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sábado, 16 de agosto de 2014

Deus nos Abre os Olhos

 
          Gênesis 21:19
          Então Deus lhe abriu os olhos, e ela viu uma fonte. Foi até lá, encheu de água a vasilha e deu de beber ao menino.
 
          Vamos contar um pouco de história antes de entrar no ponto principal destas linhas.
          Deus havia prometido a Abraão um filho. Como Sara, sua mulher, não engravidara até a idade avançada em que se encontrava, lhe aprouve por bem ceder a seu marido a sua escrava, para que ele a possuísse e com ela tivesse um herdeiro. Hagar, a escrava egípcia de Sara, cumpriu a tarefa que sua senhora lhe encomendou – como era moda naquele tempo – e engravidou. O filho que lhe nasceu chamou-se Ismael – do qual são descendentes os árabes. Mas depois que o filho que o Senhor havia prometido a Abraão por intermédio de Sara nasceu – Isaque –, Sara achou por bem mandar Hagar e o pequeno Ismael embora, pois cismou que estes estavam rindo dela o do seu rebento prometido. Abraão não quis fazê-lo, pois, logicamente, amava seu primeiro filho. Mas Deus deu um jeitinho na situação: falou com Abraão dizendo que não contradissesse a Sara, ao contrário, que a atendesse – Deus também sabe que não é bom o marido contradizer a esposa, pois esta sempre tem razão! – e prometeu a Abraão que não só cuidaria de Ismael como o transformaria numa grande nação – o que no futuro de então realmente aconteceu. A passagem acima se dá justamente depois que Hagar e seu filho pequeno foram embora do acampamento de Abraão e se achavam sozinhos no deserto, sem alimento e sem água. A Bíblia diz que tanto Hagar quanto Ismael choravam, pois pensaram que iriam fenecer. Então um anjo do Senhor consolou Hagar e a confortou, dando-lhe a promessa que tudo correria bem. Aí, sim, se dá a passagem acima: Então Deus lhe abriu os olhos, e ela viu uma fonte. Foi até lá, encheu de água a vasilha e deu de beber ao menino.
          Contada a historinha, vamos pensar um pouquinho sobre o que a passagem com Hagar e o pequerrucho do Ismael nos ensinam.
          A situação deles era periclitante: estavam despedidos da segurança de um lar, vagavam pelo deserto sem alimento nem água e, pior, sem esperança. Uma situação inóspita para qualquer marmanjo, quanto mais para uma mulher com um filho pequeno.
          Como Deus havia dado a Abraão a promessa de que tudo correria bem com eles, não haveria por que se preocupar, certo? Mas quem disse que Hagar tinha a mesma fé de Abraão? E a coisa, naquele momento em particular, não estava nada bem; pelo contrário, estava é bem mal! E mesmo que ela tivesse tamanha fé para crer que ela estaria em segurança com seu filho, com a situação à sua volta gritando o contrário, como manter a fé? É compreensível o choro de desespero dela e do menino. Não há dúvida que é.
          Era uma situação de desespero. E, como é normal quando se está desesperado – que significa sem esperança – não se consegue enxergar bem. Aliás, vamos convir: normalmente, numa situação assim, não enxergamos saída à nossa frente. Nossa visão fica embaçada pelas lágrimas do desespero.
          Mas quando Deus nos dá uma Palavra, seja no que entendemos quando lemos as Escrituras, seja quando a ouvimos na reunião enquanto Igreja, podemos confiar nela. E Deus havia dado a promessa de Sua companhia a Hagar e a Ismael – se bem que Ele deu essa Sua Palavra a Abraão, possivelmente Hagar nem soubesse disso. Mas, enfim, quando Deus nos fala, Ele cumpre!
          Quando Hagar, pela palavra do Senhor por intermédio do anjo, voltou a ter restabelecida a esperança e a confiança na providência divina, ela voltou a enxergar as coisas com mais claridade. E ela enxergou o poço.  Deus lhe abriu os olhos. Possivelmente o poço já estava lá, mas, como disse a algumas linhas acima, sua visão estava embaçada pelo desespero. Quando o desespero desapareceu e a esperança voltou a dar o ar da sua graça, a visão também voltou. E ela viu o poço. E ela bebeu e deu de beber ao filho. E a vida seguiu...
          O que aprendo com isso?
          Aprendo que, quando percebo na Palavra do Senhor uma orientação, uma mensagem, um sinal da Sua presença, posso confiar. E quando a confiança se faz presente, a visão também se faz. Consigo ver melhor, e consigo enxergar o que antes até estava lá, mas eu não via. Consigo ver a solução. Deus sempre nos dá a solução, não precisamos nos preocupar. Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo lhes providenciará um escape, para que possam suportar (I Coríntios 10:13).
          É isso o que aprendo. E foi isso que Hagar aprendeu.
         
          Por hora é isso, pessoal. Que a liberdade e o amor de Cristo nos acompanhem.
          Saudações,
                Kurt Hilbert

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