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domingo, 25 de junho de 2017

Angústias na Caminhada


II Coríntios 12:7-10
Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas ele me disse: “A minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.

A passagem acima a recebi como resposta à angústia espiritual que estava passando há alguns anos.
[Vou fazer um entrementes aqui: Sim, já faz algum tempo que escrevi isto, e só publico este texto hoje, pois pensei que seria legal para que fique como experiência. Hoje esta angústia já não me angustia mais, pois aprendi a submeter toda a Escritura ao “modus operandi” de Cristo. O que se coaduna com Cristo, fica como Palavra de vida; o que difere do modo de ser de Cristo – que é a expressão viva do Pai – fica como informação dentro do contexto. Estou livre de angústias desde que ficou claro para mim que, parafraseando o apóstolo Pedro, pude dizer: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo! Para quem irei eu? Só Tu tens as palavras de vida eterna!” Desde quando escrevi este texto até hoje, fiz uma longa caminhada... e avancei bastante, como desejo seguir avançando de fé em fé até o fim. Mas fica o registro como experiência de um momento. Bem, se quiser, continue lendo o texto...].
Esta angústia, diante da leitura das epístolas de Paulo aos Romanos e a primeira aos Coríntios, me fez pensar em desistir do cristianismo (!) e, consequentemente, dos Livres Discípulos de Cristo (que começou como um blog criado por 3 amigos na fé). Explico: há situações ali apresentadas que me fazem pensar, como o capítulo 9 e posteriores de Romanos, onde Paulo sugestiona que não há livre arbítrio, uma vez que Deus pode manipular a mente de algumas pessoas a fim de concretizar Seus propósitos. Afirma, também, que não depende do esforço humano, mas do ativar de Deus que sejamos d’Ele ou não, o que ele chama de misericórdia. Ele chama a este estado de coisas de “a soberania de Deus”.
Mesmo estando inclinado a concordar com isso, isso invalida o conceito de livre arbítrio, uma vez que ninguém seria capaz de resistir à vontade divina. Paulo diz que não somos ninguém para questionar a Deus. Não estou questionando a Deus aqui. Estou questionando se isso é realmente de Deus, se Ele é a fonte desses escritos de Paulo, nesta altura de sua carta.
Eu mesmo, em oração, mais de uma vez pedi a Deus que dominasse, interferisse em minha mente, para que eu pudesse vir a crer incondicionalmente. Não aconteceu até agora. Sinceramente, eu preferiria que Deus dominasse a minha mentalidade, meus sentimentos, para que minha fé fosse inquebrantável. Mas, até o momento, isso não se deu.
Na primeira carta aos Coríntios, Paulo fala dos que “não herdarão o reino de Deus”. Cita, ali, entre outros, os homossexuais, de forma contundente. Isso me incomoda. Mesmo eu sendo heterossexual, não consigo conceber que a natureza sexual de uma pessoa a alije do reino de Deus pela eternidade toda. Isso não combina com o amor divino, tão propalado por Cristo. Não consigo aceitar esse conceito. Acho abominável qualquer tipo de discriminação, de exclusão, de exclusivismo. É um assunto que me incomoda muito. Se Deus não faz acepção de pessoas, por que Ele excluiria do seu “reino” pessoas que a Sua própria criação fez diferentes?
As incongruências bíblicas me incomodam; as contradições, idem. O que fazer com isso? Muitas vezes pergunto a Deus, elevando meus pensamentos e minhas orações: “Senhor, o que faço com essas contradições?”
Talvez a resposta esteja na passagem acima [usada aqui como base a este texto]. Talvez esse seja o meu “espinho na carne”. Talvez eu tenha que aprender a lidar com isso... não sei. Talvez eu tenha que reconhecer também que a “graça de Deus me basta”. Tenho que digerir, que processar em minha mente e em meu coração estas coisas.
O que não quero é parar no caminho do meu discipulado de Cristo. Quero seguir sendo um livre discípulo de Cristo. Confio no que Ele nos disse em João 8:31-32, passagem esta que é a inspiração deste modo de vida (e deste blog): “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.
Talvez eu tenha que submeter a Bíblia às palavras de Cristo em Mateus 22:37-40, onde Ele ressalta que do amor depende tudo, inclusive o aval de toda e qualquer Escritura. Respondeu Jesus: “‘Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. O segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.
Encaro essa questão como uma fraqueza pessoal minha. Gostaria de não tê-la. Como falei antes, pedi a Deus que Ele “manipulasse” minha mente, para tornar-me pleno na fé. Talvez Ele não queira isso. Talvez Ele queira que eu chegue à plenitude da fé dominando eu mesmo a minha mente. Talvez nessa “fraqueza” eu tenha que me tornar “forte”. Se for assim, muito bem. Que o poder de Deus se aperfeiçoe em mim na minha fraqueza. Então, que esta fraqueza me torne forte...
O que desejo, e Ele sabe disso, pois conhece meu coração e eu já lhe disse isso em oração, é fortalecer-me dia-a-dia no nosso relacionamento, por meio de Cristo.
Pensamentos, pensamentos...

Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
Saudações,
              Kurt Hilbert

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