Deuteronômio
6:6
“Que
todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração”.
Gosto muito do que é dito logo na seqüência
desta Palavra que uso como mote para este texto: “Ensine-as
com persistência a seus filhos. Converse
sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo
caminho, quando se deitar e quando se levantar”.
O ensinamento da Palavra do Senhor aos filhos,
às pessoas da família, deveria ser uma ocupação indispensável aos cristãos.
Conversar sobre o que temos lido, aprendido,
compartilhado, seja em casa, no trabalho, na escola, na academia, em qualquer
lugar em que tenhamos a oportunidade de fazê-lo sem sermos chatos ou invasivos,
deveria ser um hábito cultivado com regularidade.
Ainda, conversar com Deus mesmo – em nossas
orações noturnas e matinais, ou também a qualquer hora que dê – sobre o que Ele
já nos tem ensinado deveria ser natural a quem segue o Evangelho de Jesus
Cristo.
Antes de entrar nos comentários sobre o mote
aqui usado, vou ser talvez um pouco repetitivo, pois já falei sobre isso
noutros momentos, mas quero deixar claro novamente: Jesus é a Palavra encarnada,
como nos revela o apóstolo João: No
princípio era aquele que é a Palavra.
Ele estava com Deus, e era Deus. Ele
estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele
(João 1:1-3). Assim, tudo o que eu for ler na Bíblia, devo fazê-lo tendo Jesus
como chave hermenêutica – ou interpretativa. Tudo o que se coaduna com o modo
de Ser de Cristo é Palavra eterna e tem validade eterna; o que não se alinha
com Jesus, é apenas informação histórica ou de contexto. O que eu for ler no
Antigo Testamento tem que passar por esta lente, e também o que eu for ler no
Novo Testamento, nos escritos de Paulo ou de outro apóstolo. Dito isto,
prossigo.
Leio a Bíblia como hábito diário, por pelo menos
meia hora ou um pouco mais, e tenho a consciência de que me encontro com a
Palavra de Deus em mãos, uma Palavra que não é de interpretação humana, mas é
uma revelação do Espírito. E, em sendo uma revelação do Espírito, ela deve ser
lida com o Espírito que nos habita, pois, se foi o Espírito que a inspirou a quem
a escreveu, deve ser o Espírito a revelá-la a quem a lê. O apóstolo Pedro já
falava disso: Antes
de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a
profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo
(2º Pedro 1:20-21).
O hábito de ler a Palavra vem ao encontro do
lema do livre discipulado de Cristo, que encontramos em João 8:31-32, onde diz:
“Se vocês permanecerem firmes na minha palavra,
verdadeiramente serão meus discípulos.
E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.
Ainda, o
apóstolo Paulo escreve a Timóteo dizendo que toda a Escritura é inspirada por
Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de
Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra (2º Timóteo
3:16-17).
Diante disso, antes de iniciar a
leitura, faço uma pequena oração, mais ou menos nos seguintes termos: “Senhor,
escreva a Tua Palavra em meu coração, em minha mente, em minha alma, em meu
ser, pelo ativar do Espírito Santo e em nome de Jesus”.
Assim, por fé, sei que o Senhor fala
comigo em Sua Palavra, revelando-me aquilo que Ele deseja, e fazendo-me
entender a Sua mensagem para mim hoje. E digo “hoje”, porque amanhã necessito
alimentar-me de novo, pois, assim como pedimos que “o pão nosso de cada dia nos
seja dado hoje”, como Jesus ensinou, também necessitamos do “pão da Palavra
hoje”... e amanhã... e depois... e todos os dias enquanto palmilhamos este
planetinha azul onde vivemos!
Caso eu não me alimente da Palavra do Senhor,
vou me alimentar psicológica e espiritualmente de “outras coisas”, o que
poderia ser nocivo à minha alma.
Creio que, em assim fazendo, a Palavra permanece
em meu coração – e em minha mente –, e poderei ter memória dela quando se fizer
necessário, sempre que dela precisar e sempre que desejar compartilhá-la, como
Jesus mesmo nos tem prometido: “Não
se preocupem
quanto ao que dizer, ou como dizê-lo. Naquela hora lhes será dado o que dizer, pois não serão vocês que
estarão falando, mas o Espírito do Pai
de vocês falará por intermédio de vocês” (Mateus
10:19-20).
É isso. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem!
Saudações,
Kurt Hilbert
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