Marcos
11:22-24
“Tenham fé em Deus. Eu lhes asseguro que
se alguém disser a este monte:
‘Levante-se e atire-se no mar’, e não
duvidar em seu coração, mas crer que
acontecerá o que diz, assim lhe
será feito. Portanto, eu lhes digo: tudo
o que vocês pedirem em oração, creiam
que já o receberam, e assim lhes sucederá”.
Marcos
11:25-26
“E
quando estiverem orando, se tiverem
alguma coisa contra alguém, perdoem-no,
para que também o Pai celestial lhes
perdoe os seus pecados. Mas se vocês
não perdoarem, também o seu Pai
que está nos céus não perdoará os
seus pecados”.
Há alguns dias escrevi e postei um artigo onde,
ao final, eu falava deste que aqui hoje escrevo e posto. Dizia eu ao final
daquele artigo intitulado “A Atemporalidade da Oração”:
Vou deixar um spoiler aqui: dentro em pouco, num outro texto,
quero falar sobre uma característica/prática da oração, que é o “alcançar a mão
pela oração” em direção àquilo que queremos trazer à nossa vida (sempre levando-se
em consideração o “orar segundo a vontade de Deus”), com base no “está
consumado, está feito”. Aguarde.
Pois bem. Não é preciso mais aguardar.
Aqui está o texto prometido.
E começo este texto referenciando acima, logo
abaixo do título, duas passagens bíblicas, uma contígua à outra, pois em si
elas se complementam.
Na primeira, Jesus dá uma espécie de “passo a
passo para fazer acontecer”, mediante a oração, pois Seus discípulos ficaram
impressionados com a “figueira que secara” – você pode ler o acontecido no
capítulo 11 do Evangelho de Marcos.
E na segunda, Jesus coloca uma espécie de
“condição sine qua non” para que isso
tenha como se cumprir.
Podemos perceber que o perdão é necessário para
que qualquer oração seja ouvida/recebida/atendida pelo Pai. E não é uma
condição prévia de perdão de Deus para conosco, antes é uma condição de perdão
da nossa parte para com qualquer que tenha pecado/errado contra nós.
De fato, sem perdão não há como conciliar a
oração com a recíproca divina. Sem perdão, não há como esperarmos que, em nós
falando com Deus através da oração, possa haver da parte d’Ele resposta.
Deus, por misericórdia, nos fala pela Sua
Palavra – encontrada nas Escrituras – para nos alertar e conscientizar do nosso
pecado, a fim de podermos pedir e obter o Seu perdão. Agora, atender de forma
responsiva às nossas orações, sem que nós nos predisponhamos a perdoar, isso
Ele não faz, segundo Jesus nos ensina: “E
quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no”.
Assim, para colocarmos em movimento as forças
espirituais mediante a nossa oração, é preciso perdoar – é preciso que
estejamos pacificados!
Por aquilo que Jesus ensina na primeira das duas
passagens que uso como mote para este texto, há uma seqüência lógica e
facilmente entendível, uma espécie de passo a passo.
Primeiro
passo: Ter fé em Deus. “Tenham fé em Deus”. A
fé é um dom do Espírito Santo, pelo qual devemos pedir em nossas orações; a fé
é a certeza do que esperamos e a prova do que ainda não vemos; sem fé é
impossível agradar a Deus; a fé se dá por dar ouvidos à Palavra do Senhor; e a
fé é uma prática, um exercício diário. Diário. Não anual, mensal ou semanal.
Diário.
Segundo
passo: Dizer, falar, usar a palavra. “Eu lhes asseguro que se alguém disser...” Esse é um grande “segredo”.
Temos que dizer. Falar. Usar a palavra – a nossa palavra. Isaías fala que Deus
executa a palavra de seus servos (Isaías 44:26). Então, temos que falar. Falar
em oração. Falar a nossa oração. Jesus falou à figueira, lembra? Mas não é
falar qualquer palavra. A palavra que falamos deve concordar com a Palavra de
Deus. Não podemos esperar êxito falando diferente do que é a Palavra do Senhor.
Exemplo: não adianta querer falar, amaldiçoar algo ou alguém, visto que Jesus
nos ensinou a nem mesmo amaldiçoar os inimigos, mas orar favoravelmente por
eles. E, antes que alguém diga que Jesus amaldiçoou a pobre figueirinha, lembro
que Ele teve uma intenção nobre por trás disso. Se Ele não a tivesse, não
estaríamos lendo isso aqui hoje. Mas esse é o segundo passo: dizer, falar, usar
a palavra.
Terceiro
Passo: Não duvidar. “... e não duvidar em seu
coração...” Dúvidas anulam o que desejamos, o que pedimos, o que falamos.
Mas eu tenho dúvidas, alguém pode dizer. Eu também, respondo. Eu também as
tenho. Mas temos que tratar de dissipá-las. Como? Pergunte-se: O que eu pedi em
minhas orações, já aconteceu para alguém? Já aconteceu “na Bíblia”? Alguém já
testemunhou que viveu essa experiência? O que eu pedi em minhas orações, já
sucedeu para alguém em algum lugar do planeta, neste ano, neste mês, nesta
semana? Se encontrarmos respostas positivas a estas perguntas, se nos dermos
conta que sim, que o que pedimos já aconteceu em algum momento a alguém, então
estamos começando a dissipar nossas dúvidas, percebendo que nossos pedidos
podem ser possíveis para nós também. Sigamos argumentando conosco mesmos,
mostrando a nós mesmos as possibilidades de concretização dos nossos pedidos.
Agindo assim, sucessivamente nossas dúvidas vão desaparecendo. É um exercício. Podemos,
ainda, nos perguntar: Haveria alguma coisa impossível para Deus?
Quarto
passo: Acreditar. Crer que acontecerá o que falamos
nas orações. “... mas crer que acontecerá o que diz...” Feito o terceiro
passo, trabalhar o quarto se torna mais fácil.
Esse passo está intimamente ligado ao quinto e último passo. Não se
surpreenda com a forma como chamei o quinto passo. Você vai logo entender o motivo.
Quinto
passo: Fazer de conta! Opa! Como assim, fazer de
conta? Usar a imaginação? Sim. Explico: vejamos o que Jesus disse: “Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá”. Vou repetir
a parte dessa citação que é a chave do quinto passo: “... já o receberam...” O
que é crer que já recebemos? É agir e se portar como se aquilo que você pediu
já estivesse com você. É como se fosse agora! Você estará agindo mentalmente como se já o tivesse. É isso. Isso é o
que Jesus dizia com “creiam que já o
receberam”. E a promessa d’Ele: “E
assim lhes sucederá”. Eu fico pensando aqui que Deus, antes de criar o
Universo, “imaginou” como ele seria... e assim sucedeu!
Vamos recapitular os passos: ter fé, falar, não
duvidar, crer, agir como se já tivéssemos. Nossa oração deve conter esses
elementos. Nossa vida deve conter esses elementos. Esse é o passo a passo para fazer acontecer.
Em seguida – ou mesmo antes de orar – o perdão absoluto
a quem quer que seja!
“E
quando estiverem orando, se tiverem
alguma coisa contra alguém, perdoem-no,
para que também o Pai celestial lhes
perdoe os seus pecados. Mas se vocês
não perdoarem, também o seu Pai
que está nos céus não perdoará os
seus pecados”.
Perdoe:
O perdão concedido – e pedido – fará com que você limpe-se das amarguras,
rancores, temores, dores, culpas... Perdoe e perdoe-se!
Receba
o perdão: Saiba que o Pai celestial já o perdoou em
Jesus. Aceite Seu perdão. Receba Seu perdão.
Coloquei no título do texto uma cena/gesto que
ilustra de forma muito clara o que quero dizer: alcançar a mão. Orar é alcançar a mão, é estendê-la em
direção àquilo que se pede.
Seguindo a simplificação máxima da ilustração, é
como se, numa prateleira, houvesse algo que você necessita. Porém, está lá na
prateleira, e pode estar à certa altura, necessitando que você coloque uma
escada ou uma cadeira para alcançar, mas está ali. Não virá a você flutuando,
ou atendendo ao seu desejo, ou à força do seu pensamento. Não. É necessário que
você faça algo: coloque a escada ou a cadeira – suba nela – estenda a mão –
pegue.
Orar
é isso: é colocar a escada ou a cadeira – é subir – é
estender a mão – é pegar.
Este exemplo, de tão simples, está quase
desenhado, não está?
Lembre-se sempre, porém: tudo é segundo a
vontade de Deus.
Sim. Nada do que pedirmos que estiver em
desacordo d’Ele será concedido. Pedir “em nome de Jesus” é isso: é como se
Jesus estivesse pedindo. E Ele está: [Cristo]
que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós (Romanos 8:34). Lembremos também do que diz
Tiago: Vocês cobiçam coisas, e não as
têm. [...] Não têm, porque não pedem.
Quando pedem, não recebem, pois pedem
por motivos errados, para gastar em seus prazeres (Tiago 4:2-3). E
lembremos também de como ensinou João: Esta
é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele
nos ouvirá. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos
(1º João 5:14-15).
Em Jesus, tudo está feito: “Está consumado!” (João 19:30). Pois
quantas forem as promessas feitas por Deus, tantas têm em Cristo o “sim”
(2º Coríntios 1:20).
Ficamos sabendo, assim, que a oração não é uma
“mandinga”, um “abracadabra”, um “encantamento”, para que as coisas aconteçam.
Não. É uma relação de intimidade com
Deus. É uma conversa com Ele. E
é também uma ferramenta, um mecanismo maravilhoso para trazermos à nossa realidade
o Futuro, aquilo que Deus preparou para nós – mas que precisamos alcançar a
mão!
Então ore mais. Converse com Deus. Ore até
ouvi-Lo. Abra seu coração. Peça. Agradeça. Ore em secreto no seu quarto, como
Jesus ensinou. Ore caminhando na rua. Ore quando quiser – e quando não quiser também.
Ore o tempo todo. Alcance a mão.
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o
amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert