Mateus
5:48
“Portanto,
sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês”.
O Mestre faz aqui uma reflexão bastante aguçada. “Sejam
perfeitos”, Ele diz, e o diz a Seus discípulos, que eram tão imperfeitos como
imperfeitos eram os Seus contemporâneos, e o faz a nós, pessoas do século XXI,
cuja imperfeição atravessou eras e chega a todos nós, e em todos nós. É também a nós
que Jesus pede que sejamos perfeitos...
Como seremos perfeitos? Se somos frutos da imperfeição que nos
atinge a todos, como seremos perfeitos?
A resposta a essa pergunta vem na sequência da própria
declaração de Jesus: “como perfeito é o Pai celestial de
vocês”. Ele não diz aqui que o Pai celestial é o d´Ele (somente), mas o de
todos nós.
Ora, se somos filhos de Deus – e é Jesus quem diz que somos –, e
se Deus é perfeito, então há em nós um DNA divino que nos capacita à perfeição.
Passa, pois, de Pai para filhos.
Esse DNA divino nos vem pela criação, uma vez que Ele nos criou
à Sua imagem e semelhança. Mas perdemos esse vínculo perfeito, uma vez que
pecamos. Então, em Jesus e por Jesus, o caminho à reconciliação nos vem, pois,
como diz Sua Palavra “Deus reconciliou-se com o mundo por Cristo” (II Coríntios 5:17-19). Então, ao
aceitarmos o pastoreio e o senhorio do único Pastor e Senhor – Jesus Cristo –,
nos abrimos novamente à filiação divina, tendo restabelecido esse DNA em nosso
âmago.
Em novamente estando em condições filiais com Deus, podemos nos
perguntar: Qual a característica mais intrínseca de Deus? João, o apóstolo,
numa de suas cartas no Novo Testamento, nos dá a resposta, quando diz que “Deus
é amor”. É esse “é” que diz tudo. “É” é a propriedade de “ser”, ou seja, o Ser
de Deus tem o dom de “ser” amor. E só o amor é perfeito! Por conseguinte, Deus
é perfeito! Por conseguinte ainda, nós, em estando n´Ele por Cristo, o podemos
ser!
Esse amor do ser-divino-que-podemos-ser é descrito pelo apóstolo
Paulo em I Coríntios, capítulo 13. Segue aí, na íntegra:
Passo
agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente.
Ainda que
eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino
que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e
saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover
montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que
possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso
me valerá.
O
amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se
orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não
guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a
verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca perece; mas as profecias
desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte
conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que
é imperfeito desaparecerá.
Quando eu era menino, falava como menino,
pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei
para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro,
como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte;
então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
Assim,
permanecem agora estes três: a fé, a
esperança e o amor. O maior deles, porém,
é o amor.
Ao final, Paulo diz que o maior dom é o amor, e que este
permanece para sempre, pois “nunca perece”!
Então, quando “somos” amor – assim como Deus o é em Sua
perfeição –, e o somos em nossas palavras, em nossas atitudes, em nosso modo de
viver a vida, então estamos cumprindo esse ensinamento de Jesus, e estamos
sendo “perfeitos”, como “perfeito é o nosso Pai”.
Mas jamais sejamos presunçosos! Somente podemos ser assim se
permanecermos em Cristo, pois Ele mesmo ensina: “Sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma” (João 15:5).
É claro que ainda pecaremos, erraremos, falharemos, pois somos humanos e falhos, mas, se nossa vida for um ato de amor, então a perfeição pedida por Jesus será sempre possível - n´Ele e com Ele.
Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos
acompanhem.
Saudações,
Kurt Hilbert