Jeremias 10:6-7
Não há absolutamente ninguém comparável a ti, ó SENHOR; tu és grande, e grande é
o poder do teu nome. Quem não te temerá, ó rei das nações? Esse temor te é
devido. Entre todos os sábios das nações e entre todos os seus reinos não há
absolutamente ninguém comparável a ti.
Busca-se a altura excelsa, a
altura das alturas, e depara-se com o orgulho, que em si mesmo procura a
altura, a altura incomparável. Diz-se mesmo que o “pecado do diabo” foi o
orgulho, e por isso caiu da altura de que caiu. No entanto, só Deus é excelso
em Si mesmo, e Ele, sim, está na altura das alturas, acima de tudo e de todos,
acima mesmo do acima.
Há a ambição inerente aos homens,
e o que buscam, senão honras e glórias? No entanto, somente Deus há a ser
honrado e glorificado para sempre.
Os homens buscam ser temidos,
respeitados e mesmo reverenciados e, normalmente, o fazem pela imputação do
temor. No entanto, Quem há senão Deus a ser temido, respeitado e mesmo
reverenciado? E não o é imputando temor por temor, senão amor incondicional,
amor este que nos constrange a amar de volta, amar a Deus, e amar a Deus no
próximo, que é o mais curto e rápido alcance do amor a ser dado.
O acarinhamento e os afagos da
vida e na vida são sofregamente buscados pelos humanos, com a justificativa de
abrandar-se a carência. No entanto, não há nada mais carinhoso que a caridade
divina, nem Quem ame de modo mais salutar, de forma mais formosa e
resplandecente.
A curiosidade impele o homo sapiens ao amor pela ciência. No
entanto, só em Deus por Cristo Jesus há a plenitude do conhecimento.
Até mesmo a estultícia e a
ignorância travestem-se com as alcunhas de ingenuidade e simplicidade. No
entanto, não há ninguém tão manso e humilde de coração quanto o Mestre de
nossas almas. Até mesmo o castigo aos nossos pecados, Ele se nos aplica com dor
n’Ele e com pena de nós, mas com a firme resolução divina que são atos de amor,
uma vez que disciplinam aos Seus filhos.
A indolência é algo pretendido por
muitos irmãos humanos neste terceiro e azul planetinha do nosso sistema solar.
Quer-se, a todo custo e sem custo, entregar-se o homem a um estado acima das
paixões e dores inerentes, deleitando-se, assim, no descanso, na
impassibilidade, na indiferença, na ataraxia. No entanto, que mais belo e
sublime descanso poderia haver, senão o descanso no Senhor?
O ser humano adora entregar-se à
fartura, fantasiada de luxo até. Dá-lhe alguma sensação de segurança e
intangibilidade pelas agruras. No entanto, só em Deus há a plenitude, a fartura
e abundância, embebida em inesgotável e eterna suavidade.
A prodigalidade é, sem dúvida,
louvada pela sociedade, embelezada pela capa da liberalidade e leve ato de
desapego, doação e compartilhamento. No entanto, somente Deus é verdadeiramente
o doador de tudo o que há, e de graça por graça.
A avareza, travestida de ambição,
quer possuir muitas coisas, talvez tudo, se pudesse. E, normalmente, quem quer
possuir é possuído pelo objeto da possessão. No entanto, só Deus possui todas
as coisas, e por nenhuma é possuído.
A inveja busca legitimar todos os
atos de conquista. No entanto, sem Deus nada se conquista de fato, e somente
n’Ele conquistamos a Eternidade, posto que Ele a tem conquistado por nós.
A ira busca a vingança,
travestida, muitas vezes, de justiça. No entanto, somente em Deus pode
subsistir a vingança sem que ela seja injusta, pois somente Deus pode
transformar a Sua vingança em santa justiça. E, em Deus, até a vingança é a
morte do pecado e do afastamento do Divino, sendo, assim, o triunfo sublime da
justiça em amor por todos os humanos.
Na mente/alma/coração humanos
existe o medo do repentino, do inesperado, do insólito e contundente
ataque/assalto do mal que se não espera. No entanto, em Deus podemos estar
refugiados de qualquer ataque e, n’Ele, até o repentino e inesperado é eterna e
esperadamente conhecido d’Ele; afinal, Deus sabe. Sempre sabe. Para Ele nada há
de inesperado.
O ser humano sempre teme perder o
amor, o objeto do amor, sempre teme não ser amado e, por medo, torna-se incapaz
de amar sem medo. No entanto, o que poderia nos separar do amor de Deus que
está em Cristo Jesus? N’Ele, estamos e somos sempre amados, e sempre
capacitados a amar.
Humanamente, quer-se segurança. No
entanto, onde ou em quem, senão em Deus, encontra-se hermética, impenetrável e
inabalável segurança?
Convivemos com a tristeza, que se
apresenta e se dá a sentir pela sensação de perda das coisas nas quais, com a
cobiça travestida de ambição e orgulho, nos deleitamos. Tememos e nos
entristecemos pela sensação que temos que aquilo que amamos pode ser tirado de
nós. No entanto, como poderíamos nós ser tirados de Deus? Se n’Ele estamos, então
já não poderia haver tristezas.
Assim, pecamos quando buscamos
fora de Deus o que só n’Ele pode ser achado.
E que alegria tem Deus quando,
refeitos e arrependidos do pecado do afastamento, tal qual um filho pródigo, retornamos a Ele para não mais sair do Seu lado!
Assim, quem há como Deus?
E quem há como nós, quando n’Ele
estamos?
(Passeando
em “Confissões de Santo Agostinho”, fui tocado por algumas palavras de lá, às quais
transformei e acrescentei algumas pinceladas – ou seriam digitadas? – minhas, e
saiu em forma final este texto aí de cima, que compartilho).
Por hora é isso, pessoal. Que a
liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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