No
terceiro dia houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava ali;
Jesus e seus discípulos também haviam sido convidados para o casamento. Tendo
acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”.
Respondeu
Jesus: “Que temos nós em comum, mulher? A minha hora ainda não chegou”.
Sua mãe
disse aos serviçais: “Façam tudo o que ele lhes mandar”.
Ali
perto havia seis potes de pedra, do tipo usado pelos judeus para as
purificações cerimoniais; em cada pote cabiam entre oitenta e cento e vinte
litros.
Disse
Jesus aos serviçais: “Encham os potes com água”. E os encheram até a borda.
Então lhes disse: “Agora, levem um pouco ao encarregado da festa”.
Eles
assim fizeram, e o encarregado da festa provou a água que fora transformada em
vinho, sem saber de onde este viera, embora o soubessem os serviçais que haviam
tirado a água. Então chamou o noivo e disse: “Todos servem primeiro o melhor
vinho e, depois que os convidados já beberam bastante, o vinho inferior é
servido; mas você guardou o melhor até agora”.
Este sinal miraculoso, em Caná da Galileia, foi o primeiro que Jesus
realizou. Revelou assim a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
Este texto se encontra no
Evangelho de João, capítulo 2, versículos 1 a 11. É o célebre e conhecido
“milagre da transformação da água em vinho”.
Sobre isso, quero falar um pouco,
olhando sob um prisma diferente. Assim:
Desde os tempos da ressurreição de
Jesus e, consequentemente, bem próximo do tempo do “início da Igreja”, é que
existe o mandamento de “pregar o Evangelho”. Atesta-se isso com estas
passagens:
“Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas” (Marcos 16:15). Aqui Jesus comissiona todos a pregarem o
Evangelho.
Eles se dedicavam ao
ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos
estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos.
Os que criam mantinham-se unidos e
tinham tudo em comum (Atos 2:42-44). Aqui inicia-se, de fato e de forma prática, a
Igreja.
Pois bem. Assim como naqueles
tempos, em tempos hodiernos não é diferente: pregar o Evangelho e manter-se
unido como Igreja – e Igreja são as pessoas que regem suas vidas pelos
ensinamentos de Jesus, independente de denominações eclesiásticas – segue sendo
um mandamento ad infinitum.
Assim, cabe isso a mim e a você
que por aqui lê o que escrevo e compartilho.
Especificamente no que tange a
pregar o Evangelho, dentro das minhas possibilidades, é o que vou fazendo.
Faço-o pelas mídias – blog Livres Discípulos de Cristo, Facebook, WhatsApp – e
ao vivo, pessoalmente, in loco,
sempre que a oportunidade se dá.
Então – como aqui e agora – vou pregando...
Bem, dentro desse ato de pregar e
compartilhar o Evangelho – a Palavra, que é Cristo –, podemos “cair numa
tentação”: não nos contentarmos apenas em pregar e compartilhar, mas também
tentar “convencer” ao outro.
Às vezes, diante de alguma
reticência – ou resistência – daquele a quem pregamos, podemos nos sentir
impacientes; achamos que temos o “dever” de convencer. Ansiosamente, podemos
tentar “empurrar goela abaixo” a mensagem que tentamos passar. Como pode ser que
o outro, aparentemente, não aceita o que dizemos de Jesus? O que podemos fazer
para convencê-lo? Ah, não posso deixar isso assim; tenho que fazer alguma coisa
incisiva!
Essa tentação, esse afã, essa
ansiedade da nossa parte e esse ímpeto podem frustrar nossa tarefa – simples,
de somente compartilhar o Evangelho – e podem – normalmente fazem! – impedir
que o outro receba o que tentamos lhe dar. Diante desse nosso “avanço” o outro
“recua” e “se fecha”, não só para nós, mas – infelizmente! – para o Evangelho.
E a responsabilidade foi nossa! Como? Por tentarmos forçar a barra!
O que fazer, então?
Não é o que fazer, mas como
fazer.
Como fazer, então?
Simples: O Evangelho mesmo nos
ensina o modus operandi. E o aprendi
pela Palavra acima, a da “transformação da água em vinho”. Vou explicar:
O que Jesus pede?
Que encham os potes (algumas traduções
dizem talhas) de água. E encher até a borda, ou seja, por completo.
Ponto. Era esse o trabalho dos
serviçais.
Depois disso feito, a água,
miraculosamente – pelo agir silencioso e imperceptível de Jesus – se
transformou em vinho.
Desde há muito que, na Bíblia, se
relaciona a água à Palavra; a água representa, figuradamente, a Palavra de
Deus. E se relaciona, de forma análoga, o vinho ao sangue de Cristo, que traz
em si mesmo o perdão dos pecados, a redenção e a transformação “do velho homem”
para o “novo homem”. Resumindo, a água é a Palavra e o sangue é a nova Vida em
Cristo.
Então, figuradamente, encher os
vasos de água é colocar a Palavra no coração das pessoas. E, quando as pessoas
estão repletas da Palavra que compartilhamos, esta se transforma na conversão
para uma nova Vida em Cristo.
Atenção ao que segue agora! Agora
quero aclarar a lição que aprendi:
A mim, como servo – ou serviçal –
cabe tão-somente levar a Palavra, e levá-la por completo, isto é,
transmitindo-a da melhor maneira que posso, de forma que encha até a borda o
coração daquele a quem a transmito. Ponto. Terminou o meu trabalho. Não posso
tentar convencer, não posso tentar transformar o coração do outro a quem
transmiti a Palavra. Essa tarefa de convencimento, de conversão, de
transformação, não é minha. De quem é? Justamente. Essa á a tarefa de Jesus
Cristo!
Eu
tão-somente levo a Palavra. Jesus opera o milagre da transformação.
Foi essa a lição que aprendi com
esta passagem.
Espero ter podido derramar um
pouco de água no seu coração também. Se assim foi, bem, agora, é com Ele.
Por hora é isso, pessoal. Que a
liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
Maravilhosa e perfeita pregacao, que da um pouco de "folego" a todos que estao envolvidos nesta tarefa/missao - missionarios, pastores, cantores de louvor, professores/professoras de "culto infantil"ha que se confiar em Deus e seu poder de 'tranformacao"...
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