Este é, até agora, o maior título de uma crônica que já escrevi. Digo
“maior” no sentido do tamanho mesmo, não necessariamente no sentido de
profundidade ou importância. Maior de “mais grande”, ainda que essa expressão
seja literariamente incorreta.
E uso também o número 7 (sete) que é considerado um número que aponta para
a perfeição, que aponta para Deus, segundo alguns. Mas não é por isso que o
número 7 (sete) aparece no título; é, antes de tudo, uma coincidência – se bem
que dizem que coincidências não existem.
A primeira menção que fiz ao escrever este texto foi usar o termo
“pronomes de tratamento”, mas depois mudei para “pronomes de relacionamento”,
pois os “de tratamento” são outros, e “de relacionamento” (se bem que inventei
esse termo) me parecia mais apropriado.
Mas, bem, estou tergiversando. Quero mesmo falar do que vou falar a
seguir.
Um pronome de relacionamento – e de tratamento também – é o modo como
tratamos alguém, geralmente de modo reverente e respeitoso, mas também pode ser
de modo próximo, amigável e íntimo. E os pronomes de relacionamento que uso em
relação a Deus abrangem todas estas definições – vão da reverência à intimidade.
E todos eles são antecedidos pela palavra “meu”, que é um pronome possessivo,
mas não o uso no sentido de posse, mas no sentido de tomá-lo para mim,
pessoalmente, proximamente, intimamente.
Vamos lá, então, aos meus sete pronomes de relacionamento para Deus:
1 – Meu Deus
O primeiro pronome de relacionamento que uso para Deus é Deus mesmo. Meu
Deus. E o motivo primevo é porque Deus é Deus – simples. Deus não existe, posto
que para algo ou alguém existir, tem que existir em ralação a algo ou outro
alguém. E Deus não precisa de nenhum algo ou outro alguém. Ele subsiste em e por
Si mesmo. Logo, Deus É. E Deus é
meu. Meu Deus.
“Na minha angústia, clamei ao SENHOR; clamei ao meu Deus. Do seu templo ele ouviu a
minha voz; o meu grito de socorro chegou aos seus ouvidos” (2º Samuel 22:7).
Eu declaro ao SENHOR: Tu és o meu Deus. Ouve, SENHOR, a minha súplica! (Salmo 140:6).
Jesus disse: “Não me
segure, pois ainda não voltei para o Pai. Vá, porém, a meus irmãos e diga-lhes:
Estou voltando para meu Pai e Pai de vocês, para meu Deus e Deus de vocês” (João 20:17).
2 – Meu Criador
O segundo pronome de relacionamento que uso para Deus é Criador. Meu
Criador. E o motivo, em si mesmo, é obvio: Deus é o Criador, meu e de todos e
de tudo o que há. Ele trouxe à existência, do nada, tudo. N’Ele somos, nos
movemos e subsistimos. E, ainda que as Escrituras O chamem também de “seu” e
“nosso” Criador, eu quero chamá-Lo também de meu Criador.
Oprimir o pobre é
ultrajar o seu Criador, mas tratar
com bondade o necessitado é honrar a Deus (Provérbios 14:31).
“Ai daquele que contende
com seu Criador, daquele que não
passa de um caco entre os cacos no chão. Acaso o barro pode dizer ao oleiro: ‘O
que você está fazendo’? Será que a obra que você faz pode dizer: ‘Você não tem
mãos’?” (Isaías 45:9).
Trocaram a verdade de
Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre.
Amém (Romanos 1:25).
3 – Meu Senhor
O terceiro pronome de relacionamento que uso para Deus é Senhor – e SENHOR. Meu Senhor. E o motivo é que eu, de livre e
espontânea vontade, escolho submeter-me ao Seu senhorio. Ele é senhor – e
Senhor e SENHOR – da minha vida. Ele é SENHOR desde os tempos antigos e eternos, e Senhor em Jesus,
o Cristo. Eu O escolho e O trato de meu
Senhor.
Ao SENHOR declaro: “Tu és o meu Senhor; não tenho bem nenhum além
de ti” (Salmo 16:2).
O SENHOR disse ao meu Senhor: “Senta-te à minha direita
até que eu faça dos teus inimigos um estrado para os teus pés” (Salmo 110:1).
Mas o que para mim era
lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso,
considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de
Cristo Jesus, meu Senhor, por quem
perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo e
ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da Lei, mas
a que vem mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na
fé (Filipenses 3:7-9).
