Salmo 86:7
No dia da minha angústia clamarei a ti, pois tu me responderás.
Há um grande mal neste século – e
não estou falando dos aplicativos que fazem as pessoas se tornarem zumbis
andantes em seus celulares. Estou falado da depressão.
A depressão, já diagnosticada como
passível de atingir a todas as pessoas, paralisa o ser humano e faz com que
este se torne refém de si mesmo, paralisando e arruinando a sua vida.
Falo de cátedra, pois já fui
vítima deste mal. Fui; não sou mais. E não sou porque decidi não ser. Sim. O
primeiro passo é tomar uma decisão: não querer mais se submeter a esse jugo.
Não tomar essa decisão também é decidir: é decidir se entregar.
Decidi lutar com a única arma que
foi capaz de me dar vitória neste jogo de vida/morte, depois de ser derrotado
mesmo com a ajuda de profissionais e medicamentos. A arma que usei chama-se
oração.
Quero colocar agora um aparte,
pois a isso me faz recorrer a responsabilidade que tenho sobre o que escrevo e,
ao passo que alguns me leem, a responsabilidade que tenho em relação a estas
pessoas também – como você, que aqui está lendo.
O aparte é este: Um dos fatores
causadores da depressão pode ser a falta de substâncias químicas no organismo.
Existem substâncias (chamadas neurotransmissores) que, em falta, podem causar
depressão. Os neurotransmissores serotonina,
noradrenalina e dopamina, quando em níveis baixos, causam as alterações de humor e
o desânimo, bem característicos do quadro depressivo. Por isso que o primeiro
passo ao perceber esses sintomas, é procurar o acompanhamento médico e
psicoterápico associado. Isso eu também fiz, e deve ser feito. Exames clínicos podem detectar estas faltas e
medicamentos existem que reequilibram a dosagem certa no organismo. Nem tudo,
na depressão, portanto, é somente psicológico; há fatores biológicos também. O acompanhamento
de um profissional de Psicologia também é indicado. Importante: o que aqui
escrevo não desautoriza nenhum tipo de acompanhamento médico/profissional – que
isto fique claro!
Feito esse aparte, prossigo, voltando
à oração, que falei acima. A Palavra me atesta que posso lançar mão dela sempre
que precisar: Lancem sobre ele toda a sua
ansiedade, porque ele tem cuidado
de vocês (1º Pedro 5:7).
Falando
agora de uma forma bem pessoal a respeito da depressão, digo que esta se
caracteriza pela perda de sentido da vida, por não se ter mais razão para
continuar a existir. É, literalmente, a angústia de existir! E este ponto se
alcança quando se percebe que a vida não mais nos responde. E a vida, para quem
assim crê, é Deus! Quando achamos que Deus não mais nos responde, chegamos ao
fundo do poço!
Mas nos
enganamos. Deus sempre nos responde, quando pedimos isso a Ele. O problema é
que não costumamos pedir. E aí, quando não perguntamos por Sua vontade, ficamos
sem resposta. E nos deprimimos ainda mais.
Ele nos
ensina, no entanto, que, quando clamamos a Ele, Ele nos responde. E a Sua
resposta é vida!
Foi isso
que me curou, quando estive angustiado e clamei a Ele. Não tenho dúvida disso,
pois experimentei na pela e na alma. Creia. Não tenho porque mentir.
Mais uma
questão que quero colocar aqui, neste espaço: tenha fé!
Sim. Tenha fé!
Fé não é uma questão de vontade – pois a vontade já foi pulverizada
quando estamos em estado crônico de depressão. Fé é uma questão de decisão. É decidir – contra a vontade – levantar
da cama física e psicológica em que nos encontramos quando deprimidos, e dar um
passo. Que seja em direção ao banheiro, para tomar um banho. Que seja em
direção à cozinha, para fazer um lanche. Que seja em direção à praça, para
sentar num banquinho e ver gente passando. Que seja qualquer mobilidade
possível, pois a depressão imobiliza!
Mobilize-se! Um pouquinho que
seja!
E ore. Ore caminhando; ore sentado
no banquinho da praça; ore olhando árvores e flores; ore em qualquer lugar, a
qualquer momento – mas ore!
Deus responderá. Ele sempre dá Seu
jeitinho de responder!
E Deus curará tua alma!
Para terminar, gostaria de deixar
algumas Palavras bem importantes que, se interiorizadas e vividas, podem, de
fato, ser um trampolim para saltar da depressão ao entusiasmo:
“Bem-aventurados
os que choram, pois serão consolados” (Mateus 5:4).
Que
diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele
que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos
dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas? Quem fará alguma acusação
contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Foi
Cristo que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também
intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou
angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está
escrito: “Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados
como ovelhas destinadas ao matadouro”. Mas, em todas estas coisas somos mais
que vencedores, por meio daquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem
morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem
quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na
criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus,
nosso Senhor (Romanos 8:31-39).
Bendito
seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de
toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com
a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por
tribulações. Pois assim como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós,
também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. Se somos atribulados,
é para consolação e salvação de vocês; se somos consolados, é para consolação
de vocês, a qual lhes dá paciência para suportarem os mesmos sofrimentos que
nós padecemos (2º Coríntios 1:3-6).
Por isso
não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente
estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos
estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles.
Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois
aquilo que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno (2º
Coríntios 4:16-18).
Mas ele me
disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei
ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse
em mim. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos,
nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que
sou forte (2º Coríntios 12:9-10).
Meus
irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas
provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a
perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e
íntegros, sem lhes faltar coisa alguma (Tiago 1:2-4).
Por hora é isso, pessoal. Que a
liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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