A epístola aos Efésios apresenta, de modo geral,
doutrina na primeira metade e exortação na segunda; contudo, esta divisão não é
absoluta. O discurso doutrinal é ocasionado pela situação prática, e as
exortações se acham adornadas com formosas verdades.
O louvor inicial é de regozijo pelo plano de Deus
para com os que creem, mediante a redenção efetuada por Jesus Cristo e pela
obra do Espírito Santo. Fazendo uma pausa para pronunciar duas orações (1:15-23
e 3:14-19), o apóstolo Paulo explica com minúcias as inferências e significados
da redenção no que se refere a estar livre do pecado, à nova vida de vitória, e
ao mistério da unidade de todos os que creem e sua união com Cristo.
Na segunda metade apresentam-se inferências de
caráter ético segundo a unidade cristã, o novo andar, o amor, a humildade, as
relações humanas construtivas, e a luta vitoriosa contra o mal, mediante a
completa dependência das realidades espirituais.
Sem dúvida alguma, o apóstolo Paulo é o autor desta
epístola. Nenhum dos antigos intérpretes da Bíblia parece discordar desta
opinião. Conquanto a epístola tenha sido escrita também com a intenção de que
circulasse entre outras igrejas da Ásia, não resta dúvida de que o autor tinha
em mente, ao escrevê-la, a igreja que ele fundara na grande metrópole de Éfeso.
Tanto o manuscrito como a doutrina nos ministram que a epístola esteve
relacionada com a igreja de Éfeso desde época antiquíssima. Parece que o
apóstolo escreveu essa carta quando estava encarcerado em Roma, quase ao mesmo
tempo em que escreveu as epístolas a Filemon e aos Colossenses, e que foi
enviada por meio do mesmo amigo, Tíquico, que o estivera visitando (ano 62 ou
63 d.C.).
Wilber T. Dayton
Nenhum comentário:
Postar um comentário