Chave desta epístola: a justificação é pela fé.
O apóstolo Paulo escreveu esta carta aos gálatas
convertidos em alguma época situada entre os anos 48 e 53 de nossa era. Mestres
judaico-cristãos haviam procurado predispor contra o apóstolo os gálatas
convertidos, dizendo-lhes que, como gentios, deviam ser circuncidados (5:2-6;
6:12-15) e praticar o ritual da Lei (4:10) para que fossem salvos. Mediante uma
carta, Paulo reivindica sua autoridade como expositor do evangelho, e condena a
posição judaizante como legalismo anticristão.
Paulo sustenta que os crentes, tanto judeus como
gentios, desfrutam de completa salvação em Cristo. São justificados (3:6-9),
adotados (4:4-7), renovados (4:6; 6:15), e feitos herdeiros de Deus segundo a
promessa do pacto com Abraão (3:15-18). Desse modo, a fé no Cristo do Calvário
liberta-nos para sempre da necessidade de buscar a salvação pelas obras da Lei.
De qualquer maneira, esta busca é impossível, uma vez que a Lei não salva, nem
era esse seu propósito (3:19-24). Os crentes não devem, portanto, voltar ao
princípio de guardar a Lei como base para a salvação, pois do contrário voltam
à escravidão (5:1), privando-se da graça de Cristo (5:2-4). Devem, antes,
apegar-se à liberdade que Cristo lhes deu, e servir a Deus e ao próximo no
poder do Espírito, como homens livres (5:13-18), realizando com alegria a
vontade de seu Salvador (6:2).
O argumento de Paulo demonstra que todas as versões
legalistas do evangelho são corrupções deste, e que o gozo da liberdade cristã
depende de ver que a salvação é somente pela graça, unicamente mediante Jesus
Cristo, recebida exclusivamente pela fé.
James I. Packer
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