Mateus
10:8
“Vocês
receberam de graça; deem também de graça”.
Vamos colocar esta fala de Jesus dentro do seu
contexto: “Por onde
forem, preguem esta mensagem: O Reino dos céus está próximo. Curem os enfermos, ressuscitem os mortos,
purifiquem os leprosos, expulsem os
demônios. Vocês receberam de graça; deem também de graça. Não levem nem
ouro, nem prata, nem cobre em seus cintos; não levem nenhum saco de viagem, nem
túnica extra, nem sandálias, nem bordão; pois o trabalhador é digno do seu sustento”.
Ao final
desta fala, Jesus dá aos Seus discípulos a tranqüilidade de que não precisariam
se preocupar com seu sustento ou com o sustento da missão à qual foram
comissionados. Deus lhes proveria condições para o trabalho e “seu sustento”
estaria garantido.
“Por onde forem”, Ele diz, significando, em
nossos dias, todos os lugares em que tivermos contato com pessoas, inclusive se
formos a trabalho ou a passeio.
Fazer o bem era uma ordem clara. Jesus lhes
lembrava que não deveriam negociar os dons que recebiam de graça, nem mesmo
compartilhar o Evangelho deveria ser feito mediante “ouro, nem prata, nem
cobre”, pois, se não era para levar isso em seus cintos, também não era para
trazer isso de volta da viagem.
Eu sei que posso mexer com egos e convicções,
mas não posso deixar esta Palavra passar por alto, sem falar sobre ela e no que
ela sempre significou. (Desculpem!)
Jesus falava em compartilhar aquilo que estavam
recebendo d’Ele, ou seja, o Evangelho, o anúncio das Boas Novas do Reino de
Deus.
Jesus veio nos trazer, por Sua morte e
ressurreição – e por Seus ensinamentos – a reconciliação de Deus com o mundo,
através do arrependimento humano e da aceitação dessa oferta do amor divino em
graça, e por graça. Paulo fala disso aos irmãos de Corinto, assim como também
fala da agora tarefa dos cristãos em qualquer lugar e em qualquer tempo: Tudo isso provém de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo por meio
de Cristo e nos deu o ministério da
reconciliação, ou seja, que Deus em
Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os
pecados dos homens, e nos confiou a
mensagem da reconciliação. Portanto, somos
embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo
lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus
(2º Coríntios 5:18-20).
A graça divina
significa que fomos amados e perdoados, que nenhum mérito tivemos, mas que Deus
veio ao nosso encontro em busca de todos nós, para nos tornarmos Seus. Pois vocês são salvos pela graça, por
meio da fé, e isto não vem de vocês,
é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo
Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos (Efésios 2:8-10).
Tudo isso os discípulos de Jesus receberam de
graça.
Tudo isso os discípulos de Jesus pregaram de
graça.
Cumpriram, assim, no início da Igreja, o que
Jesus ensinou.
Depois... bem, depois as coisas mudaram. Ao
estatizarem a “igreja” no tempo de Constantino, imperador romano do quarto
século, criaram-se instituições e profissionais do Evangelho.
Com o protestantismo – que colocou roupa nova no
catolicismo – as coisas acentuaram-se.
Com o pentecostalismo e, especialmente, com o
neopentecostalismo, toda essa profissionalização se potencializou.
Agora, nas igrejas/empresas e com os
religiosos/profissionais, as coisas já não são, “de graça e por graça”. Não
vale mais o “vocês receberam de graça;
deem também de graça”.
Claro, uma coisa é criar condições econômicas
para divulgar o Evangelho. Viagens custam dinheiro. Água, luz e aluguel de
algum local de reunião custam dinheiro. Dedicar-se em tempo integral (com
honestidade) a algo requer sustento. Eu sei disso. E não critico a honestidade
e a doação neste sentido!
Mas outra coisa é pessoas viverem
profissionalmente do Evangelho e, não bastando, construindo patrimônio e
impérios econômicos em cima disso. Isso é antibíblico! (Desculpem!)
Outra coisa também é “igrejas” virarem CNPJs
lucrativos, negociarem-se empresas, cobrarem-se cotas de
dízimos/ofertas/doações/investimentos, usarem-se laranjas para investir em
conglomerados turísticos ou operadoras de negócios, veículos de mídia e os
escambais!
Tudo isso é absolutamente o contrário do que
Jesus ensinou! (Desculpem!)
Aliás, não precisam desculpar... apenas falei o
que todo mundo vê rolar por aí...
E volto a perguntar (uma
pergunta retórica, pois a resposta honesta é óbvia): Não deveria ser de graça?
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
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