4 – Meu Salvador
O quarto pronome de relacionamento que uso para Deus é Salvador. Meu
Salvador. E o motivo, claro como claros são os motivos divinos, é que em Jesus
de Nazaré, o Cristo de Deus, encontro o meu Salvador, uma vez que eu, como ser
caído, falho e incompleto que sou, necessito e ganhei por graça – e não por
merecimento – a graça de Deus vir ao meu encontro para me salvar. Ele é, assim,
meu Salvador, nosso Salvador, Salvador de todo aquele que crer e O aceitar.
Assim Ele é, hoje e sempre, meu Salvador.
Mostra-me, SENHOR, os teus caminhos,
ensina-me as tuas veredas; guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és
Deus, meu Salvador, e a minha
esperança está em ti o tempo todo (Salmo 25:4-5).
Mas, quanto a mim,
ficarei atento ao SENHOR, esperando em Deus, o meu
Salvador, pois o meu Deus me ouvirá (Miqueias 7:7).
Portanto, irmãos,
empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois se
agirem dessa forma, jamais tropeçarão, e assim vocês estarão ricamente providos
quando entrarem no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2º Pedro 1:10-11).
5 – Meu Pai
O quinto pronome de relacionamento que uso para Deus é Pai. Meu Pai. E o
motivo é que Jesus me ensinou que assim O posso chamar, pois assim Ele é. Ele é
o Pai de Jesus, o meu Pai, o seu Pai, o nosso Pai, o Pai nosso. Nas Escrituras,
Deus é anunciado como “meu”, “seu”, “de vocês”, “nosso”, como Pai. Assim, pois,
meu Pai.
“Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o
teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o
nosso pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos
nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal,
porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém” (Mateus 6:9-13).
“Nem todo aquele que me
diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a
vontade de meu Pai que está nos
céus” (Mateus 7:21).
“Que mérito vocês terão,
se amarem aos que os amam? Até os ‘pecadores’ amam aos que os amam. E que
mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os
‘pecadores’ agem assim. E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem
esperam devolução? Até os ‘pecadores’ emprestam a ‘pecadores’, esperando
receber devolução integral. Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e
emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que
terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para
com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso” (Lucas 6:32-36).
6 – Meu Irmão
O sexto pronome de relacionamento que uso para Deus é Irmão. Meu Irmão. E
o motivo é que Jesus, Ele mesmo, Se definiu e apresentou como meu, seu e nosso
irmão. Jesus chamou Seus discípulos de irmãos, assim como chamou aos seres
humanos de um modo geral de “meus menores irmãos”. Assim, Ele mesmo Se fez meu irmão.
“Digo-lhes a verdade: o
que vocês fizeram a alguns dos meus
menores irmãos, a mim o fizeram” (Mateus 25:40).
Então chegaram a mãe e os
irmãos de Jesus. Ficando do lado de fora, mandaram alguém chamá-lo. Havia muita
gente assentada ao seu redor; e lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá
fora e te procuram”. “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?”, perguntou
ele. Então olhou para os que estavam assentados ao seu redor e disse: “Aqui
estão a minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Marcos 3:31-35).
Jesus disse: “Não me
segure, pois ainda não voltei para o Pai. Vá, porém, a meus irmãos e diga-lhes: Estou voltando para meu Pai e Pai de
vocês, para meu Deus e Deus de vocês” (João 20:17).
7 – Meu Amigo
O sétimo pronome de relacionamento que uso para Deus é Amigo. Meu Amigo. E
o motivo é que, desde os tempos antigos, Deus é identificado como amigo de
muitos, já que muitos são chamados de amigos de Deus. Jesus mesmo diz que nos
chama de amigos. Logo, Ele é também meu
Amigo.
“Você, porém, ó
Israel, meu servo, Jacó, a quem escolhi, vocês, descendentes de Abraão, meu amigo, eu os tirei dos confins da
terra, de seus recantos mais distantes eu os chamei” (Isaías 41:8-9).
“Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes
ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz.
Em vez disso, eu os tenho chamado amigos,
porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido” (João 15:14-15).
Cumpriu-se assim a
Escritura que diz: “Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como
justiça”, e ele foi chamado amigo de
Deus (Tiago 2:23).
Então, volta e meia em minhas
orações, dirijo-me a Ele chamando-O de meu
Deus, meu Criador, meu Senhor, meu Salvador, meu Irmão, meu Pai e meu Amigo, assim, sem cerimônia, na
intimidade. E, cá entre nós, tenho a clara sensação que Ele Se agrada que seja
assim.
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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