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domingo, 1 de agosto de 2021

As Obras de Deus


  

Quando a multidão percebeu que nem Jesus nem os discípulos estavam ali, entrou nos barcos e foi para Cafarnaum em busca de Jesus.

Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre, quando chegaste aqui?”

Jesus respondeu: “A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos. Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação”.

Então lhe perguntaram: “O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer?”

Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviou”.

Então lhe perguntaram: “Que sinal miraculoso mostrarás para que o vejamos e creiamos em ti? Que farás? Os nossos antepassados comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão do céu’”.

Declarou-lhes Jesus: “Digo-lhes a verdade: Não foi Moisés quem lhes deu pão do céu, mas é meu Pai quem lhes dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo”.

Disseram eles: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!”

Então Jesus declarou: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede”.

 

(texto de João 6:24-35)

 

Toda ação de Jesus visava encaminhar as pessoas para Deus e fazê-las descobrir Sua vontade. Quando o Mestre operava milagres, não pretendia atrair para Si os olhares das multidões. Seu desejo era fazê-las perceber o amor de Deus atuando em suas vidas. Os milagres eram uma manifestação concreta deste amor. Daí um caminho de acesso para Deus.

Entretanto, o primeiro passo a ser dado na compreensão deste amor consistia em professar a fé em Jesus, na Sua condição de Filho enviado do Pai. Por outro lado, era também a primeira obra agradável a Deus.

Pressupondo a fé e considerando o objetivo da ação do Senhor, o discípulo não se enganaria na avaliação dos milagres, como aconteceu com a multidão saciada, na multiplicação dos pães. Em vão este povo foi procurar Jesus, talvez pretendendo ser novamente saciado. O Mestre alertou-o acerca desta busca equivocada, aconselhando-o a buscar o pão da vida, que permanece para sempre. Esse pão era o próprio Jesus. Quem O encontrasse, não teria mais fome ou sede. Não fome e sede físicas e, sim, fome e sede de Deus. Elas é que são essenciais.

Quem se alimenta do pão que é Jesus, ou seja, crê n’Ele, tem a vida eterna, porque se predispõe a fazer sempre a vontade de Deus. E, como Jesus, estará sempre pronto a fazer o milagre da partilha. Portanto, é inadiável aderir a Jesus pela fé.

É preciso seguir e crer em Jesus.

Dois discípulos, orientados por João Batista, se põem a seguir Jesus e, durante certo tempo, caminham atrás d’Ele em silêncio. De repente Jesus Se vira e lhes faz a pergunta decisiva: “O que vocês querem” (João 1:38). O que vocês esperam de mim? Eles responderam com outra pergunta: “Rabi, onde estás hospedado?” (João 1:38). Qual o segredo da Tua vida? De onde vens? O que é para Ti viver? Jesus lhes respondeu: “Venham e verão” (João 1:39). Façam vocês mesmos a experiência. Não busquem outra informação. Venham conviver comigo. Descobrirão Quem Sou e como posso transformar a sua vida.

Neste breve diálogo Jesus conseguiu lançar mais luz sobre o essencial da fé cristã do que por muitas palavras complicadas. Em última análise, Ele mostrou o que é decisivo para ser cristão.

Primeiro é preciso buscar: Quando alguém não busca nada na vida e se conforma com “ir levando”, não é possível encontrar-se com Jesus. O importante não é buscar algo, mas buscar Alguém. Se um dia sentimos que a pessoa de Jesus nos “toca”, é o momento de deixar-nos alcançar por Ele, sem resistências nem reservas. É preciso esquecer as dúvidas, doutrinas e esquemas. Ele não pede de nós que sejamos mais religiosos nem mais piedosos – só que O sigamos.

Portanto, não se trata de conhecer coisas sobre Jesus, mas de sintonizar-se com Ele, interiorizar Suas atitudes fundamentais e experimentar que Sua pessoa nos faça bem, reaviva nosso espírito e nos infunda força e esperança. O decisivo para ser cristão é tratar de viver como Ele vivia, ainda que seja de maneira pobre e simples. Olhar a vida como Jesus olhava, tratar as pessoas como Ele as tratava: escutar, acolher e acompanhar como Ele fazia. Confiar em Deus como Ele confiava, orar como Ele orava e, finalmente, transmitir esperança como Ele transmitia.

“Eis o Cordeiro de Deus” (João 1:29) – O que você busca em Jesus?

Seja frequentando a igreja ou não, são muitos os que vivem hoje perdidos no labirinto da vida, sem caminho e sem orientação. Alguns começam a sentir a necessidade de aprender a viver de maneira diferente, mais humana, mais sadia e mais digna. Encontrar-se com Jesus pode ser para eles a grande notícia. Jesus abre um novo horizonte para a nossa vida. Ensina a viver a partir de um Deus que quer para nós o melhor. Pouco a pouco Ele vai nos libertando de enganos, medos e egoísmos que estão nos bloqueando.

Quem se põe a caminho seguindo Jesus começa a recuperar a alegria e a sensibilidade para com os que sofrem. Começa a viver com mais verdade e generosidade, com mais sentido e esperança. Cada um de nós deve escutar seu próprio chamado, mas a todos pode fazer bem recordar coisas essenciais. Crer em Jesus Cristo não é ter uma opinião sobre Ele como também não é reduzi-Lo a uma ideia ou a um conceito. Afinal, Cristo é uma “presença viva”, é Alguém que está em nossa vida e com Quem podemos comunicar-nos na aventura de cada dia.

Para buscar pessoalmente a verdade de Jesus, não é preciso saber muito para entender a mensagem. Não é necessário dominar as técnicas mais modernas de interpretação. O decisivo é ir ao fundo dessa vida, a partir da própria experiência de cada um. Por isso se deve guardar Suas Palavras dentro do coração. Alimentar o gosto da vida com Seu fogo. Os primeiros cristãos viviam com esta ideia: ser cristão é “revestir-se de Cristo” (Gálatas 3:27) e reproduzir em si mesmo a Sua vida. Isto é essencial.

 

(Um texto do Padre Ari Antonio da Silva, amigo deste Blog)

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