João
6:63
“As
palavras que eu lhes disse são espírito e vida”.
Além desta Palavra que
uso hoje como mote para este texto, há outra que a corrobora: Pois a
palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois
gumes; ela penetra até o ponto de dividir
alma e espírito, juntas e medulas, e julga
os pensamentos e intenções do coração (Hebreus 4:12).
E, agora, não mudando
de assunto, mas falando de algo intrinsecamente ligado ao dito acima, quero
contar uma historinha que li dia desses:
Havia
uma família que tinha um hábito que conservavam há longo tempo já: todas as
noites, antes de jantarem, oravam e liam uma passagem da Bíblia, coisa de 15
minutos, não mais que isso. Juntavam-se o marido, a esposa e os filhos e liam,
de carreirinha – como é recomendado que se faça –, um trechinho da Bíblia, um
capítulo ou dois, conforme o tamanho.
Certa
noite chegou uma visita. Era um conhecido que aparecera de surpresa, sem
avisar. Nenhum incômodo, óbvio, pois poderiam jantar juntos e conversar um
pouco.
Ocorre
que o visitante-surpresa chegava bem no momento em que se preparavam para
iniciarem a sua leitura bíblica. Podiam suspender por um dia a leitura, não
seria um problema. Mas – pensaram – por que fazê-lo? Não poderia o visitante
esperar um pouco e, quem sabe, até participar desse momento? Afinal, não era um
tempo longo. Trataram de explicar-lhe a sua rotina diária, e perguntaram se ele
se importaria de esperar um pouquinho; poderia até participar, se quisesse,
poderia sentar ali junto a eles. Ele, claro, aceitou.
Então
eles fizeram uma breve oração e iniciaram a leitura.
Como
tinham o hábito de ler em carreirinha, um capítulo após o outro, um livro após
o outro, encontravam-se no Antigo Testamento. Estavam justamente no primeiro
livro das Crônicas, no seu primeiro capítulo, e ele é todo composto por
genealogias – e assim segue, sem tréguas, até o oitavo capítulo. Eles leram,
naquele dia, o primeiro capítulo só.
Para
quem não sabe, genealogias são aqueles longos trechos onde fala que fulano era
filho de beltrano, que era neto de ciclano, que gerara outro ciclano que, por
sua vez, gerara outro beltrano, e este outro fulano, e por aí vai. Os
israelitas tinham o hábito de registrarem cuidadosamente essas genealogias
para, entre outras coisas, provarem as composições das famílias e suas origens,
bem como terem segurança quanto à distribuição de terras e suas heranças. Para
alguns – para mim inclusive, por vezes – o ler esses trechos genealógicos é um
tanto chatinho...
Pois
bem. Terminada a leitura, conversaram amenidades brevemente, esperando o jantar
ser servido.
Durante
o jantar, o marido, pai da família, pensou consigo mesmo: “Que pena que o nosso
amigo está aqui hoje justamente na leitura de uma dessas genealogias bíblicas!
Deve ter ficado entediado até. Bem que eu poderia ter me apercebido que seria
melhor pularmos para outra parte, quem sabe ler um salmo ou um trechinho do
Novo Testamento. Teria sido mais proveitoso para ele, eu acho. Mas não me dei
conta disso na hora. Pena! Não deve ter servido de nada para ele...”
Depois
do jantar, juntaram-se na sala para darem prosseguimento ao colóquio.
Lá
pelas tantas, o amigo visitante-surpresa saiu-se com essa: “Sabe, amigo, eu
estava pensando enquanto vocês liam a Bíblia... Quantos nomes estranhos vocês
leram, eu entendi pouco sobre os nomes e essas famílias, mas uma coisa me bateu
muito forte. Pensei comigo mesmo, enquanto ouvia essa infindável lista de
nomes: Quantas pessoas já viveram nesse mundo! E quantas dessas pessoas nem
mesmo ouviram falar de Deus ou, se ouviram, não quiseram saber d’Ele? Eu mesmo
pouco havia ouvido falar de Deus e, no pouco que ouvi, também pouco me interessei.
Mas hoje foi diferente! Ouvindo essa lista de nomes, perguntei a mim mesmo: Será
que eu também vou ser uma dessas pessoas que não quiseram saber de Deus? Não!
Eu quero saber mais... Será que o amigo se importaria de me ensinar mais sobre
essas coisas... sabe... sobre Jesus, sobre o Evangelho, sobre a Bíblia? Quem
sabe poderíamos nos reunir outras vezes para falarmos sobre isso...”
Surpreso,
o pai daquela família concordou: “Claro que sim! Estou à sua disposição...”
Esta é a historinha.
Como dá para perceber,
quando Deus quer falar com alguém, até mesmo uma genealogia chatinha pode
transmitir a Sua Mensagem e pode despertar uma consciência!
Sim, Jesus tem razão: “As
palavras que eu lhes disse são espírito e vida”.
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
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