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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

1 – O Novo Testamento



O Novo Testamento é uma coletânea de escritos dos apóstolos que presenciaram o nascimento do cristianismo há cerca de 2.000 anos. Jesus não deixou escritos, mas alguns dos discípulos que O seguiram em Sua pregação, ou escutaram testemunhos após Sua morte, fizeram um registro de Sua vida e da difusão do cristianismo. O Novo Testamento contém 27 livros de seus escritos. Alguns deles apenas no século IV seriam oficialmente reconhecidos pela Igreja.
Os principais fatos da vida e do ministério de Jesus tiveram lugar na Palestina, pela Galileia e Judeia. As viagens missionárias dos apóstolos se estenderam pela região do Mediterrâneo.

Estrutura do Novo Testamento
O conjunto de livros se divide em três partes: os Evangelhos, os Atos e as Epístolas. Os Evangelhos relatam a vida e ensinamentos de Jesus, os Atos descrevem a origem da Igreja e as Epístolas apresentam os primeiros ensinamentos cristãos.

Os Evangelhos
A palavra Evangelho vem do grego euangelion, que significa “boa nova”. Os Evangelhos anunciavam a boa nova de que Jesus era o Messias tão esperado. Eles foram escritos num período de cerca de cinquenta anos. Os quatro Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João foram reunidos pela Igreja nascente e divulgados pelo final do século I. Cada um deles mostra a vida de Jesus de um ângulo diferente.

Os Atos
Lucas também escreveu uma continuação do seu Evangelho, os Atos dos Apóstolos. Eles registram os primeiros trinta anos da Igreja e cobrem o período desde a ascensão de Cristo até a pregação de Paulo em Roma. Os Atos descrevem o trabalho missionário dos apóstolos e outros discípulos e relatam os problemas enfrentados pela Igreja primitiva.

As Epístolas
O Novo Testamento contém 22 cartas. Algumas são endereçadas a comunidades, outras a indivíduos e outras são cartas universais. Acredita-se que treze tenham sido escritas por Paulo. Oito são dos apóstolos João, Judas Tadeu, Tiago e Pedro, e uma ficou anônima. As Epístolas dão instruções e encorajamento aos primeiros cristãos. São elas: Romanos, 1º e 2º Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1º e 2º Tessalonicenses, 1º e 2º Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, 1º e 2º Pedro, 1º, 2º e 3º João, Judas e Apocalipse.

O culto judaico no tempo de Jesus
Após o exílio na Babilônia (c. 586 a.C.) e a destruição do Templo, os judeus passaram a prestar o culto em santuários. Estes ficaram conhecidos como “sinagogas” (do grego synagoge, “assembléia” ou “reunião”). O povo judeu (israelitas) se reunia nas sinagogas para rezar e escutar a leitura das Escrituras.
Por volta de 537 a.C., os persas derrubaram o Império Babilônio e os judeus puderam voltar para Judá. Muitos, porém, não retornaram e se dispersaram pelas áreas dominadas pelos persas. Isso levou à construção de sinagogas por todo o Mediterrâneo e Oriente Médio.
Nos dias de Jesus, o Templo já fora reconstruído duas vezes. Ele ainda servia de lugar de oração e de celebração das principais festas judaicas, como a Páscoa. O povo hebreu restaurara o sacerdócio e retomara a prática de oferecer sacrifícios.

Sinagogas
No tempo do Novo Testamento, as sinagogas consistiam em duas salas principais, separadas por um vestíbulo: o paço e a basílica. Numa parede havia uma ábside (nicho semicircular) contendo uma arca, onde se guardavam os rolos da Lei. As reuniões na sinagoga eram dirigidas pelos mais velhos. Um desses anciãos, o oficiante principal, supervisionava os cultos e ensinava as crianças a ler. Durante o culto, homens e mulheres se sentavam separados.

