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domingo, 27 de agosto de 2023

Comunicação Divina


 

Jó 33:14

“Pois a verdade é que Deus fala, ora de um modo, ora de outro, mesmo que o homem não o perceba”.

 

A Palavra usada aqui começa falando da “verdade”. É difícil nos depararmos com o uso seguro desta palavra: a verdade.

Muitos já perguntaram: O que é a verdade?

A Jesus foi perguntado isso. Quando Pôncio Pilatos, o responsável romano pelos trâmites da “condenação” de Jesus perguntou isso ao Mestre, recebeu o silêncio como resposta. Que é a verdade?”, perguntou Pilatos (João 18:38) – e, na seqüência, não se lê nada a respeito de alguma resposta de Jesus, significando o Seu silêncio.

Noutro momento, Jesus não ficou em silêncio quando o tema era a “verdade”, mas falou claramente: Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6).

E Jesus complementa a informação a respeito do que é a “verdade”, em Sua oração pelos discípulos: “Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade (João 17:16-17).

E isso se fecha em si mesmo, pois, em Jesus sendo a Palavra encarnada, a “verdade” reside n’Ele e é Ele: No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus (João 1:1).

Pois bem, a Palavra usada como mote para este texto segue dizendo que “Deus fala, ora de um modo, ora de outro”. Isto está atestado nas Escrituras, pois ali encontramos as mais diversas formas de ensino, sob várias abordagens, sendo que, caso não entendamos bem alguma coisa nalgum lugar, noutro o mesmo nos é ensinado de maneira diferente na forma, mas não no conteúdo. Deus aborda de várias formas um mesmo tema, para que possamos chegar ao entendimento dele.

E Deus nos fala também no dia a dia, de várias formas, pelas situações que vivemos e com as quais nos deparamos. Muitas vezes não percebemos: “mesmo que o homem não o perceba”, como segue dizendo a Palavra. Também por isso é tão necessário estarmos em comunhão com Ele em nossas orações, pois isso enternece nosso coração e nos predispõe à percepção e à compreensão.

Muitas pessoas creem que Deus somente fala com algumas pessoas mais “santas” ou “escolhidas”, e que estas seriam as porta-vozes d’Ele para nós.

Outras creem que Ele fala somente com as pessoas mais dignas e que têm uma vida exemplar em suas condutas e aparências.

Outras, ainda, creem que é necessário algum tempo de percurso no caminho, que não é de uma hora para outra que Ele fala conosco, mas que temos que ter pelo menos alguns anos de “bom comportamento” para “merecermos” Sua interlocução conosco.

Ora, nada disso é verdadeiro!

Deus fala com todos, com o mais “santo” e com o mais “pecador” – e com todos nós nos intervalos entre um estado e outro.

A grande pergunta não é: Com quem Deus fala?

A grande pergunta é: Quem O ouve?

Sim, esta é a questão: Paramos, vez ou outra, para ouvi-Lo?

Pedimos em nossas orações – quando falamos com Ele – que Ele nos fale?

Ficamos atentos para “ouvir a Sua voz”?

Fique certo disso: Deus Se comunica conosco!

Temos que tomar um cuidado, no entanto: Deus nos fala, sim, mas nem tudo é Deus falando.

É preciso termos discernimento.

Veja o que nos ensina o apóstolo João a este respeito: Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo (1º João 4:1).

E ainda: Vocês podem reconhecer o Espírito de Deus deste modo: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne procede de Deus; mas todo espírito que não confessa Jesus não procede de Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo (1º João 4:2-3).

O “discernimento de espíritos” – isto é, de intenções – é um dos dons e uma das manifestações do Espírito Santo (1º Coríntios 12:10).

Então, repetindo: Deus Se comunica conosco de muitas e variadas formas, mas nem tudo é Deus falando.

Deus não nos revela nada, por Seu Espírito, que esteja fora do modo de ser de Cristo.

Deus nunca fala nada que esteja fora do contexto da Sua Palavra, encontrada na Bíblia. Então, é bom que a leiamos, sempre tendo Jesus como chave de interpretação!

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

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