Chave do livro: revelação.
O livro de Daniel jamais deixou de despertar interesse e de provocar
controvérsia nos círculos teológicos. Ao mesmo tempo, cativa os leitores com
relatos de heroísmo em tempos de grande perigo e tem servido de consolo à
multidão de fiéis seguidores de Deus quando leem comoventes narrativas da Sua
presença e bênção.
Os primeiros capítulos de Daniel narram certas experiências dos jovens
judeus – Daniel e seus três companheiros – que fazem parte dos cativos judeus
na Babilônia no século VI a.C. A recusa de serem atraídos pelo mundo pagão em
que viviam e os perigos que os ameaçavam por causa de sua fidelidade constituem
a essência do drama. Seus livramentos – Daniel da cova dos leões, e Sadraque, Mesaque
e Abdnego da fornalha ardente – demonstram o poder e o amor de Deus.
Nabucodonosor, orgulhoso e seguro de sua conduta despótica, é humilhado até que
reconheça que a providência de Deus governa inclusive a vida do rei. O drama da
escritura na parede fez que esta frase fosse parte proverbial de nosso idioma
hoje. O terrível pecado da arrogância diante de Deus, do qual Belsazar se fez
culpado, traz com certeza a derrota e a morte. As seções narrativas do livro,
entre as mais famosas da literatura, mantêm nosso interesse não somente pelo
drama, mas também por sua vigência toda vez que o materialismo e o paganismo
ameaçam envolver os filhos de Deus.
As visões que o livro de Daniel proporciona, quer sejam dadas a
governantes pagãos ou ao próprio Daniel, são consideradas por sinceros
estudiosos da Bíblia como uma visão prévia do mundo através da história até os
últimos dias. As profecias relativas aos quatro reinos e ao quinto grande
reino, o reino de Deus, constituem um quadro da marcha do império. Os quatro
reinos formaram-se de acordo com a profecia; o quinto reino espera seu
cumprimento por ocasião da segunda vinda de nosso Senhor.
Os grandes temas da profecia de Daniel são assunto de vital solicitude
para a igreja na atualidade: a apostasia do povo de Deus, a revelação do homem
de iniquidade, a tribulação, a segunda vinda, o milênio e o dia de juízo. Ao abrir
o livro de Daniel, vemos-nos às voltas com uma interpretação da história que não
somente já se cumpriu em grande parte, mas que se cumprirá totalmente. Esta
certeza é que faz que o livro de Daniel seja de vital e significativa
importância na presente época.
No terreno histórico, tanto o Judaísmo como o Cristianismo têm
incorporado o livro de Daniel ao cânon, considerando-o obra autêntica do
período acerca do qual afirma falar, isto é, do sexto século antes de Cristo,
escrito por Daniel. Não existe base científica de nenhuma natureza que
justifique afastar-se da aceita tradição judaico-cristã, no sentido de que o
livro foi escrito no século VI a.C., por Daniel.
G.
Douglas Young
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