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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

42 – Últimos Dias de Jesus



No domingo anterior à Páscoa, Jesus se dirigiu a Jerusalém. Milhares de judeus tinham acorrido para lá a fim de celebrar aquela festa religiosa. Por volta do ano 1000 a.C. a cidade se tornara o centro político e religioso de Israel. Entretanto, o rei babilônio Nabucodonosor a destruiu em 586 a.C. Quando voltaram do exílio na Babilônia, os judeus reconstruíram Jerusalém. No tempo de Jesus, a cidade havia sido bastante ampliada e embelezada por Herodes, o Grande. Jesus sabia que em breve morreria lá e que Jerusalém viria a ser mais uma vez destruída.

 

Como as pessoas viam Jesus

Quando estava próximo de Jerusalém, Jesus pediu um jumento e, montado nele, dirigiu-se para a cidade. Para o povo judeu, isso tinha um significado. Eles se lembravam da profecia de Zacarias: “Eis que vem o vosso rei... montado num filhote de jumento” (Zacarias 9:9). Durante séculos os judeus haviam sofrido a opressão estrangeira. Agora, sob o governo romano, eles esperavam o rei prometido que lhes traria de volta a glória passada. Aclamaram Jesus como o Messias, ou o Ungido – o novo Rei Davi.

Isso assustou os chefes religiosos judeus. Eles sabiam que, se o povo se revoltasse contra a opressão, os romanos os responsabilizariam. Além do mais, Jesus condenava as práticas comerciais em vigor no Templo e os sacerdotes temiam perder seus ganhos e sua autoridade como guardiões da Lei de Moisés.

Jesus proclamava a chegada do Reino de Deus, mas mesmo os discípulos pensavam que o reino de que Ele falava fosse mais político do que espiritual.

 

O Sinédrio

O supremo tribunal dos judeus era o Sinédrio, em Jerusalém. Seus 71 membros eram constituídos por fariseus I e saduceus II, presididos pelo Sumo Sacerdote. Durante o domínio de Roma, o Sumo Sacerdote era apontado pelo governador romano.

Ao ser preso, Jesus foi conduzido à casa do Sumo Sacerdote e julgado perante o Sinédrio, que O declarou culpado de blasfêmia. Embora pudesse administrar a justiça na Judeia, o Sinédrio não tinha poderes para impor a pena de morte. Isso só podia ser feito pelo governador romano – no caso, Pôncio Pilatos. Pela lei romana, blasfêmia não era crime. Por isso, ao levar Jesus a Pôncio Pilatos, o Sinédrio o acusou de traição contra Roma.

 

Pôncio Pilatos, governador romano da Judeia

O título oficial de Pilatos era “procurador”. Correspondia ao de um administrador financeiro e militar de uma província romana.

O quartel-general de Pilatos ficava em Cesareia, embora ele tivesse uma residência na Fortaleza Antônia, em Jerusalém. Provavelmente, era por causa da Páscoa que ele estava na cidade. Os Evangelhos retratam Pilatos como um homem fraco, que condenou Jesus à morte para contentar os chefes religiosos, apesar da sua própria convicção de Jesus ser inocente. Historiadores, como Tácito e Josefo, pintam um retrato diferente, encarando-o como uma pessoa ambiciosa, cruel e insensível. Em numerosas ocasiões, ofendeu e hostilizou os judeus. Sua tentativa de usar recursos do Templo para construir um aqueduto provocou protestos populares. A resposta de Pilatos foi enviar tropas, e muitos judeus foram mortos.

 

Via Sacra

O trajeto feito por Jesus desde o seu julgamento por Pilatos até a crucificação é conhecido como a Via Sacra, ou Caminho da Cruz. Acredita-se que ele começou na Fortaleza Antônia, mas existem outras hipóteses.

Tradicionalmente, quatorze estações assinalam viários incidentes ao longo do percurso, como o lugar em que Jesus tropeçou e caiu. Nenhuma delas é mencionada na Bíblia.

 

Quem eram?

I)                      Fariseus: Ramo influente da comunidade religiosa judaica nos dias de Jesus. Considerados peritos em religião, os membros desse grupo acreditavam que a lei oral da fé judaica era tão autorizada e inspirada por Deus quanto a Tora, ou lei escrita. Em conseqüência, obedeciam com muito rigor às leis de Deus, bem como toda a tradição interpretativa que haviam estabelecido. A eles Jesus reservou algumas das críticas mais severas, que podem ser encontradas no capítulo 23 do Evangelho de Mateus.

II)                   Saduceus: Grupo de líderes da comunidade religiosa judaica; opunham-se aos ensinos tanto dos fariseus quanto de Jesus. No século I d.C. detiveram poder político considerável e controlaram a suprema corte judaica – o Sinédrio. Negavam a doutrina da ressurreição, bem como a existência de anjos e de espíritos.


Publicada inicialmente na Grã-Bretanha em 1997 por Dorling Kindersley Ltd, 9 Herietta Street, London WC2E 8PS.

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