Mais sobre os Evangelhos
Os três primeiros Evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas) contêm muitas informações similares e são conhecidos como os Evangelhos “sinóticos”. Eles descrevem a pregação de Jesus na Galileia e em seguida a Sua viagem para Jerusalém. Já o Evangelho de João tem pouco em comum com os outros três: apresenta uma pregação mais longa na Judeia e realça os aspectos espirituais dos ensinamentos de Jesus.
Os Evangelhos não pretendem ser uma história completa da vida de Jesus, mas proporcionar um entendimento claro da Sua pregação. Cada Evangelho sublinha aspectos distintos da obra de Jesus, e às vezes os eventos são colocados em diferentes ordens cronológicas, como a purificação do Templo (João 2:13-22). Provavelmente, o Evangelho de Marcos foi escrito primeiro (c. ano 60-70), os de Mateus e Lucas vieram 15 a 20 anos depois. Admite-se que o de João foi escrito pelo final do século I.

Mateus
Acredita-se que o autor deste Evangelho foi o apóstolo Mateus, que fora coletor de impostos em Cafarnaum (Mateus 9:9). Ele usa frequentemente a terminologia judaica e retrata Jesus como a realização das profecias do Velho Testamento. Mas Mateus também ataca fortemente os líderes judeus (em especial os fariseus). O relato contém pouca narrativa, pois seu maior propósito é ensinar.

Marcos
O Evangelho de Marcos é o mais curto. O autor tem sido identificado como João Marcos (Atos 12:12), que trabalhou com Paulo, Barnabé e Pedro. Foi escrito para um público não-judeu e explica muitos costumes e palavras judaicas. Há um forte teor narrativo, com menções às experiências de Pedro, Tiago e João, que haviam estado presentes em grande parte da pregação de Jesus.

Lucas
Médico, Lucas era o companheiro de Paulo (Colossenses 4:14). O seu relato é apresentado na forma de uma biografia das relações de Jesus com as pessoas. É o mais longo dos quatro relatos e conta, com algum detalhe, o caminho de Jesus desde a Galileia a Jerusalém. Lucas registra os ensinamentos e curas de Jesus e salienta a Sua compaixão pelos pobres e necessitados.

João
Tradicionalmente se crê que João era o apóstolo “a quem Jesus amava”. Centrado na divindade de Jesus, este Evangelho não contém parábolas. Para ilustrar sua mensagem, frequentemente usa contrastes simbólicos, como luz e trevas. Segundo João, a pregação de Jesus dura três anos, pois são mencionadas três festas de Páscoa.

Festas cristãs
Após a morte de Jesus, seus discípulos continuaram a seguir os dias santificados judaicos. Houve, porém, um gradual afastamento dessas celebrações. Para os apóstolos, não havia mais necessidade da lei israelita, dos seus ritos e festas. Paulo declara isso na sua carta aos Colossenses (2:16-17). Mas já desde o começo da Igreja os cristãos comemoravam os eventos que levaram ao nascimento da cristandade.

Datas cristãs
·                        Domingo: Para os cristãos, o domingo é um dia sagrado de repouso. Ele comemora o dia em que Cristo ressuscitou, assinalado nos Evangelhos como o primeiro da semana. Também é chamado “Dia do SENHOR”.
·                        Epifania: A maioria dos cristãos celebra a Epifania em 6 de janeiro, relembrando o nascimento de Jesus e a visita dos Magos.
·                        Quaresma: A Quaresma é um período de 40 dias de penitência que termina no Domingo de Páscoa. É um tempo de preparação para a Páscoa e recorda os 40 dias de Jesus no deserto. Na Quaresma, alguns cristãos observam jejum.
·                        Semana Santa: A Semana Santa comemora os eventos que levaram à morte e ressurreição de Jesus.
·                        Domingo de Ramos: É o primeiro dia da Semana Santa. Lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, quando o povo forrou as ruas com ramos.
·                        Quinta-Feira Santa: Relembra a última ceia de Jesus com os discípulos e a Sua prisão.
·                        Sexta-Feira Santa: Recorda a crucificação de Jesus.
·                        Domingo de Páscoa: Celebra a ressurreição de Jesus. É o domingo seguinte à primeira lua cheia do outono. As igrejas ortodoxas têm outra data.
·                        Pentecostes: Comemora a recepção do Espírito Santo pelos apóstolos e o nascimento da Igreja.
·                        Natal: Festejado a 25 de dezembro, o dia de Natal comemora o nascimento de Jesus.

Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.


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