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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Lucas



A chave do livro é o Filho do homem.
O tema que se destaca no evangelho segundo Lucas é: Jesus é o Salvador divino. No princípio, tudo se concentra nesta verdade suprema. Antes mesmo de Seu nascimento, o anjo enviado por Deus ordena a Maria que dê ao menino o nome de Jesus, que significa “o Senhor salva” (1:31). Aos pastores o anjo deu “novas de grande alegria” (2:10) de que na cidade de Davi nascera o Salvador, que é Cristo, o Senhor (2:11). E no primeiro anúncio público que Jesus fez a respeito de Sua missão, afirmou de modo inequívoco que Ele era o divino Salvador acerca de Quem os escritos sagrados do Antigo Testamento faziam referência (4:17-21).
A partir desse momento, observamos de que forma Jesus Se revela como o Redentor divino que veio para salvar os perdidos. Salva do poder dos espíritos maus (4:33-36), de enfermidades graves (4:38-40), da lepra (5:12-13) e, inclusive, do poder e das consequências do pecado (5:20-26). Além disso, Lucas nos apresenta Jesus como o Salvador Todo-Poderoso que tem poder e autoridade divina para ressuscitar mortos (7:12-17). Sendo um com o Pai, tem igualmente poder sobre a natureza e pode salvar Seus discípulos de uma violenta tempestade (8:22-25), e livrar da fome a multidão (9:11-17).
Depois de haver-Se revelado como o Salvador Todo-Poderoso e de os apóstolos O haverem confessado como o Cristo (9:18-20), Jesus começa a mostrar a Seus seguidores que para Ele poder ser o Salvador divino deles, primeiro Ele devia sofrer e morrer (9:22).
As palavras pronunciadas por Jesus em 19:10, “porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”, cristalizam a maravilhosa mensagem do evangelho segundo Lucas.
Lucas demonstra-nos que Jesus veio como Salvador em sentido universal – para os povos de todos os tempos e de todas as condições: para os judeus (2:10), para os samaritanos (9:51-56), para os pagãos (3:6), para os publicanos, para os pecadores e desprezados (7:37-50), bem como para pessoas respeitáveis (7:36), para os pobres (1:53) e também para os ricos (19:2).
Ao mesmo tempo, Jesus advertiu seriamente a todos de que embora Ele tivesse vindo para salvar e não para destruir, todos quantos se negavam a ser salvos por Ele trariam sobre si mesmos sofrimentos (19:27, 41-44).
O evangelho segundo Lucas proclama as boas-novas de Jesus, que não somente afirmava ser o Salvador divino, mas também Se revelava como o Redentor Todo-Poderoso e Unigênito Filho de Deus. Mediante Sua ressurreição e ascensão (24:50-53), demonstrou finalmente a verdade de Suas afirmativas e a autenticidade de Sua auto-revelação como Salvador do mundo, enviado, aprovado e equipado por Deus (4:17-21; 10:22).
Sem dúvida alguma, é correta a tradição que afirma ser Lucas, o médico amado (Colossenses 4:14), o autor deste evangelho. Como companheiro de Paulo (Filemon 24; II Timóteo 4:11; Colossenses 4:10-14; Atos 1:1; 20:5; 21:17; 27:2; 28:16), Lucas tinha muitos contatos pessoais com apóstolos e outras testemunhas da história do evangelho. Tudo isto, somado à sua base cultural grega, seu preparo intelectual e sua íntima relação com homens como Marcos (que também escreveu um evangelho), capacitaram-no para escrever um evangelho digno de crédito, amplo e formoso. Provavelmente, escreveu-o entre os anos 64 e 70 de nossa era. Pouco depois, escreveu os Atos dos Apóstolos.

J. Norval Geldenhuys

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