Isaías 43:18
“Esqueçam o que se foi, não
vivam no passado”.
Existem estudos no campo da
Psicologia e também da Neurolinguística que dizem que a maioria das pessoas não
vive no Presente. Parece incrível isso, e até difícil de entender. Como assim,
não vivem no Presente?
Esses estudos apontam que apenas
5% das pessoas vivem no Presente. Outras 75% vivem no Passado e 20% vivem no
Futuro. Como nas pesquisas eleitorais, esses números podem variar em dois
pontos percentuais para mais ou para menos.
Descontada a brincadeira, é nestes
percentuais aproximados que as pessoas vivem. Mas como pode ser isso?
Explica-se mais ou menos assim:
A grande maioria das pessoas é
influenciada diretamente por seu Passado. Desta forma, não somente são
influenciadas por questões culturais e socioeconômicas que viveram – o que é
natural –, mas especialmente porque sua mente faz “viagens” constantes ao
Passado, e muitas ficam muito tempo “estacionadas” aí – o que não deveria ser
natural.
Estas “viagens” se dão sob a forma
de nostalgia – boa ou má – revivendo lembranças, onde as boas aparecem bem
pouco (e, quando aparecem, trazem consigo uma espécie de angústia saudosa) e as
más se sobressaem (trazendo consigo frustrações nada saudosas). Remoem-se
dores, injustiças sofridas, todo um leque de sensações que inundam a mente como
uma enxurrada.
O indivíduo fica “parado” nestas
épocas passadas, retroalimentando suas lembranças com arrependimentos,
tristezas, e cheio de “certezas” de que – ah, se fosse hoje! – faria diferente.
Aqui, segredo uma frase carregada de sabedoria (sem nenhuma pretensão): Saiba, amigo, possivelmente, se fosse hoje,
você não faria diferente; deixe essas lembranças descansarem em paz!
O problema de se viver no Passado
é que a alma se amargura. E o amargo – excetuando-se a erva do chimarrão – não
tem um bom sabor! Traz consigo, essa amargura, a possibilidade de somatizar dores
passadas em dores físicas presentes. E isso é um perigo!
É importante dizer aqui que “viajar” ao Passado no sentido do aprendizado com o que passou é importante e salutar, assim como lembrar o que foi bom. Mas aprender e lembrar é uma coisa; surtar em cima de coisas que não se mudam mais é outra bem diferente!
Para estes “viajantes” ao Passado,
relembro da passagem que uso aqui como mote do texto: “Esqueçam o que se foi, não vivam no passado”.
Um segundo grupo vive “viajando”
ao Futuro, com ânsias, medos e inseguranças sobre como será o amanhã.
Com isso, imaginam cansativamente
possíveis cenários e possibilidades possíveis – com o perdão da redundância – e,
com elas, como “reagir” diante de cada uma delas. Quem já não acordou no meio
da madrugada pensando naquele compromisso de amanhã, de como será, o que se dirá,
o que se fará, como se agirá se acontecer isso, se acontecer aquilo ou aquilo
outro? Quem já não? E quem já não voltou para casa, no final daquele dia,
surpreso – positiva ou negativamente –, comprovando que nada daquilo que passou
a noite imaginando que iria acontecer aconteceu? Pois é! Normalmente é assim
que se dá.
Viver angustiadamente nesse Futuro
draga nossas energias vitais para descansar no “agora”, nos faz ir em frente
mais cansados e – sobretudo – também frustrados porque nossas imaginações não
se concretizaram.
É importante dizer aqui que
“viajar” ao Futuro no sentido do planejamento é importante e salutar. Mas
planejar é uma coisa; surtar em cima de infinitas possibilidades e cenários
possíveis é outra bem diferente!
Para estes “viajantes” ao Futuro,
deixo algumas Palavras sapientes:
“Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer?’ ou ‘Que
vamos beber?’ ou ‘Que vamos vestir?’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas
coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro
lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6:31-33).
“Portanto, não se
preocupem com o amanhã, pois o
amanhã se preocupará consigo mesmo” (Mateus
6:34).
“Peçam, e lhes será dado;
busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que
pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta”
(Mateus 7:7-8).
Apenas
bem poucos – aqueles 5% da pesquisa – vivem no Presente, vivem o momento do
“agora”, vivem como se deve viver para ter uma boa saúde psicológica/espiritual
e – como resultado benéfico – física.
São
estes aqueles que “viajam” ao Passado apenas para visitar boas lembranças e aprendizados, e
que “viajam” ao Futuro apenas para planejar sua vida. E voltam das suas breves
“viagens” para se fazerem “presentes” no Presente.
A estes,
a Palavra do Senhor também incentiva a continuarem assim:
Como cooperadores de Deus, insistimos com vocês para não
receberem em vão a graça de Deus. Pois ele diz: “Eu o ouvi no tempo favorável e
o socorri no dia da salvação”. Digo-lhes que agora é o tempo favorável, agora
é o dia da salvação! (2º Coríntios 6:1-2).
Sobre as
dificuldades – mas também a importância – de as pessoas permanecerem presentes
no Presente, também Jesus já nos alertava, pois – como uma comparação – entrar
por esta “porta estreita dos 5%” chamada “tempo presente” e permanecer neste
“tempo” é uma luta disciplinada diária que exige esforço:
“Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu lhes
digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lucas 13:24).
O
escritor de Hebreus também lembra da importância do Presente – do hoje – para
uma salutar e segura permanência em Cristo e Seus valores eternos:
Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se
afaste do Deus vivo. Ao contrário, encorajem-se
uns aos outros todos os dias, durante o
tempo que se chama “hoje”, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado, pois
passamos a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemos até o
fim à confiança que tivemos no princípio. Por isso é que se diz: “Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não
endureçam o coração, como na rebelião” (Hebreus
3:12-15).
Assim,
pesquisas de Psicologia e Neurolinguística apontam para estes números que falei
acima, e a Palavra de Deus já apontava para isso desde sempre!
Para
terminar, não vou me furtar a uma frase clichê, mas, nem por isso, menos
verdadeira: “Viva o Presente; não é à toa que se chama presente”.
Por hora é isso, pessoal. Que a
liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert