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domingo, 3 de abril de 2022

O Perigo de Estar Dividido

 

Marcos 3:24-25

“Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não poderá subsistir. Se uma casa estiver dividida contra si mesma, também não poderá subsistir”.

 

Usando uma metáfora – sobre reinos e casas – simples e facilmente entendível por aqueles que O ouviam, Jesus falava do perigo das divisões.

As fissuras, cismas e pequenas rachaduras podem causar a ruína de um sistema todo.

Poderíamos falar de um reino, como Jesus falou, mas poderíamos falar também de uma empresa, de um clube, de uma entidade eclesiástica, ou de uma associação qualquer.

Jesus falava também sobre uma casa dividida. Podemos entender esse exemplo literalmente, sendo a nossa casa, a nossa família. Quando existe divisão entre membros de uma família, quando existe desarmonia, pais brigando entre si, filhos sem dar ouvidos aos pais ou pais não ouvindo aos filhos, quando há discussões e brigas não perdoadas, a família pode começar a se fragmentar. É claro que pode haver diferenças e contendas entre familiares, mas resolver logo a causa é importantíssimo, e trabalhar o perdão é fundamental, como ensina o apóstolo Paulo: “Quando vocês ficarem irados, não pequem”. Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não deem lugar ao Diabo (Efésios 4:26-27). Não dar “lugar ao Diabo” significa não deixar que a divisão se instale – “diabolus” é justamente um espírito de divisão. O importante, no seio familiar e do relacionamento das pessoas, é justamente isto: tratar de solucionar as divisões e liberar o perdão, pois perdoar nos liberta a todos!

Poderíamos aplicar o risco de divisões a muitas coisas, mas quero aplicá-lo agora, especialmente, a um ponto específico: nossa psique.

É em nossa mente que nasce o primeiro foco de divisão, abrangendo nossas crenças, nossos valores, nossos sentidos e sentimentos, nossa base psicológica/espiritual, sobre a qual construímos, por assim dizer, nossa vida.

No que tange a “construir” nossa vida, Jesus usava outra metáfora de especial significado: “Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda” (Mateus 7:24-27). Permanecer na Sua Palavra e praticá-la é a “liga” que “desliga” nossas dúvidas e rachaduras psicológicas e nos mantém na integralidade que o Evangelho ensina.

Portanto, o primeiro lugar em que o risco de divisões causa estragos é em nós mesmos. E é disso que quero falar.

Todos “construímos” nossa vida em cima de valores – a Rocha –, ou da falta deles – a areia.

Temos “valores”, como a própria família, a carreira profissional, a ascensão social, o altruísmo, e outros. E temos “valores” como a fé e a busca de crescimento/evolução espiritual.

Qualquer que for nosso sistema de crenças, é vital que o mantenhamos sem divisões, sem dubiedades, sem dúvidas não tratadas e sanadas. Podemos ter, por exemplo, dúvidas sobre um ou vários pontos do Evangelho, o que é normal, afinal, não sabemos tudo. Quando dúvidas surgirem, é importante, portanto, perguntarmos e buscarmos as respostas – e é igualmente importante buscarmos respostas em boas fontes, para que a confusão não seja aumentada. Então, uma vez que a dúvida se fizer presente, devemos perguntar e buscar respostas. Se e quando as respostas forem obtidas, a dúvida se dirime e seguimos adiante. Se e quando as respostas não forem obtidas, a dúvida pode até permanecer, mas devemos deixá-la de lado – mas não esquecida – e seguirmos adiante com fé, sabendo em Quem cremos. Temos que saber esperar. Quando Deus julgar oportuno, a resposta virá. Confie! E há respostas que virão apenas na eternidade/absoluto, quando estivermos em definitivo juntos a Ele. Sobre isso, lembro de um ensinamento que vem desde o Antigo Testamento: “As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei” (Deuteronômio 29:29). O que essa Palavra fala a nós cristãos? Fala que vivamos segundo o que já de Deus sabemos. Lembro também do que diz Paulo à comunidade de Filipos: Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e, se em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. Tão-somente vivamos de acordo com o que já alcançamos (Filipenses 3:15-16).

Há um conhecido meu que tem uma frase da qual gosto bastante: “Eu tenho ignorâncias, mas não tenho dúvidas”. Sim, há coisas que não sabemos, mas, sobre Deus, não temos que ter dúvidas, pois a única certeza absoluta é que Ele está certo.

É fundamental que possamos construir nossa vida sobre o alicerce/Rocha chamado Jesus Cristo, e que não permitamos que coisas estranhas aos Seus ensinamentos se aninhem em nosso ser.

É importante que saibamos discernir entre todas as coisas, mesmo e principalmente sobre o que nos pregam do Evangelho. Que o exemplo dos irmãos de Bereia, neste quesito, nos sirva: Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo (Atos 17:11). Eles não “engoliam” qualquer coisa que se lhes dissesse, mas punham tudo à prova pelas Escrituras. Assim é aconselhado também à igreja em Corinto: Falem dois ou três, e os outros julguem cuidadosamente o que foi dito (1º Coríntios 14:29). E lembremos ainda: Ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom (1º Tessalonicenses 5:21).

Fora do “círculo do Evangelho e da Igreja”, também há uma série de filosofias/doutrinas/religiões pregadas e ensinadas, que podem infiltrar-se em nossa mente/alma, causando divisões. Nestes casos, o melhor é nem gastar energia nelas. Uso para mim mesmo o seguinte conselho: “Na certeza/verdade em Jesus não há dúvidas; e na dúvida, se surgir, fico com Jesus”.

 

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.

Saudações,

Kurt Hilbert

 

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