Mateus 6:22
“Os
olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo
será cheio de luz”.
Nesta passagem Jesus nos
ensina a olhar a vida.
Para iniciarmos
entendendo o que devemos entender, é bom que entendamos que os “olhos” a que
Ele Se refere não são os globos oculares da face, nosso canal responsável pelo
sentido chamado visão, olhos estes que podem estar sujeitos à miopia,
astigmatismo, glaucoma, catarata e até mesmo à cegueira física. Os olhos que Ele
fala aqui são metafóricos, ou seja, até mesmo um cego os possuiu e por eles
pode “ver”, pois trata-se da leitura e da interpretação que fazemos da vida.
Trata-se, sobretudo, dos significados que atribuímos às circunstâncias da vida.
Ele inicia dizendo que
os olhos, o nosso modo de olhar a vida, são a candeia, ou seja, a lâmpada,
iluminando e dando clareza para avaliarmos os significados das coisas – e da
vida como um todo.
Ele segue dizendo que
quando nosso modo de olhar a vida for bom, todo nosso corpo, a nossa alma, a
nossa mente, a nossa psique, o nosso ser, será cheio de luz, cheio de claridade
para discernirmos bem os significados do que vivemos.
Segundo Jesus nos
ensina, tudo na vida depende de como olhamos para ela, a vida.
Tudo na vida adquire os
significados que damos pelo nosso modo de percebê-la e interpretá-la.
Os olhos físicos são
nosso maior canal de percepção da realidade que nos circunda. Assim também são
nossos “olhos espirituais”, as nossas compreensões e os significados que
emprestamos a tudo.
Quando olhamos para a
vida de modo otimista, de modo proativo, de modo corajoso e amoroso, de modo a
sermos condutores de nós mesmos em amor, tudo adquire esse significado. Tudo se
conforma segundo a luz do nosso olhar.
Se nosso olhar for
obscurecido, pessimista, sem esperança, de modo somente reativo, um olhar
vitimado pelas circunstâncias alheias a nós, enfim, sem luz, tudo nos parecerá
tomado por sombras e assombroso. Nada terá claridade para ser discernido
segundo a luz de Cristo, segundo o significado do que seja, em Cristo,
verdadeira vida.
É por isso que este
versículo aqui usado como base para este texto tem uma continuação na fala de
Jesus, e Ele diz assim no versículo seguinte: “Mas
se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto,
se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!”
Ele diz que, se nosso
olhar for carregado das negatividades que citei três parágrafos acima, toda a
potencial luz que portamos tende a desaparecer, sendo tomada pelas trevas
existenciais.
Nos dias atuais, muitas
pessoas vivem neste tipo de trevas. Uma grande treva é a falta de propósito na
vida. E o propósito se perde quando se perde o bom foco, o bom olhar. O bom
foco se perde quando perdemos a capacidade de garimpar as coisas boas em meio
ao aparente caos, quando perdemos o desejo de vermos o que de bom restou, o que
de bom pode ser aproveitado. É quando perdemos a capacidade de olhar o lado bom
das coisas – porque sempre há um lado bom, é só querer ver. É como se
fechássemos os olhos para as circunstâncias e insistíssemos numa postura de
avestruz – aquela que enterra a cabeça para não ter que ver.
Outra treva é a incapacidade
de dar maior valor às coisas boas do que às aparentemente ruins. Dia desses
conversava com alguém, e dizíamos que a maioria das pessoas ainda quer ajudar,
ainda quer fazer o melhor, ainda quer se colocar ao lado, ainda quer socorrer.
Porém, a minoria que não quer nada disso faz mais barulho, pois provoca maiores
reações. Nós mesmos, humanos, temos a tendência a elogiar pouco e criticar
muito.
Jesus diz que se esta
luz – ou forma de olhar – toma conta da gente, torna-se grandes trevas!
Veja: até mesmo a luz,
se não for bem focada/canalizada, pode se transformar em treva
psicológica/espiritual. Sim, pois a luz – a capacidade de enxergar a vida –
existe para todos. Toda a diferença está em como focamos/canalizamos, como
olhamos, se com “bons olhos” ou “maus olhos”.
Quando Cristo Se torna a
nossa Fonte de luz, Ele é refletido em nosso modo de ver a vida – e de vivê-la!
Em Cristo, podemos estar
cheios de luz!
E aí? Como
você vê a vida?
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o
amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
Nenhum comentário:
Postar um comentário