Mateus
12:37
“Pois por suas palavras vocês serão absolvidos,
e por suas palavras serão condenados”.
As palavras são códigos
que usamos para expressar nossos pensamentos e sentimentos. Nem tudo
conseguimos expressar em palavras faladas ou escritas – do mais essencial, há
coisas que não conseguimos expressar dessa forma, mas, desde que o homem
dominou o uso da fala, faz uso de palavras.
Na oração, por exemplo,
o mais essencial se cala diante das alternativas codificáveis em palavras, mas
aí temos um elo mais profundo de comunicação com Deus, que é o Seu Espírito em
nós, fazendo a ponte: Da
mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós
com gemidos inexprimíveis (Romanos 8:26).
Palavras
também têm um grande potencial para a má interpretação. Portanto, a forma como
as proferimos, e o cuidado com isso, é primordial.
Houve
um tempo, do qual os mais jovens provavelmente não lembrarão, em que a palavra
de uma pessoa – no sentido metafórico do termo – valia muito. Sim, acredite,
houve esse tempo. Alguém “dava a sua palavra” a respeito de algo, e isso valia!
Do que falei no parágrafo anterior, há um Salmo que fala de
forma poética, aludindo ao valor da palavra empregada: SENHOR,
quem habitará no teu santuário? Quem
poderá morar no teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica
o que é justo, que de coração fala a
verdade e não usa a língua para
difamar, que nenhum mal faz ao seu semelhante e não lança calúnia contra o seu próximo, que rejeita quem merece
desprezo, mas honra os que temem o SENHOR,
que mantém a sua palavra, mesmo
quando sai prejudicado, que não empresta o seu dinheiro visando lucro nem
aceita suborno contra o inocente. Quem
assim procede nunca será abalado! (Salmo 15:1-5).
Há
outro Salmo que fala das palavras – especialmente daquelas que falamos conosco
mesmos, o diálogo interno, ou a meditação: Que
as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, SENHOR,
minha Rocha e meu Resgatador! (Salmo 19:4).
Viajando
pelos Salmos, encontraremos muitas menções ao valor e à importância das
palavras...
Jesus,
em Sua sabedoria, levantava um ponto muito importante: assim como nossas
palavras definem quem somos, elas também definem nosso destino.
Vem de
culturas orientais a noção de que “as palavras têm poder”. Mas isso vem também
claramente pela Bíblia, uma vez que relata que Deus, por Sua Palavra, trouxe à
existência o que não existia: Pela
fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que
aquilo que se vê não foi feito do que é visível
(Hebreus 11:3). Também a Bíblia, pelo Evangelho de João, nos ensina que Jesus É
a Palavra: No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com
Deus, e era Deus. Ele estava com
Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. Nele estava a vida, e esta
era a luz dos homens (João
1:1-4).
As palavras que
proferimos podem ser, no sentido psicológico/espiritual, de “bênção” ou de
“maldição”. Vamos entender melhor: “palavras de bênção” são todas aquelas
palavras que falam o bem, que são bem faladas, bem ditas, benditas, abençoadas;
“palavras de maldição” são todas aquelas palavras que falam o mal, que são mal
faladas, mal ditas, malditas, amaldiçoadas. Já no Antigo Testamento, na época
da Lei de Moisés, essa noção ficava clara, e a livre opção entre as duas
modalidades de palavras também. Vejamos: “Prestem
atenção! Hoje estou pondo diante de
vocês a bênção e a maldição. Vocês terão bênção, se obedecerem aos mandamentos do SENHOR, o seu Deus, que hoje lhes estou dando;
mas terão maldição, se desobedecerem aos
mandamentos do SENHOR, o seu Deus, e se afastarem do caminho que hoje lhes
ordeno” (Deuteronômio 11:26-28). E mais adiante o
Senhor diz assim, diante da escolha que o povo tinha: “Coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição.
Agora escolham a vida, para que
vocês e os seus filhos vivam” (Deuteronômio 30:19). Tudo isso tinha a ver
com a Palavra, e com as palavras que as pessoas profeririam de acordo com sua
escolha, se escolhessem a bênção ou a maldição – o bem dizer ou o mal dizer.
Assim
sendo, as palavras, mais do que poder, têm um peso vital em nossas vidas. E
Jesus diz que por elas “seremos absolvidos e condenados”. Isso faz pensar...
Pensemos
sobre o que falamos.
Pensemos
sobre quem falamos
Pensemos
sobre o que falamos de quem.
Pensemos
sobre o que falamos de nós.
Pensemos
sobre como falamos, de nós e dos outros.
Pensemos sobre
como falamos conosco mesmos, o que se chama de diálogo interno ou de
consciência.
Pensemos
sobre o que pensamos, sobre o que meditamos.
Pensemos
sobre o que falamos com Deus, em nossas orações.
Pensemos,
ainda, sobre o que calamos, pois, como dizia minha mãe na sua simples sabedoria,
“silêncio também é uma palavra”.
Dia desses
cunhei a seguinte frase: “Só boas palavras merecem ser faladas, pensadas e
oradas!”
Assim,
segundo Jesus, nossas palavras nos condenam, nos absolvem – e têm o potencial
de nos fazer viver.
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o
amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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