A Bíblia é um livro de
alianças, ou acordos, feitos entre Deus e seu povo. Cada qual contém promessas
e exigências que ambas as partes concordam em cumprir. Todas as alianças da
Bíblia são chanceladas com um sinal que serve para lembrar ao povo de sua parte
no acordo. Em geral, também incluem um elemento simbólico. O Antigo Testamento
contém as alianças de Deus com os indivíduos e com o povo de Israel, e o Novo
Testamento trata da última aliança, feita entre Deus e todos aqueles que têm fé
em Jesus.
Deus pretendia que a
sua primeira aliança com a humanidade fosse permanente. Entretanto, a presença
do mal no mundo fez com que a humanidade rompesse a sua parte no acordo, levando-a
a afastar-se de Deus. No Antigo Testamento, a aliança original é renovada
várias vezes, à medida que o povo continua perdendo a fé em Deus. A cada vez,
Deus mostra compaixão e concede um novo recomeço para a humanidade.
1
– Adão e Eva
Podemos encontrar nos
capítulos 2 e 3 de Gênesis a primeira aliança da Bíblia, feita por Deus com
Adão e Eva. Deus lhes dá o Jardim do Éden, um lugar perfeito na terra. E
coloca, no jardim, a “árvore da vida”, que funciona como um lembrete do
compromisso e simboliza a imortalidade deles. Em troca, Adão e Eva devem cuidar
da criação de Deus e obedecer às instruções de não comer do fruto da “árvore do
conhecimento do bem e do mal”. Entretanto, a maldade penetra no mundo, na forma
de uma serpente, e induz Eva a comer do fruto proibido, dando-o a Adão, que
também o comeu. Adão e Eva são banidos do Éden. Tornam-se mortais e são
desligados de Deus.
2
– Noé e a arca
Encontrada no capítulo
9 de Gênesis, a história mostra Deus renovando a sua aliança com a humanidade
por intermédio de Noé. Envia um dilúvio para destruir o mundo, que está
corrompido e repleto de violência, mas salva Noé e sua família, que são pessoas
íntegras. Após o dilúvio, recebem instruções para se multiplicarem na terra.
São proibidos de matar uns aos outros e não devem “usar carne com sangue como
alimento” (Gênesis 9:4). Deus promete não destruir o mundo outra vez com um
dilúvio. Como sinal da aliança, Deus coloca um arco-íris no céu.
3
– Abraão e a terra prometida
Encontramos estes
registros em Gênesis, nos capítulos 15 a 18. Os descendentes de Noé aumentam em
número, mas não mantêm a aliança. Portanto, Deus faz uma nova aliança com
Abraão, que é um homem honrado. Deus lhe promete que será o pai de uma grande
nação e que seus descendentes herdarão a terra de Canaã. Em troca, exige que
Abraão e o seu povo se mantenham fiéis a Deus (Gênesis 18:19). Como sinal da
aliança, exige que os homens da família de Abraão sejam circuncidados. Esta
aliança confirma os descendentes de Abraão, os israelitas, como o povo
escolhido de Deus.
4
– Moisés e a Lei
Registrada em Êxodo,
nos capítulos 19 e 20. Os israelitas perdem a fé em Deus ao padecerem a
escravidão no Egito. Deus os tira do Egito, mas estipula novos termos para a
aliança. Por intermédio do profeta Moisés, dá aos israelitas os “dez
mandamentos” e detalhadas leis morais e rituais. Deus promete proteger o seu
povo dos inimigos, se ele permanecer fiel às leis.
Os israelitas devem
selar a promessa consagrando seus primogênitos a Deus (Êxodo 34:19). Isso
rememora a época em que Deus salvou os primogênitos deles, durante as pragas no
Egito. Moisés também é instruído a erguer um altar portátil, chamado de
Tabernáculo. Esse lugar sagrado simboliza a presença de Deus.
5
– Davi e o reino de Israel
Esta promessa está
registrada em 2º Samuel, capítulo 7. Os israelitas não cumprem a Lei de Moisés.
Como resultado, Deus permite que sejam oprimidos pelos seus inimigos. Então,
renova a aliança por intermédio do rei Davi. Deus promete unir os israelitas
sob as ordens de Davi e livrá-los da opressão, se permanecerem fiéis às leis da
aliança. Também promete a Davi que os seus descendentes herdarão uma duradoura
dinastia. Deus sela o seu compromisso com Davi dando-lhe instruções para a
construção de um templo, que deverá substituir o Tabernáculo. Ele deverá ser
construído por Salomão, filho de Davi. O Templo do Senhor é um símbolo da
presença permanente de Deus entre seu povo e a lembrança da aliança renovada.
6
– Os Profetas: a promessa de uma nova aliança
Como os israelitas
continuam a desobedecer as leis da aliança, Deus lhes envia profetas com
mensagens de alerta e esperança. Eles preveem o exílio dos israelitas da “terra
prometida”, mas também falam de uma nova aliança que Deus fará com o seu povo.
A promessa dessa nova
aliança é levada aos israelitas pelo profeta Jeremias. Ele explica que haverá
uma transformação espiritual no coração das pessoas, e que Deus perdoará ao
povo os seus pecados (Jeremias 31:31).
Os profetas Jeremias,
Isaías, Malaquias e Miqueias também profetizam a chegada de um Salvador, ou
Messias, que fará nova aliança entre Deus e seu povo.
7
– Jesus Cristo e a nova aliança (o Novo Testamento)
Jesus é enviado por
Deus, como mediador, na aliança final com a humanidade. Ele é o Salvador
anunciado pelos profetas nas Escrituras do Antigo Testamento. Ele exorta o povo
a se arrepender de seus pecados e a mudar o seu comportamento, para que possa
retornar a Deus e alcançar a vida eterna.
A morte e a
ressurreição de Cristo são os sinais da nova aliança. Antes da morte, Jesus
oferece aos seus discípulos um cálice de vinho, e diz: “Este é o meu sangue da
nova aliança, que será derramado em remissão dos pecados” (Mateus 26:28).
Os apóstolos são
testemunhas da morte e ressurreição de Jesus, e pedem que todos que acreditam
em Cristo sejam batizados. O batismo é um símbolo da limpeza e do renascimento.
Também é um sinal da nova aliança, que é oferecida a toda a humanidade.
Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.
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