Ciclo é uma palavra que tem origem no termo grego kyklos, que significa uma série de fenômenos que têm começo e fim
delimitados, e se repetem continuamente ou, se preferir, ciclicamente.
Cada final de ano marca o fim de um ciclo, e cada início de ano marca o
início de outro. É assim pelos movimentos astrológicos do universo, e é assim
também no imaginário popular e no inconsciente coletivo.
Como humanos, somos seres atrelados a ciclos e, comumente, passamos de
um para outro por meio de um rito de
passagem. Ritos de passagem são celebrações que marcam mudanças na vida de
uma pessoa ou uma coletividade no seio comunitário. Os ritos de passagem podem
ter caráter social, comunitário ou religioso. Um rito de passagem é, assim, um
ato específico, aceito pela coletividade, como um marco divisor de épocas,
momentos ou... ciclos.
Entramos agora num rito de passagem característico e que atinge toda a
sociedade, quer alguns gostem ou não: o final de um ano e o início de outro –
2020 se finda e 2021 se inicia.
Festividades características deste período, o Natal e Ano Novo trazem
sensações variadas às pessoas: há aquelas para quem é uma época festiva, há
aquelas para quem é um tempo de melancolia, e há aquelas que passam por esses
dias sem muitas alterações psicológicas/comportamentais, ou seja, não são assim
tão influenciadas.
Seja como for, fato é que encerra um ciclo e começa outro.
Como cristão, falo do Natal, não com um caráter fundamentalista, do tipo
que entra em discussões porque este não seria o período do ano em que Jesus de
Nazaré nasceu, porque é uma data imposta pelo catolicismo romano em resposta
aos cultos pagãos, etc, etc, etc. Sempre achei isso perda de tempo.
Como cristão, falo do Natal como uma época de reflexão, que nos faz
rememorar o nascimento do Cristo em forma de gente, gente como a gente, lá na
Palestina há pouco mais de dois mil anos. Falo do Natal como uma consciência
que tenhamos sempre presente, a de que Deus veio habitar aqui, neste nosso
planetinha azul, o terceiro do sistema solar em que orbitamos, reconciliando
consigo o mundo todo – e a existencialidade do universo –, trazendo-nos a paz
que tanto precisamos, ensinando-nos o amor que tanto estamos faltos, o perdão
que é uma verdadeira força motriz à vida, e a vida eterna, que não é um tempo
para sempre, mas um tempo sem tempo junto a Deus, para sempre, seja o que seja
esse sempre. Falo do Natal como um presente de Deus para nós, onde Deus Se dá
de presente!
E falo do Natal não somente como parte integrante de um rito de passagem
que nos faz trasladar de 2020 para 2021, mas como uma memória espiritual que
deve ter sua presença em cada dia no ano que vem aí.
É por isso que desejo que o Natal seja bom para todos nós, e que todos
nós aprendamos a sermos bons com todos nós!
Desejo, idem, que o final de ano seja um rito de passagem a nos
catapultar de um ano virótico – sim, o Covid segue por aí mais um tempinho –
para um ano profético, onde os desejos de ano novo se concretizem, primeiro nos
corações/mentes, depois nas vidas/gentes.
É por isso que desejo também que o Ano Novo seja bom para todos nós, e
que todos nós aprendamos a sermos bons com todos nós!
Sim, que sejamos bons uns com os outros! Só isso já está de bom tamanho!
Que neste Natal e neste 2021 provemos e sintamos o sabor da bondade – e
sejamos felizes!
Provem,
e vejam como o SENHOR é bom. Como é feliz o homem que nele se refugia! (Salmo 34:8).
Por hora é isso, pessoal. Que a
liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert