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domingo, 7 de fevereiro de 2016

Somos Cartas

II Coríntios 3:2-3
Vocês mesmos são a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos. Vocês demonstram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos.

O apóstolo Paulo escrevia aos coríntios de forma bem pessoal, como quem escreve a amigos, mais do que a formalidade de quem escreve a irmãos. Mas ele escreve também com a autoridade de um apóstolo – de alguém que cumpre um mandado de envio do Senhor –, falando sobre a profundidade daquilo que lhes escrevia.
O apóstolo fala que não se recomendava a si mesmo, mas que os irmãos de Corinto o recomendavam, sem formalidades nem cartas, mas com a sua – deles – postura em resposta ao Evangelho de Cristo que lhes estava sendo ensinado. Vocês mesmo são a nossa carta de recomendação, falava ele. Esta carta estava escrita em seu coração – o do apóstolo –, o impregnava, lhe dava confiança e autoridade perante os demais, uma autoridade recomendada pelos frutos colhidos com base na semente plantada juntos aos coríntios. Dizia ele que esta carta era conhecida e lida por todos, significando dizer que eram visíveis a todos os resultados que o Evangelho de Cristo pregado entre os coríntios produzia.
Da mesma forma, ele dizia a seus irmãos que eles eram também uma carta de Cristo, significando dizer que aquilo que lhes estava sendo continuamente ensinado produzia reflexos perceptíveis, moldando a sua forma de vida, sendo, portanto, uma prova concreta dos resultados. E este resultado era o resultado do nosso ministério, ou seja, do trabalho do envio do apostolado.
O que produzia tamanha diferença? O que fazia com que o Evangelho de Cristo, pregado e ensinado por Paulo e por tantos outros enviados do Senhor, produzisse impactos na vida de pessoas e circunstantes? Era a forma de ensinar? Era quem ensinava? Era algum método pedagógico revolucionário? Ora, para uma comunidade acostumada com a filosofia e a metodologia gregas, seria difícil vir um novo modus operandi pedagógico a fazer diferença tamanha. O que era então?
Ora, era algo que não podia ser escrito com tinta; não poderia ser elucubrado por filosofias e conjecturas humanas; era algo que “tinha” que vir de outra fonte, usando o humano apenas como “fio condutor”. O que era? Só poderia ser, por óbvio, algo procedente de fora do ser humano, isto é, algo que fosse escrito com o Espírito do Deus vivo, nas palavras de Paulo.
Escrever em tábuas de pedra, significando dizer gravar leis em bases inamovíveis, era algo natural do Antigo Testamento, referência feita aos Dez Mandamentos, que eram as bases da Lei de Moisés, desdobrada em mais de seiscentas leis e instruções. Mas não eram as tábuas de pedra o alvo do Novo Testamento, da Nova Aliança de Jesus Cristo. Não. Estas não podiam ser escritas nalgum lugar fora do ser humano. As Boas Novas de Cristo – o Evangelho – só podem ser escritas dentro do ser humano, no ser humano, na alma humana, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos.
O Evangelho não pode ser escrito numa base inamovível, dura, insensível e sem vida. Não. O Evangelho somente pode ser escrito em base movível, maleável, sensível e viva. O Evangelho só pode ser escrito no ser vivo e para o ser vivo. Só pode ser escrito no humano, não por outro humano – e nem com tinta –, mas pelo Espírito do Deus vivo, usando o fator humano apenas como propagador.
Simplificando: Deus nos traz Sua mensagem de vida em Cristo, usando a Sua Palavra como base eterna, e usando um irmão em Cristo como canal condutor.
Importante é que, tanto aquele que divulga a Palavra quanto o que recebe possam ser cartas vivas da mensagem de vida eterna. Importante é que possamos ser lidos por todos os que anseiam a vida eterna em Deus. Importante é que possamos andar juntos, num só sentido, apoiando-nos mutuamente, alegrando-nos com a vida que podemos desfrutar em e por nossa fé.

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert

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