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sábado, 27 de outubro de 2018

O Filho do Homem e Cordeiro de Deus



          Mateus 18:11
          “O Filho do homem veio para salvar o que havia se perdido”.

          Jesus chama a Si mesmo de “Filho do homem” – com F maiúsculo para Filho –, significando que Ele tinha também, além da natureza e essência divinas, a natureza humana.
          Significava também que Ele usava uma expressão muito conhecida nas Escrituras do Seu tempo. Esta expressão constava dos Salmos e dos Profetas. Especialmente, o profeta Ezequiel a usava em profusão – ainda que a usasse como “palavra do Senhor” referindo-se a ele, o profeta. Daniel também usa a expressão “filho do homem”, referindo-se, porém, não a ele, mas a alguém celestial com esta aparência.
          Jesus também foi chamado de “Cordeiro de Deus”, em várias passagens. Referências vêm desde o profeta Isaías, passando por outras tantas abordagens. O eunuco estava lendo esta passagem da Escritura: “Ele foi levado como ovelha para o matadouro, e como cordeiro mudo diante do tosquiador, ele não abriu a sua boca. Em sua humilhação foi privado de justiça. Quem pode falar dos seus descendentes? Pois a sua vida foi tirada da terra” (Atos 8:32-33). Depois ouvi todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles há, que diziam: “Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o poder, para todo o sempre!” (Apocalipse 5:13). Estas referências aludiam ao fato de Jesus ser o sacrifício definitivo em substituição ao homem, que Deus fazia de Si para Si mesmo, em representação de todo homem.
          O fato de Jesus ser apresentado como o “substituto” tem também uma conotação histórica e cultural. O conceito de alguém servir de “substituto” para outro alguém era conhecido da cultura hebraica, posto que no Antigo Testamento há inúmeros relatos onde o sacrifício do homem é “substituído” pelo sacrifício de algum animal para a expiação dos pecados – não do animal, mas do homem ao qual ele substituía, sofrendo a pena de morte em seu lugar. Também os romanos – que dominavam sobre Israel nos tempos terráqueos de Jesus – conheciam bem o conceito de um “substituto” sofrer a pena em lugar de alguém.
          Aí chego ao ponto onde queria chegar: falar sobre o porque de Jesus ser o Filho do homem e o Cordeiro de Deus.
          No Antigo Testamento – como falado há pouco – , nos sacrifícios no templo, um cordeiro e outros animais eram sacrificados pelos pecados dos sacerdotes e do povo. “Venha até o altar e ofereça o seu sacrifício pelo pecado e o seu holocausto, e faça propiciação por você mesmo e pelo povo; ofereça o sacrifício pelo povo e faça propiciação por ele, conforme o SENHOR ordenou” (Levítico 9:7).
          Jesus veio como o sacrifício definitivo pela humanidade, ato no qual se dava o perdão definitivo àqueles que O buscassem e ato que reconciliava o ser humano com Deus. No dia seguinte João viu Jesus aproximando-se e disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29). Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida! Não apenas isso, mas também nos gloriamos em Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante quem recebemos agora a reconciliação (Romanos 5:10-11).
          Assim, Jesus é o Filho do homem porque Ele é você e eu na substituição na cruz. Pelos nossos pecados, nós deveríamos estar sofrendo a pena da condenação. Todavia, Ele está em nosso lugar. Ele nos representa. Assim como somos filhos dos homens, Ele também o é – no sentido latente de que, tanto nós como Ele, somos constituídos da mesma essência humana como homo sapiens. A diferença entre nós e Ele, no entanto, é óbvia: Ele é homem e Deus concomitantemente; nós somos homens. Ele era divino e humano; nós, humanos. Ele não pecou; nós pecamos. Somente alguém sem pecados poderia vencer o pecado – e a morte –, assim, ressuscitando dos mortos.
          Esta reconciliação se deu desde sempre. Apocalipse 13:8 nos diz assim: ... Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo. Assim, a Criação já se deu sob o signo da reconciliação e do perdão. No tempo/geografia/história, o Cristo – o Filho do homem e Cordeiro de Deus – foi imolado há dois mil anos em Israel, porém, em termos escatológicos – de salvação –, isto se deu fora do tempo/espaço, visto que a Criação já se deu com o perdão divino “pronto”.
          A Criação foi “criada” já previamente com a condição de – mediante o Cristo – estar perdoada e reconciliada, pacificada em Deus. Deus não “perdeu o controle” da Criação quando esta foi acometida pelo pecado. Poderia parecer que sim, que algo Lhe tivesse escapado. Mas como algo poderia escapar a Deus? Deus, já sabendo de tudo, de antemão preparou o “mecanismo” – esta é a palavra que melhor se encaixa aqui – para reunir tudo e todos de forma pacificada e reconciliada a Ele – por e em Cristo. Quando Jesus disse, na cruz, que tudo “está consumado”, era disso que Ele falava: se cumpria naquele momento histórico o que já estava determinado e cumprido mesmo antes da história e do tempo existirem.
          Esta é uma revelação única que só o Evangelho tem – nenhuma espiritualidade ou religiosidade humana a oferecem nem a podem oferecer, pois vem de Deus, para Deus e para a humanidade!
          Esta é uma condição única que só Cristo oferece. Por isso Ele é o Caminho, a Verdade e... a Vida!

          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
          Kurt Hilbert

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