Salmo 119:165
Os que amam a tua lei desfrutam paz, e nada há que os faça
tropeçar.
Trago sempre o significado de Lei
do Antigo Testamento para Evangelho no Novo Testamento – neste que estamos
contidos. Assim, “os que amam o Teu Evangelho desfrutam paz”. Tenho essa
liberalidade, pois Jesus a teve, quando ressignificou por Si e em Si, não só a
Lei e os Profetas, mas todo o relacionamento humano com Deus.
Antes de entrar no desenvolvimento
deste texto propriamente dito, vamos tratar de harmonizar uma aparente
contradição: a deste Salmo citado acima, com o que Tiago nos ensina. Enquanto o
Salmo diz que nada há que nos faça
tropeçar, Tiago diz que todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no
falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo (Tiago 3:2).
Vamos
lá: diante da possibilidade de tropeçarmos de muitas maneiras, diz Tiago,
alcançamos a perfeição quando não tropeçamos no falar. Dito de outra forma: não tropeçar ao falar, impede que tropecemos
de muitas maneiras.
E agora
vem a pergunta: Como não tropeçar ao falar?
Resposta
1: Pegando emprestado e nos apropriando da Palavra de outro Salmo: Ó SENHOR, dá palavras aos meus lábios, e a minha boca
anunciará o teu louvor (Salmo 51:15). Aqui há o
ensino/pedido para que Deus coloque em nossos lábios as – Suas – palavras
apropriadas, para que tenhamos o hábito/impulso de as falarmos com freqüência e
verdade.
Resposta
2: Lembrando de um dos mais belos ensinamentos de Jesus, quando diz: “Pois a boca fala do que está cheio o
coração” (Mateus 12:34). Aqui Ele nos ensina que é um impulso/hábito
transformarmos em palavras os nossos sentimentos.
Harmonizada
esta – aparente – contradição entre o Salmo do texto de hoje e Tiago, desejo
prosseguir para o que realmente quero dizer neste espaço.
Jesus disse certa vez: “Deixo-lhes a paz; a minha
paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá” (João
14:27). Paz: uma pequena palavra com um grande significado! A diferença entre a
paz de Jesus – esta que Ele nos dá – e a paz do mundo, é que a paz do mundo
geralmente é imposta do mais forte sobre o mais fraco. É uma paz compulsória. A
paz de Jesus, ao contrário, se submete em humildade, significando que o mais
forte se abre à aceitação do outro. É uma paz inclusória.
Há tão
poucas pessoas que desfrutam da paz de Jesus!
A Palavra do salmista, base deste
escrito, diz que “os que amam a lei do Senhor desfrutam a paz”. Ora, a lei do
Senhor é o amor! Portanto, o amor é o cumprimento da Lei (Romanos 13:10).
E o que
é o amor? Uma das definições mais belas do amor encontramos no capítulo 13 de
1º Coríntios. Leia. Vale a pena! Outra definição, profunda e simples, Jesus
mesmo nos dá: “‘Ame o Senhor, o seu Deus,
de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é
o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu
próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os
Profetas” (Mateus 22:37-40).
Quem
cumpre isso cumpre a lei do Senhor.
E
cumprimos isso? Cada um de nós tem a resposta a ser dada a si mesmo.
Quem ama não tropeça, pois o amor
decidido e praticado remove os percalços que poderiam nos causar tropeço. Todos
os tropeços na vida são causados pela falta de amor a Deus, ou ao próximo, ou a
nós mesmos!
Ame e não tropece. Não ame, e o
tropeço vem.
Quem ama refugia-se em Deus, e de
Deus tem amparo e proteção nas adversidades, como tão lindamente nos é
ensinado: Porque
a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os
seus caminhos; com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em
alguma pedra (Salmo 91:11-12).
Lembremos, no entanto: andemos em
amor, mas andemos também atentos, pois é sempre bom olharmos onde pisamos. Não
devemos nos negligenciar, pois isso seria tentar a Deus, como Jesus mesmo
ensinou, quando foi tentado a Se jogar do pináculo do Templo, sob a citação
deste mesmo Salmo – leia sobre isso em Mateus 4:1-11.
Ainda: se quisermos andar sem
tropeços, como andar em amor, olhemos para Jesus; olhemos como Ele andou quando
esteve junto aos humanos como uma pessoa, no tempo, na geografia e na história
– na Palestina há dois mil anos. E onde encontramos as referências disso? Na
Bíblia, nos Evangelhos. Leia lá. Sempre é bom!
Por hora é isso, pessoal. Que a
liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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