro, aparentemente, não aceita o que dizemos de Jesus? O que podemos fazer para convencê-lo? Ah, não posso deixar isso assim; tenho que fazer alguma coisa incisiva!
Essa tentação, esse afã, essa ansiedade da nossa parte e esse ímpeto podem frustrar nossa tarefa – simples, de somente compartilhar o Evangelho – e podem – normalmente fazem! – impedir que o outro receba o que tentamos lhe dar. Diante desse nosso “avanço” o outro “recua” e “se fecha”, não só para nós, mas – infelizmente! – para o Evangelho. E a responsabilidade foi nossa! Como? Por tentarmos forçar a barra!
O que fazer, então?
Não é o que fazer, mas como fazer.
Como fazer, então?
Simples: O Evangelho mesmo nos ensina o modus operandi. E o aprendi pela Palavra acima, a da “transformação da água em vinho”. Vou explicar:
O que Jesus pede?
Que encham os potes (algumas traduções dizem talhas) de água. E encher até a borda, ou seja, por completo.
Ponto. Era esse o trabalho dos serviçais.
Depois disso feito, a água, miraculosamente – pelo agir silencioso e imperceptível de Jesus – se transformou em vinho.
Desde há muito que, na Bíblia, se relaciona a água à Palavra; a água representa, figuradamente, a Palavra de Deus. E se relaciona, de forma análoga, o vinho ao sangue de Cristo, que traz em si mesmo o perdão dos pecados, a redenção e a transformação “do velho homem” para o “novo homem”. Resumindo, a água é a Palavra e o sangue é a nova Vida em Cristo.
Então, figuradamente, encher os vasos de água é colocar a Palavra no coração das pessoas. E, quando as pessoas estão repletas da Palavra que compartilhamos, esta se transforma na conversão para uma nova Vida em Cristo.
Atenção ao que segue agora! Agora quero aclarar a lição que aprendi:
A mim, como servo – ou serviçal – cabe tão-somente levar a Palavra, e levá-la por completo, isto é, transmitindo-a da melhor maneira que posso, de forma que encha até a borda o coração daquele a quem a transmito. Ponto. Terminou o meu trabalho. Não posso tentar convencer, não posso tentar transformar o coração do outro a quem transmiti a Palavra. Essa tarefa de convencimento, de conversão, de transformação, não é minha. De quem é? Justamente. Essa á a tarefa de Jesus Cristo!
Eu tão-somente levo a Palavra. Jesus opera o milagre da transformação.
Foi essa a lição que aprendi com esta passagem.
Espero ter podido derramar um pouco de água no seu coração também. Se assim foi, bem, agora, é com Ele.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

Um comentário:

  1. Maravilhosa e perfeita pregacao, que da um pouco de "folego" a todos que estao envolvidos nesta tarefa/missao - missionarios, pastores, cantores de louvor, professores/professoras de "culto infantil"ha que se confiar em Deus e seu poder de 'tranformacao"...

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