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domingo, 20 de fevereiro de 2022

O Poder das Palavras



Mateus 12:37

“Pois por suas palavras vocês serão absolvidos, e por suas palavras serão condenados”.

 

As palavras são códigos que usamos para expressar nossos pensamentos e sentimentos. Nem tudo conseguimos expressar em palavras faladas ou escritas – do mais essencial, há coisas que não conseguimos expressar dessa forma, mas, desde que o homem dominou o uso da fala, faz uso de palavras.

Na oração, por exemplo, o mais essencial se cala diante das alternativas codificáveis em palavras, mas aí temos um elo mais profundo de comunicação com Deus, que é o Seu Espírito em nós, fazendo a ponte: Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Romanos 8:26).

Palavras também têm um grande potencial para a má interpretação. Portanto, a forma como as proferimos, e o cuidado com isso, é primordial.

Houve um tempo, do qual os mais jovens provavelmente não lembrarão, em que a palavra de uma pessoa – no sentido metafórico do termo – valia muito. Sim, acredite, houve esse tempo. Alguém “dava a sua palavra” a respeito de algo, e isso valia!

Do que falei no parágrafo anterior, há um Salmo que fala de forma poética, aludindo ao valor da palavra empregada: SENHOR, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a verdade e não usa a língua para difamar, que nenhum mal faz ao seu semelhante e não lança calúnia contra o seu próximo, que rejeita quem merece desprezo, mas honra os que temem o SENHOR, que mantém a sua palavra, mesmo quando sai prejudicado, que não empresta o seu dinheiro visando lucro nem aceita suborno contra o inocente. Quem assim procede nunca será abalado! (Salmo 15:1-5).

Há outro Salmo que fala das palavras – especialmente daquelas que falamos conosco mesmos, o diálogo interno, ou a meditação: Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, SENHOR, minha Rocha e meu Resgatador! (Salmo 19:4).

Viajando pelos Salmos, encontraremos muitas menções ao valor e à importância das palavras...

Jesus, em Sua sabedoria, levantava um ponto muito importante: assim como nossas palavras definem quem somos, elas também definem nosso destino.

Vem de culturas orientais a noção de que “as palavras têm poder”. Mas isso vem também claramente pela Bíblia, uma vez que relata que Deus, por Sua Palavra, trouxe à existência o que não existia: Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo que se vê não foi feito do que é visível (Hebreus 11:3). Também a Bíblia, pelo Evangelho de João, nos ensina que Jesus É a Palavra: No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito. Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens (João 1:1-4).

As palavras que proferimos podem ser, no sentido psicológico/espiritual, de “bênção” ou de “maldição”. Vamos entender melhor: “palavras de bênção” são todas aquelas palavras que falam o bem, que são bem faladas, bem ditas, benditas, abençoadas; “palavras de maldição” são todas aquelas palavras que falam o mal, que são mal faladas, mal ditas, malditas, amaldiçoadas. Já no Antigo Testamento, na época da Lei de Moisés, essa noção ficava clara, e a livre opção entre as duas modalidades de palavras também. Vejamos: “Prestem atenção! Hoje estou pondo diante de vocês a bênção e a maldição. Vocês terão bênção, se obedecerem aos mandamentos do SENHOR, o seu Deus, que hoje lhes estou dando; mas terão maldição, se desobedecerem aos mandamentos do SENHOR, o seu Deus, e se afastarem do caminho que hoje lhes ordeno” (Deuteronômio 11:26-28). E mais adiante o Senhor diz assim, diante da escolha que o povo tinha: “Coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam” (Deuteronômio 30:19). Tudo isso tinha a ver com a Palavra, e com as palavras que as pessoas profeririam de acordo com sua escolha, se escolhessem a bênção ou a maldição – o bem dizer ou o mal dizer.

Assim sendo, as palavras, mais do que poder, têm um peso vital em nossas vidas. E Jesus diz que por elas “seremos absolvidos e condenados”. Isso faz pensar...

Pensemos sobre o que falamos.

Pensemos sobre quem falamos

Pensemos sobre o que falamos de quem.

Pensemos sobre o que falamos de nós.

Pensemos sobre como falamos, de nós e dos outros.

Pensemos sobre como falamos conosco mesmos, o que se chama de diálogo interno ou de consciência.

Pensemos sobre o que pensamos, sobre o que meditamos.

Pensemos sobre o que falamos com Deus, em nossas orações.

Pensemos, ainda, sobre o que calamos, pois, como dizia minha mãe na sua simples sabedoria, “silêncio também é uma palavra”.

Dia desses cunhei a seguinte frase: “Só boas palavras merecem ser faladas, pensadas e oradas!”

Assim, segundo Jesus, nossas palavras nos condenam, nos absolvem – e têm o potencial de nos fazer viver.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

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