Pesquisar neste blog

sábado, 27 de setembro de 2014

Se Quiseres

 
          Mateus 8:2-3
          Um leproso, aproximando-se, adorou-o de joelhos e disse: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me!” Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: “Quero. Seja purificado”. Imediatamente ele foi purificado da lepra.
 
          Deixei grifado em negrito, de propósito, algumas palavras no texto acima: “se quiseres”, “estendeu a mão”, “quero” e “imediatamente”.
          Desejo começar pelo fim, ou seja, dos temas grifados, iniciar pela palavra “imediatamente”. Quando colocamos algo em pedido a Deus, pela oração – já que não o podemos fazer pessoalmente, por assim dizer, como fez o leproso a Jesus –, podemos ficar descansados, que Deus ouviu nossa oração. É simplesmente impossível que Deus deixe de ouvir qualquer oração proferida no terceiro planeta do sistema solar, por um terráqueo, por menor que seja o bípede da raça humana. Impossível que Ele não ouça. Por quê? Porque Ele é onisciente – sabe tudo. Buenas, se Ele sabe tudo, sabe de todas as palavras que se originaram dos pensamentos e sentimentos; assim, ouve todas as orações – mesmo as sem palavras, feitas só em pensamento e sentimento. Estando claro isso, podemos dizes que Ele ouve nossas orações imediatamente. Mas a Sua resposta a elas não necessariamente é imediata – ela vem ao Seu tempo. E, às vezes, a resposta também pode ser imediata, como no caso do leproso.
          Jesus disse “quero” ao pedido do leproso. A nós o Senhor sempre diz “quero”, quando oramos a Ele com sinceridade. Só que o “quero” de Deus, o “sim” de Deus, é sempre para o nosso bem. Sempre. Vejamos: Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito (Romanos 8:28). Deu para ver? E Ele sempre diz “quero”? Sim. Mas o “sim” do Senhor é sempre para o nosso bem. Para o nosso bem é que Ele diz “sim”. Quando pedimos algo que nós julgamos que seja para o nosso bem, mas o Senhor, conhecedor de tudo – onisciente, lembra? – vê que não é para o nosso bem, Ele transforma esse “sim” direto em “não” direto, mas preservando sempre o “sim” maior, que é o do Seu amor por nós. E quando Ele traduz esse “sim” d’Ele por “quero”, então o pedido está ao nosso alcance. Pareceu confuso? Aparentemente, talvez. Mas não é. Leia de novo.
          Seguindo, vemos que Jesus “estendeu a mão” ao leproso; tocou o leproso. Jesus chegou mesmo a abraçar leprosos, quando isso era inimaginável naquela época, em que leprosos eram isolados e excluídos da sociedade. Jesus sempre estende a mão para os isolados e excluídos – e os toca. Isso não é demais?
          Para finalizar, chegamos ao começo: à primeira parte grifada no texto acima – “se quiseres”. Aqui vou me permitir uma delonga. Peço um pouco de paciência a quem se encorajou a ler estas linhas.
          O leproso chegou ao Senhor e tinha certeza que Jesus poderia purificá-lo da lepra. A sua fala nos deixa transparecer isso. Ele estava convicto de que Jesus poderia purificá-lo. Aquele leproso via isso de forma muito clara, sem um cílio de dúvida no seu olhar: o Senhor pode me purificar. Essa certeza ululava em seu coração. Mas aí vem a grande “palavrinha mágica” – duas palavrinhas, para ser exato: “se quiseres”.
          Hoje em dia pode-se ouvir por aí, em boca de pregadores televisivos, coisas como “eu determino a cura”, “eu tomo posse da cura”, “eu ordeno ao ‘demônio’ da doença que saia desse corpo, que não te pertence”, et cetera e tal. E tudo isso acompanhado, infalivelmente, pelo bordão onipresente “em o nome de Jesus”. Ok, ok, eu não quero – nem devo – julgar procedimentos de ninguém. Mas me parece que há uma voz imperativa do orante, muito mais exigindo do que pedindo. Jesus disse “pedi e dar-se-vos-á” (Mateus 7:7). Ele não disse “exigi, determina, ordena”. Em meus ouvidos, quando ouço orações imperativas, com expressões exigentes, meus tímpanos saltitam em desconforto. Aquilo me incomoda – por algum motivo deve ser... E aí eu volto à expressão do humilde leproso, achegando-se a Jesus e dizendo “se quiseres”. Isso saltita confortavelmente em meus tímpanos!
          Concluo, cá com meus botões, que SEMPRE deveríamos nos dirigir ao Senhor, pedindo o que quer que seja, com essa humilde e amável conjunção de palavrinhas: “Senhor, eu sei que o Senhor pode me conceder tudo o que peço. Então te peço isso e aquilo. SE QUISERES, podes conceder-me. Porque sei também que o Senhor só me concederá o que for o melhor para mim”. E aí sim, após agradecermos antecipadamente pela graça divina, podemos fechar nossa oração pronunciando-a “em nome de Jesus”.
          Para finalizar, não posso deixar de comentar: que baita lição nos ensinou aquele humilde e anônimo leproso!
 
          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
                Kurt Hilbert

Nenhum comentário:

Postar um comentário