Salmo 119:71
Foi bom para mim ter
passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos.
Há traduções bíblicas que, ao invés de dizerem “ter passado pela aflição”,
dizem “ter sido castigado”. O significado, dentro do contexto, vem a ser o
mesmo.
Pode ser que você – assim como eu – já tenha ouvido a seguinte frase: “Ou
vamos a Deus pelo amor ou pela dor”. Não, não é uma frase bíblica, mas é da assim
chamada “sabedoria popular”. Não concordo muito com essa frase, pois a graça de
Deus alcança a todos; mas também não ouso discordar dela por completo, pois já
se mostrou verídica nalguns casos.
O que devemos reconhecer é que o amor de Deus é um amor paterno/materno,
pois Ele tem conosco uma relação de filhos. O
próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus (Romanos 8:16). Somos
Seus filhos, podemos crer nisso!
“Quem ama, educa”, já dizia o educador Içami Tiba. E já dizia Deus também!
Ele nos ama e, sempre que necessário, nos educa. Suportem
as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Ora,
qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são
disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são
filhos legítimos, mas sim ilegítimos. Além disso, tínhamos pais humanos que nos
disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai
dos espíritos, para assim vivermos! Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia
melhor; mas Deus nos disciplina para o
nosso bem, para que participemos da sua santidade. Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento,
mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados (Hebreus 12:7-11).
Quando reconhecemos que Ele nos educa, podemos, de alma, concordar com a
Palavra que diz que, nesses momentos, foi
bom ter passado pela aflição. Foi bom, sim! E foi bom porque a aflição,
quando bem compreendida, nos faz refletir e nos faz voltar os passos para o
caminho do Senhor. Refleti em meus
caminhos e voltei os meus passos para os teus testemunhos (Salmo 119:59).
Quando assim reconhecemos, aprendemos
os decretos de Deus. E Seus decretos – contidos nas Escrituras –, como
Jesus ensinava, sempre passam pelo amor. Jesus dizia que do amor dependem “toda
a Lei e os Profetas”, atestando, assim, que toda a Escritura deve ser lida sob
o enfoque do amor de Cristo, tendo Jesus como chave hermenêutica/interpretativa,
e que tudo o destoa deste amor não provém de Deus. Veja só: “‘Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e
de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo
é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mateus 22:37-40).
Quando reconhecemos que Deus nos ama
e Se importa conosco, podemos também reconhecer que todos os Seus atos e
permissões para conosco servem para o nosso bem, mesmo que, num primeiro
momento, não entendamos como isso pode ser assim. Mas pode. E é. Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que
foram chamados de acordo com o seu propósito (Romanos 8:28).
Que a sabedoria do Senhor sempre nos abra os olhos!
Ó profundidade da
riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os juízos
e inescrutáveis os seus caminhos! “Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi
seu conselheiro?” “Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense?” Pois
dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre!
Amém (Romanos 11:33-36).
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert
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