João
11:25-26
“Eu sou a
ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá, e quem
vive e crê em mim, não morrerá eternamente”.
Esta passagem costuma muito ser citada em funerais. Quem já não
se deparou com esta cena? E é, a propósito, uma passagem muito adequada para
uma situação assim. Mas ela vale tanto para aqueles que “estão indo”, como para
aqueles que “ainda estão por aqui”. Ela vale para todos.
E como quem está lendo essas linhas agora está vivinho da silva, vamos tomá-la para
nós, aqui e agora.
Em Cristo, a cada dia ressuscitamos, pois, quando decidimos
viver cada minuto do dia em Seu amor, estamos tendo renovadamente uma “vida
nova”, com o vigor que uma nova vida tem, pulsando em luz e paz. Cada dia é uma
ressurreição em e com Cristo, pois, para sermos Seus discípulos – aqueles que
são discipulados/ensinados por Ele – precisamos nos decidir e dar nosso “sim” a
Ele a cada dia quando acordamos/ressuscitamos. Essa confirmação a precisamos
fazer conscientemente. É preciso que encomendemos nosso dia a Ele, agradecendo
pela noite que passou e nos colocando outra vez em Suas mãos.
“Obrigado, Senhor, pela noite que passou e pelo dia que está à
nossa frente! Em tuas mãos entrego este dia e, como um livre discípulo Teu,
peço que recebas todos os meus pensamentos em oração. Perdoa os que não
condizem com a Tua vontade, e fortaleça os que condizem; e que estes sejam
sempre superiores àqueles. A Ti novamente digo ‘sim’, e peço que conformes o
meu coração, minha mente, minha alma e meu ser conforme a Ti. Acompanha-me em
todos os meus passos, e escreve Tua Palavra em meu coração, em minha mente, em minha
alma e em meu ser, pelo ativar do Espírito Santo e em Teu nome...” E assim
podemos continuar orando conforme surgirem os pensamentos e as palavras em
nosso coração, de modo simples e espontâneo...
“Aquele que crê no Senhor”, ainda que veja morrendo sua alegria
no decorrer do dia, ou sua paz, ou sua paciência, ou sua vitalidade, ou o que
quer que seja, sabe que o Senhor renova tudo isso a cada oração, quando esta é
feita sem automaticalismos, mas de coração sincero. E a oração sincera produz
um “resultado” imediato: a paz! Experimente.
Assim, ainda que algo bom em nós “morra”, viverá novamente
sempre que nos “unimos” a Deus. E o que é bom? O amor, a alegria, a paz, a
paciência, a amabilidade, a bondade, a fidelidade, a serenidade, o domínio
próprio – e tudo o mais que sabemos que vem do Senhor. E todo aquele que vive
assim, e crê em Deus com todas as suas forças possíveis, jamais morrerá, mas
viverá eternamente pulsando a mesma luz, paz e força que Deus nos dá a cada
minuto.
Jesus diz que nós somos a luz e o sal do mundo. A luz sempre
ilumina, pois dissipa as trevas. E o sal conserva e dá sabor. Que possamos
iluminar aqueles que estão à nossa volta, que possamos conservar os frutos de
Deus no nosso próximo e ser-lhe sabor de vida no Evangelho!
Jesus nos chama para vivermos no chão da vida, significando
dizer que não nos isolamos ou nos alienamos, mas que caminhamos todos os dias
ao lado dos irmãos humanos na solidariedade e irmandade que Ele nos ensina por
Sua Palavra. Certa vez li nalgum lugar que é fácil ser espiritualmente elevado
num mosteiro, num santuário ou como um ermitão; mas que é muito mais difícil
sê-lo com um chefe impertinente, uma criança chorando em casa, com contas a
pagar e lutando a cada dia pelo pão nosso. Aprendi muito com essa frase.
Mas, como Cristo nos chamou para sermos Seus discípulos na vida
real, também é na vida real que Ele nos ajuda, ampara e fortalece. E nos
ressuscita junto a Ele todos os dias!
“Neste
mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (João 16:33). E, se o Espírito que ressuscitou Jesus
dentre os mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos
também dará vida a seus corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em
vocês (Romanos 8:11).
Ressuscitados em Cristo, já não vivemos apenas para nós, antes,
vivemos para e por Ele: E ele morreu por
todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para
aquele que por eles morreu e ressuscitou (II Coríntios 5:15).
Isso não é poesia, nem falácia, nem blábláblá de autoajuda ou autoengano. Não. Isso é experiência de
vida! A única experiência que realmente vale a pena: aquela que sabe e
experimenta que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena” – e vive no
Senhor.
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert