Pesquisar neste blog

domingo, 8 de outubro de 2023

Não Deveria Ser de Graça?


 

Mateus 10:8

“Vocês receberam de graça; deem também de graça”.

 

Vamos colocar esta fala de Jesus dentro do seu contexto: “Por onde forem, preguem esta mensagem: O Reino dos céus está próximo. Curem os enfermos, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios. Vocês receberam de graça; deem também de graça. Não levem nem ouro, nem prata, nem cobre em seus cintos; não levem nenhum saco de viagem, nem túnica extra, nem sandálias, nem bordão; pois o trabalhador é digno do seu sustento.

 Ao final desta fala, Jesus dá aos Seus discípulos a tranqüilidade de que não precisariam se preocupar com seu sustento ou com o sustento da missão à qual foram comissionados. Deus lhes proveria condições para o trabalho e “seu sustento” estaria garantido.

“Por onde forem”, Ele diz, significando, em nossos dias, todos os lugares em que tivermos contato com pessoas, inclusive se formos a trabalho ou a passeio.

Fazer o bem era uma ordem clara. Jesus lhes lembrava que não deveriam negociar os dons que recebiam de graça, nem mesmo compartilhar o Evangelho deveria ser feito mediante “ouro, nem prata, nem cobre”, pois, se não era para levar isso em seus cintos, também não era para trazer isso de volta da viagem.

Eu sei que posso mexer com egos e convicções, mas não posso deixar esta Palavra passar por alto, sem falar sobre ela e no que ela sempre significou. (Desculpem!)

Jesus falava em compartilhar aquilo que estavam recebendo d’Ele, ou seja, o Evangelho, o anúncio das Boas Novas do Reino de Deus.

Jesus veio nos trazer, por Sua morte e ressurreição – e por Seus ensinamentos – a reconciliação de Deus com o mundo, através do arrependimento humano e da aceitação dessa oferta do amor divino em graça, e por graça. Paulo fala disso aos irmãos de Corinto, assim como também fala da agora tarefa dos cristãos em qualquer lugar e em qualquer tempo: Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação. Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus (2º Coríntios 5:18-20).

A graça divina significa que fomos amados e perdoados, que nenhum mérito tivemos, mas que Deus veio ao nosso encontro em busca de todos nós, para nos tornarmos Seus. Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos (Efésios 2:8-10).

Tudo isso os discípulos de Jesus receberam de graça.

Tudo isso os discípulos de Jesus pregaram de graça.

Cumpriram, assim, no início da Igreja, o que Jesus ensinou.

Depois... bem, depois as coisas mudaram. Ao estatizarem a “igreja” no tempo de Constantino, imperador romano do quarto século, criaram-se instituições e profissionais do Evangelho.

Com o protestantismo – que colocou roupa nova no catolicismo – as coisas acentuaram-se.

Com o pentecostalismo e, especialmente, com o neopentecostalismo, toda essa profissionalização se potencializou.

Agora, nas igrejas/empresas e com os religiosos/profissionais, as coisas já não são, “de graça e por graça”. Não vale mais o vocês receberam de graça; deem também de graça”.

Claro, uma coisa é criar condições econômicas para divulgar o Evangelho. Viagens custam dinheiro. Água, luz e aluguel de algum local de reunião custam dinheiro. Dedicar-se em tempo integral (com honestidade) a algo requer sustento. Eu sei disso. E não critico a honestidade e a doação neste sentido!

Mas outra coisa é pessoas viverem profissionalmente do Evangelho e, não bastando, construindo patrimônio e impérios econômicos em cima disso. Isso é antibíblico! (Desculpem!)

Outra coisa também é “igrejas” virarem CNPJs lucrativos, negociarem-se empresas, cobrarem-se cotas de dízimos/ofertas/doações/investimentos, usarem-se laranjas para investir em conglomerados turísticos ou operadoras de negócios, veículos de mídia e os escambais!

Tudo isso é absolutamente o contrário do que Jesus ensinou! (Desculpem!)

Aliás, não precisam desculpar... apenas falei o que todo mundo vê rolar por aí...

E volto a perguntar (uma pergunta retórica, pois a resposta honesta é óbvia): Não deveria ser de graça?

 

É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem!

Saudações,

Kurt Hilbert

Nenhum comentário:

Postar um comentário