Levaram53(versículo
de Marcos 14) Jesus ao sumo
sacerdote I; e então se reuniram todos os chefes dos sacerdotes,
os líderes religiosos e os mestres da lei. Pedro54 o seguiu de longe
até o pátio do sumo sacerdote II.
Sentando-se ali com os guardas, esquentava-se junto ao fogo.
Os55 chefes
dos sacerdotes e todo o Sinédrio III
estavam procurando depoimentos contra Jesus, para que pudessem condená-lo à
morte, mas não encontravam nenhum. Muitos56 testemunharam falsamente
contra ele, mas as declarações deles não eram coerentes.
Então57 se
levantaram alguns e declararam falsamente contra ele: “Nós58 o
ouvimos dizer: ‘Destruirei este templo feito por mãos humanas e em três dias
construirei outro, não feito por mãos de homens’”. Mas59, nem mesmo
assim, o depoimento deles era coerente.
Depois60 o
sumo sacerdote levantou-se diante deles e perguntou a Jesus: “Você não vai
responder à acusação que estes lhe fazem?” Mas61 Jesus permaneceu em
silêncio e nada respondeu.
Outra vez o sumo
sacerdote lhe perguntou: “Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito?”
“Sou”62,
disse Jesus. “E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso vindo
com as nuvens do céu”.
O63
sumo sacerdote, rasgando as próprias vestes IV,
perguntou: “Por que precisamos de mais testemunhas? Vocês64 ouviram
a blasfêmia. Que acham?”
Todos o julgaram digno de morte V.
Então65 alguns começaram a
cuspir nele; vendaram-lhe os olhos e, dando-lhe
murros VI, diziam: “Profetize!” E os guardas o levaram, dando-lhe
tapas.
Estando66
Pedro em baixo, no pátio, uma das criadas do sumo sacerdote passou por ali.
Vendo67 Pedro a aquecer-se, olhou bem para ele e disse: “Você também
estava com Jesus, o Nazareno”.
Contudo68
ele o negou, dizendo: “Não o conheço, nem sei do que você está falando”. E saiu
para o alpendre [e o galo cantou].
Quando69 a
criada o viu lá, disse novamente aos que estavam por perto: “Esse aí é um
deles”. De70 novo ele negou.
Pouco tempo depois, os
que estavam sentados ali perto disseram a Pedro: “Certamente você é um deles.
Você é galileu!”
Ele71
começou a se amaldiçoar e a jurar: “Não
conheço este homem VII de quem vocês estão falando!”
E72 logo o galo cantou pela segunda vez VIII.
Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: “Antes que duas
vezes cante o galo, você me negará três vezes”. E se pôs a chorar.
v
Para
entender a história
Uma vez, Jesus pedira
aos discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Filho de Deus, pois
não queria ser o foco de um levante político. Agora, o seu tempo chegou e ele
afirma destemidamente a sua divindade. Sua missão já pode ser cumprida. Ele é o
Messias que salvará o povo dos seus pecados.
v
Curiosidades
I. “Sumo sacerdote”
– O sumo sacerdote era o líder religioso supremo de Israel. Na época de Jesus,
o cargo se tornaria impopular entre muitos judeus, porque o sumo sacerdote era
nomeado pelos romanos.
II. “O pátio do sumo sacerdote”
– As sessões do tribunal eram realizadas durante o dia, numa área pública
próxima do Templo, mas nunca em “dias santos”. Jesus foi julgado à noite, numa
residência privada, durante a Páscoa.
III. “Todo o Sinédrio”
– O Sinédrio – palavra de origem grega que significa “conselho” – era o supremo
tribunal judaico. Compunha-se de setenta membros (altos sacerdotes, escribas e
anciãos) sob a presidência do sumo sacerdote.
IV. “O sumo sacerdote, rasgando as próprias
vestes” – O Sinédrio julgou a resposta de Jesus uma
blasfêmia. O sumo sacerdote rasgou suas vestes num gesto tradicional de pesar,
embora proibido pela Lei (Levítico 10:6).
V. “O julgaram digno de morte”
– O Sinédrio declarou Jesus culpado de blasfêmia, o que acarretava a pena de
morte por apedrejamento. Entretanto, o procedimento deles indicava que o
julgamento de Jesus era ilegal. A Lei judaica determinava que os testemunhos
contra o acusado sempre deviam concordar e que uma sentença de morte não podia
ser proferida no mesmo dia do julgamento.
VI. “Alguns começaram a cuspir nele...
dando-lhe murros” – Naquele tempo,
essa era uma expressão de rejeição e condenação. Mas era ilegal que membros do
Sinédrio batessem no acusado.
VII. “Não conheço este homem”
– Todos os quatro Evangelhos registram esse momento de fraqueza humana. Pouco
antes, Jesus havia recomendado a Pedro: “Vigie e ore para não cair em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Pedro estivera seguro de que
nunca negaria Jesus, mas, quando sua lealdade foi posta à prova, faltou-lhe
coragem.
VIII.
“O
galo cantou pela segunda vez” – Para Pedro, essa
era uma dramática lembrança das palavras proféticas de Jesus. Muitas casas tinham
aves domésticas, e o cantar dos galos anunciava a aproximação do dia. A noite
terminara e o pleno horror de sua negação amanhecia sobre Pedro.
-
Vestes do sumo sacerdote: O sumo sacerdote usava vestes
especiais, inclusive um “peitoral de julgamento”, onde os nomes das doze tribos
de Israel estavam escritos em doze pedras preciosas.
-
O canto do galo: O canto do galo é uma antiga medida
para marcar o tempo. Os romanos davam o nome de “cantar do galo” à terceira
vigília da noite (entre meia-noite e as três horas da manhã).
Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.
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