Romanos
14:5
Cada
um deve estar plenamente convicto em sua
própria mente.
A igreja em Roma
estava com algumas discussões internas sobre comportamentos, usos e costumes,
influências de judeus agora convertidos a Cristo, enfim, tinham que trabalhar
pontos de vista diferentes sobre vários temas.
O apóstolo Paulo lhes
fala da importância de cada um estar convicto daquilo que entendia ser mais
apropriado. Com isso, ensinava que pontos de vista diferentes sobre algum
assunto podem ser normais, e devem ser tratados com um sentimento de irmandade.
Noutra carta, esta
dirigida à igreja em Filipos, ele dava orientações neste sentido também: Todos nós que alcançamos a maturidade
devemos ver as coisas dessa forma, e, se
em algum aspecto vocês pensam de modo diferente, isso também Deus lhes esclarecerá. Tão-somente vivamos de acordo com o que já
alcançamos (Filipenses 3:15-16).
Jesus, numa das tantas
vezes em que parou para ensinar aos Seus discípulos e a quem mais O quisesse
ouvir, disse que “todo reino dividido
contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma
não subsistirá” (Mateus 12:25), usando comparações simples para falar da mente
humana.
Em outras palavras, mas
no mesmo sentido, podemos dizer que um grupo dividido não alcança seus
objetivos. Um time de futebol, por exemplo, onde os jogadores querem derrubar o
técnico ou onde houver crises de estrelismo, desanda, mesmo que “no papel” seja
um grande time. Uma empresa onde os sócios e/ou os funcionários não se
entendem, tende a quebrar. Uma família onde as brigas são constantes, tende a
se desfazer. E um casal, então, idem – a separação é questão de tempo.
Tiago, irmão de Jesus,
na mesma pegada, fala que o mesmo se dá com uma mente dividida, corroborando
com o que diz o apóstolo Paulo: Pois tem mente dividida e é instável em tudo
o que faz (Tiago 1:8). Sim, uma mente dividida traz instabilidade emocional
e espiritual. Uma pessoa assim não consegue ter convicção e solidez
psicológica.
Uma mente que não está
convicta está dividida. Numa mente não convicta reina a insegurança, a
desarmonia, a falta de paz, a falta de autoconfiança.
E mais do que isso:
quando se trata de questões espirituais, numa mente não convicta reinará a
morte! Exagero? Não! Reinará a morte porque o ser estará dividido, confuso, sem
rumo, sem propósito e sem significado de vida, enfim, sem vida de verdade!
Por isso Jesus chama a
atenção de Seus ouvintes de então, e aos ouvintes e leitores de hoje, sobre o
perigo da divisão.
Assim como nos tempos
terrenos de Jesus, hoje há muitos caminhos espirituais. Quem quiser andar por
vários deles, ou como se diz popularmente, “acender uma vela para cada santo”,
tende a se perder no rumo.
No início da Igreja,
havia o cuidado de perseverarem em unidade e comunhão: Eles se dedicavam ao ensino dos
apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e
sinais eram feitos pelos apóstolos. Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum (Atos 2:42-44).
Eles, por assim dizer,
permaneciam no Caminho, mesmo quando, antes da sua conversão, Saulo – que
depois foi chamado de Paulo – os perseguia, como está relatado: Enquanto isso, Saulo ainda respirava ameaças de morte contra os
discípulos do Senhor. Dirigindo-se ao sumo sacerdote, pediu-lhe cartas para as
sinagogas de Damasco, de maneira que, caso encontrasse ali homens ou mulheres
que pertencessem ao Caminho, pudesse
levá-los presos para Jerusalém (Atos 9:1-2).
A Igreja, como um
organismo vivo, não se desviava, não se dividia no modo de ser e de pensar,
estava convicta em sua mente, estava decidida pela permanência no Caminho, que
sabemos Quem É: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser
por mim” (João 14:6).
Como falei em
parágrafos acima, hoje há muitos caminhos espirituais. Tenho que escolher um, e
estar convicto nele, sem mente dividida nem desvios.
Sei da minha escolha,
e estou convicto dela.
Aliás, se for analisar
bem, a escolha e a convicção, por um lado, sim, são minhas, mas, em instância
ainda mais profunda e superior, é d’Ele por mim!
“Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto,
fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes
conceda o que pedirem em meu nome” (João 15:16).
Mas este já é um assunto
para outro momento...
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert