A primeira epístola de João foi escrita a uma
coletividade cristã que tinha de enfrentar a heresia gnóstica do primeiro
século. João procurava animar seus membros a viver uma vida consequente com a
comunhão com Deus e com Cristo. Ventila assuntos tão vitais como a justiça, o
amor, a verdade e o conhecimento. O autor não considera estes assuntos
simplesmente como requisitos éticos, mas como realidades fundamentadas na
revelação cristã de Deus e de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Portanto, a
doutrina cristã é parte integrante do livro e sentimos, às vezes, a tentação de
pensar nele como uma exposição doutrinal da realidade da encarnação de Deus em
Cristo. Contudo, se quisermos seguir o pensamento do escritor, devemos evitar
esta tentação, visto que o apóstolo João está interessado principalmente na
qualidade da vida cristã de seus leitores.
A segunda epístola foi escrita para advertir uma
mulher cristã contra a comunhão indiscriminada com os incrédulos. As ideias
principais da epístola são o amor, a verdade e a obediência, que, em parte, se
complementam entre si. A obediência sem amor é servil; o amor sem obediência é
irreal; nenhum dos dois elementos pode florescer fora do ambiente da verdade.
Ao que parece, a epístola é uma carta pessoal a uma mulher cristã que João
conhece, talvez uma viúva, e o motivo foi o encontro com alguns de seus filhos
aos quais ele achou fieis na fé em Cristo (vers. 4). A carta é dirigida à
“senhora eleita” e este é, provavelmente, seu significado, embora muitos
interpretem como expressão figurativa que designa a uma igreja.
O propósito da terceira epístola é elogiar a Gaio, irmão
leal e ativo que tinha consideráveis bens, por sua hospitalidade cristã, dando
acolhida a pregadores que viajavam de uma cidade para outra, e ajudando-os no
caminho, participando, assim, em sua obra missionária. A carta refere-se também
à determinada circunstância interna da igreja, que envolve Gaio e Diótrefes.
As provas disponíveis indicam que João, o apóstolo,
foi o autor não somente do evangelho do mesmo nome, mas também destas três
epístolas. Estas cartas foram escritas, segundo se supõe, entre os anos 85 e
100 d.C.
Fred L. Fisher
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